Meses após ser acusado de estupro, abuso e canibalismo, Armie Hammer decidiu buscar ajuda. De acordo com a revista Vanity Fair, o astro de “Me Chame Pelo Seu Nome” deixou as Ilhas Cayman em 29 de maio para dar entrada em uma clínica por conta de seus problemas com álcool, drogas e com sexo.
Inicialmente, o ator foi flagrado no aeroporto acompanhado de sua ex-mulher, Elizabeth Chambers, e os três filhos. “Elizabeth e os filhos o deixaram lá e caminharam com ele até onde foi permitido. Houve muitos abraços e parecia emocionante”, relatou uma testemunha.
Uma fonte próxima afirmou que Hammer entrou em contato com Chambers no final de maio, mencionando que estava pronto para buscar tratamento e que gostaria de ficar numa instituição próxima de Orlando, na Flórida, até que estivesse saudável. De acordo com dois insiders, após receber o apoio da atriz e de sua família, Armie teria dado entrada na clínica em 31 de maio e já estaria há uma semana no local.
Segundo um amigo da família de Armie, o astro “está empenhado em ficar saudável e ter a guarda de seus filhos”. Já um amigo próximo do artista opinou que essa atitude de Hammer seria algo bastante positivo. “Esse é um claro sinal de que ele está tomando o controle de sua vida novamente e que sabe que esse é um passo em direção ao seu bem-estar completo”, relatou.
O amigo de Hammer ainda saiu em defesa dele: “Todos olham para o Armie pensando que ele teve uma vida privilegiada de certa forma – e isso deveria significar que não houve problemas na sua juventude e que tudo foi legal. Mas essa não é necessariamente a maneira que as coisas são. Só porque você veio de uma criação em que recursos financeiros eram abundantes, não significa que é uma vida sem problemas”.
Os advogados de Armie Hammer foram procurados pela Vanity Fair, no entanto, não se manifestaram para a revista. Os representantes de Elizabeth Chambers também não retornaram o contato.
Entenda o caso
Desde o início de 2021, Armie Hammer vem sendo acusado de estupro, abuso e canibalismo, após algumas supostas mensagens suas serem divulgadas nas redes sociais. Em uma delas, o ator teria deixado claro que queria “beber o sangue” de uma das vítimas. A partir de então, novos relatos começaram a surgir na web, todos cercados de detalhes sórdidos por parte do astro de “O Agente da U.N.C.L.E”.
A repercussão do caso fez com que sua ex-namorada, Paige Lorenze, expusesse detalhes de situações dolorosas às quais foi exposta durante o relacionamento com o ator, como quando ele teria mutilado o corpo dela, na região próxima à vagina. Com a polêmica, até a ex-mulher de Hammer, a atriz Elizabeth Chambers, se posicionou a favor das vítimas e se disse “devastada” pelos chocantes relatos, que tiveram muitos desdobramentos…
Vítima relata estupro em coletiva de imprensa
Em uma coletiva de imprensa no dia 18 de março, uma mulher chamada Effie afirmou ter sido vítima de Hammer, detalhando uma série de agressões e um estupro cometidos pelo ator. “Eu pensei que ele ia me matar”, disse ela, que ficou em prantos no vídeo. “Em 24 de abril de 2017, Armie Hammer me estuprou violentamente por mais de quatro horas em Los Angeles”, relatou.
“Ele bateu minha cabeça repetidamente contra uma parede, machucando meu rosto. Ele também cometeu outros atos de violência contra mim, aos quais eu não dei consentimento”, detalhou ela. De acordo com a Variety, Effie disse que Armie teria batido em seus pés “para que eles doessem”, e que ela teria tentado fugir, “mas ele não me deixava”.
Segundo Effie, ela tinha apenas 20 anos quando conheceu Hammer pelo Facebook. “Me apaixonei por ele instantaneamente”, admitiu a jovem, que hoje reconhece que foi alvo de algumas “claras táticas de manipulação”. Em seu depoimento, a denunciante apontou que o artista “frequentemente testaria a devoção dela a ele”, e deixou claro: “Ele me abusou mentalmente, emocionalmente e sexualmente”.
Muitos associaram Effie à pessoa que comanda o perfil “HouseofEffie” – um dos primeiros a expor relatos e DMs de Armie Hammer, em que o ator demonstrava um comportamento violento e até mesmo canibal com muitas mulheres. Contudo, a advogada Gloria Allred não confirmou se tratava-se da mesma pessoa.
Defesa do astro nega acusações
Após a audiência pública de Effie, Andrew Brettler, um advogado de Armie, emitiu um comunicado negando as acusações. Segundo a defesa, ela teria enviado mensagens de texto com conteúdo sexual para o ator até julho do ano passado. “As próprias correspondências com o sr. Hammer enfraquecem e refutam as acusações revoltantes dela. Recentemente, em 18 de julho de 2020, [ela] enviou textos explícitos para o sr. Hammer lhe dizendo o que ela queria que ele fizesse com ela. Sr.Hammer respondeu deixando claro que ele não queria manter esse tipo de relacionamento com ela”, disse a nota.
Brettler prosseguiu dizendo que Hammer pretendia dar sua versão da história e alegou que houve consentimento. “Desde o dia um, o sr. Hammer sustentou que todas as suas interações com [Effie] – e com todas as outras parceiras sexuais dele – têm sido completamente consensuais, discutidas e concordadas com antecedência, e mutuamente participativas. A busca por atenção da [Effie] e sua tentativa legal imprudente apenas tornarão mais difícil que verdadeiras vítimas de violência sexual tenham a justiça que merecem”, concluiu o comunicado.
Polícia investiga o astro
Também em 18 de março, o departamento de polícia de Los Angeles (LAPD) anunciou que estava investigando Armie Hammer, devido às acusações de estupro e abuso sexual. As autoridades confirmaram o inquérito ao Page Six, explicando que o caso começou a ser averiguado em 3 de fevereiro, quando “um membro da comunidade” fez uma denúncia de agressão sexual.
Não se sabe se a investigação da polícia de Los Angeles foi motivada pelas acusações de Effie, mas a advogada da jovem disse ter entregado evidências do abuso para as autoridades. De qualquer modo, uma fonte da polícia revelou que o inquérito seria enviado à promotoria, e a unidade de crimes sexuais analisaria se dariam ou não seguimento nas acusações criminais oficiais. Caso seja considerado culpado, Hammer poderia ficar até oito anos atrás das grades.