Gisele Bündchen nem é gente, é um ANJO! Bruno Rocha, o nosso Hugo Gloss, conversou com a über model sobre seu novo projeto, o livro “Nutrir: Receitas Simples Para Corpo e Alma”. Os dois se encontraram no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, quando a musa veio ao Brasil, no início do mês, para divulgar o lançamento.
A brasileira contou de onde surgiu a ideia para o livro, o seu tema central e como mudou a vida por completo através da alimentação. Gisele revelou, ainda, qual seu truque matinal e uma medida que tomou com o celular para evitar o estresse diário e o lado tóxico das redes sociais. Não há mulher mais linda que ela, viu?!
A origem do livro
Sobre o livro de receitas, publicado em 26 de março, Bündchen esclareceu o que a levou a compartilhar suas experiências. O projeto, inclusive, já alcançou a segunda posição dos mais vendidos do New York Times. “Eu acho que a nossa saúde é a nossa maior riqueza. Eu acho que, se a gente não tem a nossa saúde, a gente realmente não tem como estar bem. Eu sou uma pessoa que adora dividir as coisas que me fazem bem. Eu sou canceriana, sou super da família, da casa. Se alguma coisa faz bem pra mim, eu quero que todo mundo possa saber disso. E assim foi com o livro”, explicou.
Além da influência da família, Gisele viu a necessidade de ajudar mães que se sentem sobrecarregadas no dia a dia: “Eu já dividia as receitas com as minhas irmãs. E eu tenho também várias mães da escolinha dos meus filhos… As crianças iam brincar lá em casa e eles falavam que comiam vegetais na minha casa. E as mães perguntavam: ‘Como é que você fez meu filho comer vegetal?’. Eu dizia: ‘É fácil, é só colocar aquilo'”.
O segredo do livro, segundo ela, é o “planejamento da refeição”. “Eu comecei a ver que tinha um espaço que as pessoas se sentiam, especialmente as mães, muito sobrecarregadas, e não sabiam nem onde começar na cozinha, então acabavam alimentando de uma forma mais rápida que, de repente, não era a forma mais nutritiva para as crianças”, detalhou.
A modelo explicou que a obra fala sobre sua alimentação, mas também sobre a filosofia de vida que ela traz consigo. “As pessoas deviam estar imaginando: ‘O que a Gisele tá fazendo com um livro de receitas… O que é isso? Não tem nada a ver com o que ela faz!’. Mas, na verdade, tem muito a ver com o que eu faço. Como nada é mais importante que minha saúde, meu corpo, como meu templo. A forma como eu me alimento tem tudo a ver com como eu vou me sentir, com a energia que eu tenho durante o dia e eu quero poder dividir isso. Tem o alimento, mas tem toda a minha filosofia de vida”, disse.
Ela afirmou, ainda, que se sente melhor do que nunca, no auge dos 40 anos: “É por isso que eu chamo de ‘Nutrir’, porque são vários elementos que dão um suporte para a gente se sentir melhor. E eu divido um pouco dessa minha história, dessa minha jornada de encontrar todas essas ferramentas que façam com que eu possa me nutrir, me sentir bem. E hoje, com meus 40 anos, eu me sinto muito melhor do que com meus 20”.
Virada de chave
Gisele expôs que começou a mudar os hábitos e cuidar da saúde quando se viu no “fundo do poço” – incluindo ataques de pânico e depressão na juventude. “Eu estava na rodinha do hamster e não estava percebendo. Sabe quando você está fazendo as coisas no piloto automático? Eu não estava consciente do que estava me alimentando, eu não estava descansando. Eu estava dois dias num país, dois dias aqui, três dias ali, vivendo fora de uma mala. Eu não estava dentro do meu corpo, não estava presente. Eu tive ataques de pânico, tive depressão nos meus 22, 23 anos”, lembrou.
“Fiquei um ano e meio nessa situação bem complicada. Era bem difícil pra mim, e foi assim: ou eu ia mais pro fundo do poço, que na minha visão não tinha como ir mais, ou tinha que achar a solução para aquilo. Depois de ir em vários especialistas que me receitavam remédios, e eu nunca fui de tomar remédio… Eu vim de uma família que tinha chá para tudo. Era a natureza, o poder da natureza de nos curar. Eu não ia fazer uma coisa que para mim não era natural”, prosseguiu.
Foi quando, de acordo com a modelo, ela encontrou um profissional que apontou os “erros” em sua rotina e deu um start na mudança. “Então finalmente encontrei esse médico naturopata. Foi a primeira vez na minha vida que eu conectei o alimento como alguma coisa que estava criando. Não só o alimento, mas os hábitos que eu estava vivendo, as coisas que eu estava escolhendo, estavam me deixando doente emocionalmente, fisicamente, tudo. O meu sistema nervoso, hormonal estava completamente desequilibrado. E, por isso, que eu estava vivendo esses ataques de pânico e essa depressão”, discorreu.
Mudança de hábitos
Bündchen relembrou, ainda, como o cigarro, a cafeína e as bebidas alcoólicas também influenciavam seu dia de forma negativa: “Eu fumava um maço de cigarro por dia, e à noite, eu estava assim porque eu estava bebendo café. Depois que eu comia um monte de comida, tipo batata frita, bife, junk food, qualquer coisa que parasse na minha frente, depois que eu comia tudo isso, eu ficava cansada e bebia mais café para levantar, pra dar um up. Quando eu chegava em casa, à noite, estava tremendo de tanto café que eu tinha tomado. Aí eu bebia um vinho para conseguir descansar. Eu fazia isso todo santo dia. Não tem sistema que aguente”.
