Demétrius Oliveira de Macedo, procurador que agrediu Gabriela Samadello Monteiro de Barros, sua colega de trabalho na Prefeitura de Registro (SP), foi acusado formalmente por tentativa de feminicídio. A denúncia foi feita pelo Ministério Público na quinta-feira (23) e aceita pela Justiça de São Paulo ontem.
De acordo com o registro do MP, Demétrius teve “evidente intento homicida” ao espancar a procuradora. “O ataque contra a incolumidade física da vítima e a gravidade dos ferimentos, estampada nas fotos da ofendida, atingida primordialmente no rosto e cabeça, região vital, não deixam dúvidas que Demétrius buscava a morte da vítima“, diz um trecho da denúncia divulgado pelo jornal Estado de S.Paulo.
O documento, assinado pelos promotores Ronaldo Pereira Muniz e Daniel Porto Godinho da Silva, ainda declara que Macedo não consumou o delito “por circunstâncias alheias à sua vontade, qual seja, a interferência de terceiras pessoas presentes na repartição pública, ambiente de trabalho de ambos“.
Após o exame da denúncia, o juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara de Registro, concordou com o ministério. “O Ministério Público apresentou descrição suficiente dos fatos criminosos relacionados à ofensa à integridade corporal“, lê-se na decisão, obtida pelo G1.
Com isso, Demétrius se torna oficialmente réu por tentativa de feminicídio. Agora, ele tem dez dias para apresentar sua defesa prévia. Anteriormente, ele já havia assumido a agressão. “Ele admitiu que agrediu a vítima e alegou que assim o fez por sofrer assédio moral“, afirmou o delegado do 1º Distrito Policial do município Fernando Carvalho Gregório em entrevista à TV Tribuna. Macedo foi preso na capital paulista na quinta-feira (23), quando foi encaminhado para Registro.
A defesa do réu também havia dado sua versão sobre o ataque. De acordo com uma nota encaminhada ao portal Metrópoles no domingo (26), Demétrius sofreria com “problemas de ordem psiquiátrica” desde 2020. Ele já teria apresentado episódios de delírios e surtos psicóticos. “É evidente que os acontecimentos do último dia 20/6 ocorreram em novo episódio psicótico, provavelmente com delírio persecutório, em meio ao qual, privado da razão, o procurador lamentavelmente veio a cometer os atos de lesão corporal que merecem o absoluto repúdio da sociedade”, argumenta o comunicado, assinado pelo escritório de advocacia Marco Antônio Modesto.