Unisa reintegra estudantes de medicina expulsos após decisão judicial; saiba detalhes

Decisão judicial deveria beneficiar apenas um dos alunos, mas foi estendida para os demais que participaram do ato

Estudantes de Medicina Unisa

Após uma liminar da 6ª Vara do Tribunal de Justiça de São Paulo, emitida nesta terça-feira (25), a Universidade Santo Amaro (Unisa) irá reintegrar os 15 estudantes de medicina que foram expulsos ao simularem uma “masturbação coletiva” durante um jogo de vôlei feminino, em abril deste ano.

Inicialmente, a ação havia sido ajuizada para beneficiar apenas um aluno, que alegou sequer ter sido ouvido pela Justiça. No entanto, foi estendida para todos os outros. “Hoje, o reitor suspendeu os efeitos das portarias que promoveram os desligamentos, e instaurou as sindicâncias com todas as observâncias próprias do devido processo legal, contraditório e ampla defesa, para apurar se houve ou não houve nenhum ilícito acadêmico. Se é caso de absolvição e punição, como mandam as regras do jogo”, informou Adilson José Vieira Pinto, advogado do referido aluno, ao jornal ‘O Globo’.

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O profissional acrescentou que a decisão “se prestou a prontamente restabelecer o direito do aluno a somente ser submetido a um processo quando observados os valores constitucionais respectivos. Além disso, restaurou o direito à educação, sendo que a Unisa teve a grandeza de reconhecer que isso deveria se estender a todos os demais estudantes”.

“A princípio não. Vamos deixar a Justiça prosseguir com as investigações. Os alunos vão ser reintegrados imediatamente. A Unisa se orgulha de ter sido uma das únicas universidades a tomarem providência, e vai receber os alunos de volta e vai resguardar o direito de defesa. Se for o caso, depois das investigações, vamos tomar outras providências cabíveis”, pontuou Carvalho.

O advogado disse ainda que a Universidade Santo Amaro implementou a campanha “tolerância zero contra o trote” e que busca apoio de outras faculdades de medicina para lançar uma campanha nacional. A Polícia Civil averigua o caso, e vai periciar as gravações e o ginásio onde os jogos ocorreram. A Delegacia de Investigações Gerais de São Carlos, no interior de São Paulo, também está investigando os estudantes.

Estudantes envolvidos foram expulsos da Unisa. (Foto: Reprodução/ Twitter)
Estudantes envolvidos serão reintegrados pela Unisa após decisão judicial. (Foto: Reprodução/ Twitter)

O delegado João Fernando Baptista comunicou que estão sendo agendados os depoimentos das alunas que integram a equipe de vôlei e que estavam em quadra no momento em que os alunos protagonizavam os atos obscenos. Elas devem ser ouvidas nos próximos dias.

O caso

Segundo o g1, o episódio aconteceu na CaloMed 2023, competição esportiva entre calouros de faculdades de medicina realizada em São Carlos, entre 28 de abril e 1° de maio. No entanto, ganhou repercussão apenas na semana passada, quando vídeos das cenas viralizaram nas redes sociais.

Nas imagens, mais de 20 homens aparecem correndo na quadra com calças abaixadas, encenando uma “Volta Olímpica”. Em outro vídeo, os estudantes presentes na plateia simulam uma masturbação, no que fora chamado de “punhet*ço”. Os alunos faziam parte do time de futsal da Unisa e abaixaram as bermudas, enquanto o time de vôlei feminino jogava contra a Universidade São Camilo. Nos vídeos, eles aparecem encostando as mãos nas próprias partes íntimas.

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Unisa se pronuncia

Em nota, a universidade afirmou que só tomou conhecimento das “gravíssimas ocorrências” na manhã do dia 18 de setembro, e tomou as devidas providências. “Assim que tomou conhecimento de tais fatos, mesmo tendo esses ocorrido fora de dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições, a Instituição aplicou sua sanção mais severa prevista em regimento”, disse a instituição de ensino

Ainda em comunicado, a Unisa apontou que está cooperando com as autoridades para as demais medidas e repudiou o ocorrido. “Considerando ainda a gravidade dos fatos, a Unisa já levou o caso às autoridades públicas, contribuindo prontamente com as demais investigações e providências cabíveis. A Unisa, Instituição com mais de 55 anos de história, repudia veementemente esse tipo de comportamento, completamente antagônico à sua história e aos seus valores”, concluiu a nota. Saiba mais detalhes, clicando aqui.

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