A mudança de hábitos completa e brusca, no entanto, foi um mega desafio para Gisele. “Eu aprendi que os desafios são oportunidades disfarçadas. Nas primeiras duas semanas, eu achei que ia morrer, porque eu estava tendo dores de cabeça que eu nunca tive na vida. É que eu não sabia o que era, porque eu parei tudo num dia. Eu sou muito disciplinada, porque eu acho que a disciplina, ela traz a liberdade. É você que vai fazer essas escolhas. Eu estava acostumada com essa forma de viver que pra mim era natural”, refletiu.
Apesar da dificuldade, o resultado valeu a pena e continua a influenciando até hoje. “Agora, ao invés de você acordar de manhã, tomar um mocha frappuccino com cigarro, você vai meditar, você vai sair para correr. A minha alimentação naquela época era só proteína animal, qualquer salada, qualquer vegetal verde. Nozes, amêndoas, caju, essas coisas. Mas eu queria tanto me sentir melhor que eu falei assim: ‘Qualquer sacrifício, nesse momento, vale a pena’. Depois de três meses assim, o meu paladar mudou completamente. Eu não tinha nem vontade de comer as coisas que eu comia antes, tudo mudou na minha vida, tudo”, acrescentou.
Ela também cortou o cigarro, a bebida e o açúcar – um com mais facilidade do que o outro. Além de mudar a alimentação, Gisele adotou a meditação e diversificou as atividades físicas. De acordo com ela, a transformação total de sua vida, iniciada através da comida, também impactou numa mudança no seu círculo de amigos.
“Eu comecei a ver que as escolhas que eu estava fazendo é que estavam criando a minha realidade. Eu nunca mais fumei, mas eu bebia um pouquinho. De vez em quando, em uma festinha de aniversário de alguém, ainda bebia uma bebida. Eu comecei a malhar todo dia e depois eu meio que entrei em uma outra vibe, outra frequência, tudo mudou e eu fiquei mais consciente. Fiquei mais presente, fiquei mais feliz. Os meus relacionamentos mudaram. Eu olhava e pensava: ‘Gente, olha essas pessoas que estão ao meu redor’. É como se eu tivesse trocado uma frequência do rádio. A frequência atrai coisas diferentes. Pessoas diferentes”, argumentou.
Segredo matinal
Gisele também revelou seu “segredo matinal”. A modelo é adepta da técnica de bochechar óleo de coco: uma tradição indiana, que segundo ela, traria benefícios à saúde. “O nosso paladar muda, quando a gente vai escolhendo outras coisas. Eu não consigo comer açúcar branco. Eu uso ou mel, ou açúcar de coco. É muito bom bochechar óleo de coco de manhã. Eu li num Ayurveda, tinha um livro. Porque eu adoro saúde. O que eu quero para a minha vida, é viver o maior tempo possível, me sentindo o melhor possível. Eu não quero chegar com 80, 90 anos e estar sem caminhar, eu quero estar bem!”, ponderou.
Influência da tecnologia e medida preventiva no celular
Para a über model, uma carga exagerada de informações e estímulos é uma das principais causas do estresse e também influencia no seu bem-estar. “A gente está sendo bombardeado o tempo inteiro por tanta coisa. Eu acho que tanta informação, e a gente está o tempo inteiro sentindo a necessidade de estar on, porque senão a gente está perdendo alguma coisa ou não está sendo responsável. E a gente acaba entrando nesse ciclo vicioso”, refletiu.
Questionada por Bruno Rocha, ela falou sobre as redes sociais e explicou por que não segue ninguém no Instagram. “Por que eu não gosto de passar muito tempo na rede social. Quando eu quero saber alguma coisa, eu gosto do YouTube, para ser bem honesta, porque eu acho que tem um conteúdo mais profundo. Eu posso aprender e você não tem que ver o que você não quer. Você pode absorver mais coisa”, justificou.
A modelo revelou, ainda, que precisou tomar uma “medida drástica” para diminuir o uso do celular na sua casa – incluindo nos aparelhos dos filhos. Ela é mãe de Benjamin, de 14 anos, e Vivian, de 11, frutos do casamento com Tom Brady. “Eu me via com o celular fazendo assim e depois de uma hora você está ali. Eu podia estar fazendo tanta coisa nessa uma hora! Sabe que eu fiz no meu celular? Igual tenho nos dos meus filhos, eu tenho a hora que você começa a poder usar o celular de manhã e a hora que acaba de noite. Ele desliga. Às dez horas, os eletrônicos desligam. O da minha filha às oito e o do meu filho às nove. E eu coloco para carregar no banheiro”, contou.
“Eu só tenho 24 horas no dia e a vida vai passando. Eu quero estar presente no momento. Eu não sou uma pessoa que gosta de falar no telefone. As minhas irmãs até reclamam, porque eu não gosto disso. Eu gosto de estar com a pessoa, de viver o momento. Eu não sou do eletrônico, sou do papel, caneta e livros”, concluiu.
Assista à entrevista completa:
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