Nesta quarta-feira (23), o Departamento Penitenciário Nacional confirmou a morte de Elias Pereira da Silva. No Brasil, ele ganhou fama pelo apelido de Elias Maluco, um dos principais traficantes de drogas do Rio de Janeiro. Ele foi preso em 2002 por ter envolvimento no assassinato brutal do jornalista Tim Lopes, da TV Globo.
O corpo de Elias foi encontrado dentro da sua cela na Penitenciária Federal em Catanduvas, no Paraná. O site Uol entrou em contato com as autoridades e apurou que Silva apresentava sinais de enforcamento, mas a causa oficial da morte ainda não foi divulgada. O Depen anunciou que será feita uma perícia da Polícia Federal na vítima.
“A família foi comunicada pelo Serviço Social da unidade. O Depen informa, ainda, que preza pelo irrestrito cumprimento da Lei de Execução Penal e que todas as assistências previstas no normativo são garantidas aos privados de liberdade que se encontram custodiados no Sistema Penitenciário Federal”, comunicou em nota.
O delegado da Polícia Federal de Cascavel, Daniel Martarelli, revelou que foram encontradas cartas junto ao corpo de Elias. “A gente ainda tem que esperar o laudo pericial, mas diante da cena encontrada, pelas cartas e depoimentos dos agentes, tudo indica que foi um caso de suicídio”, afirmou. Ele também acrescentou que o detento ficava sozinho na cela.
Em entrevista para o site, a advogada Flávia Fróes, presidente do Instituto Anjos da Liberdade, falou que recebeu a notícia com muita surpresa, uma vez que Silva teria sinalizado interesse em fazer parte de um programa de reabilitação. “Estávamos em um processo com o Elias, que tinha pedido para ser inserido no processo de reintegração. O advogado pediu para falar com ele e informaram que ele não queria ser atendido. Estamos em estado de choque”, revelou.
Ainda em 2002, Elias Maluco também foi condenado por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Três anos depois, o traficante recebeu uma sentença de 28 anos e seis meses de prisão pelos crimes de homicídio, formação de quadrilha e ocultação de cadáver no caso Tim Lopes. Já em 2013, foi incluída em sua ficha uma nova condenação, por lavagem de dinheiro.
Na época em que foi morto, Tim Lopes produzia uma reportagem sobre abusos sexuais de menores de idade e tráfico de drogas nos bailes funk da Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro. Ele foi sequestrado, torturado e morto pela facção comandada por Elias Maluco. A operação das autoridades para prender o traficante mobilizou diversos policiais em mais de 50 horas de trabalho na favela da Grota, no Complexo do Alemão.