O suspeito de assassinar a universitária Mayara Roquetto Valentim, de 23 anos, em São João da Boa Vista (SP), foi preso nesta quarta-feira (18). Michael Douglas da Silva, de 28 anos, é considerado o provável responsável pelo crime que aconteceu no último domingo (15), além da tentativa de homicídio contra uma vizinha dele, 24 horas antes do ataque contra a estudante de biologia.
A Polícia Civil revelou que o rapaz foi encontrado se escondendo em uma área de mata na Serra da Paulista, entre São João da Boa Vista e Águas da Prata. Ele sofre de esquizofrenia e teria dado tiros contra a vizinha no sábado (14), quando sua arma falhou. O suspeito, então, teria ido se esconder na região da Serra Paulista, local em que Mayara foi morta com 28 facadas.
A prisão ocorreu por volta das 11h, em uma união entre a Polícia Civil e o Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da Polícia Militar de Piracicaba (SP). “A equipe do rádio patrulhamento I-24102, deparou-se com o indivíduo que, ao avistar os policiais, se evadiu para uma área de mata. As Equipes de Ações Especiais de Polícia realizaram o cerco no local e adentraram a área de mata e se depararam com o suspeito, ele se evadiu para o outro lado onde foi capturado por equipes da Polícia Civil“, disse o Baep, em nota.
Segundo a polícia, Michael já tinha tentado matar seu padrasto. A procura ocorria desde segunda-feira (16), com cães farejadores, a Guarda Municipal e 45 policiais civis e militares. Ele foi levado até a Delegacia Seccional de São João da Boa Vista e segue sem advogado de defesa.
O suspeito também teria em seu quarto imagens de suásticas e menções a Lázaro Barbosa — homem que movimentou uma busca enorme em Ceilândia (DF), após matar uma família e fugir pelo meio da mata por 20 dias. Ele foi morto ao trocar tiros com a polícia.
Relembre o crime
Na noite desta segunda-feira (16), a universitária Mayara Roquetto Valentim, de 23 anos, foi encontrada morta na estrada da Serra da Paulista, em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. Segundo informações da Polícia Civil, Mayara foi encontrada por volta das 11h, após sair para uma caminhada no fim de semana. Os familiares teriam estranhado a demora e então tentaram contatá-la, sem sucesso. Na sequência, o desaparecimento da universitária foi relatado às autoridades.
Com o auxílio de agentes da Polícia Civil, a família promoveu buscas, com amigos da jovem, na área da mata em que ela costumava caminhar. A estrada da Serra da Paulista, onde o corpo foi encontrado, tem mais de 18 km de extensão e faz parte do circuito da Caldeira do Vulcão de Poços de Caldas e do Caminho da Fé. O local é bastante frequentado por moradores da cidade.
Em meio à floresta, um amigo da família identificou o corpo de Mayara, que apresentava ferimentos de faca no braço, mão, tórax e cabeça. A jovem estava em uma ribanceira onde havia diversas pedras. Na sequência, o corpo dela foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de São João da Boa Vista.
Segundo o UOL, os familiares de Mayara apontam que a universitária era muito querida por todos e não tinha inimigos. “A Mayara era uma pessoa sempre preocupada com os animais, com o meio ambiente e com o próximo. Sempre fazia de tudo para deixar as pessoas bem. Ela gostava de curtir a vida e tinha o propósito de deixar as pessoas mais humanas, de aceitar as pessoas como elas são. A Mayara era uma irmã e amiga muito querida por todos”, recordou Marcela Valentim, irmã da vítima.
Mayara cursava ciências biológicas na Unicamp, em Campinas, onde morava desde 2017. Ela passava o fim de semana na casa dos pais em São João da Boa Vista quando foi assassinada.