A morte brutal e precoce do norte-americano George Floyd, aos 46 anos, ganhou um novo desdobramento nesta segunda-feira (1º). De acordo com os resultados da autópsia independente, pedida pela família da vítima, a causa da morte do ex-segurança foi asfixia e perda de fluxo sanguíneo no cérebro após ter o pescoço prensado pelo joelho do policial Derek Chauvin.
O laudo foi divulgado pelos advogados que representam os parentes de Floyd durante uma coletiva de imprensa. “Na minha opinião, a causa da morte é asfixia devido à compressão do pescoço”, explicou Michael Baden, um dos especialistas que analisaram o corpo de George. Para ele, a compressão do joelho do policial sobre o pescoço do ex-segurança cortou o fluxo de sangue para o cérebro; o apoio nas costas da vítima também contribuiu para a asfixia. Sua conclusão é de que o caso trata-se de um homicídio.
Os novos resultados divergem do que foi concluído pelo legista do condado de Hennepin, no estado de Minnesota. Segundo os registros deste primeiro laudo, George não apresentava evidências físicas de asfixia. A causa da morte foi apontada como uma combinação da restrição policial, condições médicas preexistentes — uma doença arterial e hipertensão — e possível intoxicação.
Ben Crump, advogado da família, contestou essa versão, principalmente sobre possíveis problemas médicos. “George Floyd era um jovem saudável”, disse. O profissional ainda sugeriu anteriormente que a investigação do legista do condado de Hennepin poderia ter como objetivo criar uma narrativa falsa da prisão de Derek Chauvin.
Horas após a divulgação da autópsia independente de Floyd, o legista do condado de Hennepin divulgou os exames toxicológicos, afirmando que o ex-segurança morreu de parada cardiorrespiratória enquanto era imobilizado pela polícia, de acordo com o TMZ. Também foi dito que George tinha Fentanil em seu sistema, e que foi encontrado traços de “uso recente de metanfetamina”. A causa da morte foi classificada como homicídio.
No último dia 25, Floyd foi rendido por quatro policiais, acusado de ter tentado passar uma cédula de US$ 20 falsa para comprar cigarro. Ao ser imobilizado por Derek Chauvin, o ex-segurança implorou por ajuda, afirmando que não conseguia respirar, enquanto tinha o pescoço pressionado pelo joelho do policial durante 8 minutos e 46 segundos. Além de ser demitido junto com seus três colegas, Derek foi preso na sexta-feira e acusado de assassinato em terceiro grau.
Neste caso, as leis do estado norte-americano citam o criminoso como um indivíduo que não tem a intenção de matar, mas age com grande indiferença à vida humana, o que pode culminar na morte do outro. O crime é passível de até 25 anos de prisão.
O governador do estado, Tim Walz, colocou o procurador-geral Keith Ellison no comando da acusação, após pedidos da família de Floyd. O escritório do promotor de Hennepin foi acusado de atrasar desnecessariamente a denúncia contra Chauvin e de não incluir os outros três policiais que estavam no local no caso.
Desde a morte de George Floyd, os Estados Unidos têm presenciado protestos históricos em diversas cidades. Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas tomaram as ruas pedindo pelo fim da violência policial, do racismo e justiça para o caso do ex-segurança. Na web, os movimentos ganharam apoio — e doações — de diversos artistas, celebridades e grandes empresas.