Agnes Tirop, recordista mundial de atletismo, é encontrada morta aos 25 anos, no Quênia; saiba detalhes

Agnes Tirop

Muita tristeza… Nesta quarta-feira (13), a atleta Agnes Tirop foi encontrada morta em sua casa, na cidade de Iten, no Quênia. A esportista, de apenas 25 anos, era a atual recordista na modalidade da corrida de 10 mil metros, além de já ter recebido duas medalhas de bronze no campeonato mundial. O marido de Agnes é considerado suspeito no caso.

De acordo com a BBC, o pai de Agnes reportou à Polícia que a filha estava desaparecida na noite desta terça-feira (12). Mas, quando os agentes chegaram na casa da jovem, já a encontraram morta. “Quando [a polícia] chegou na residência, eles encontraram Tirop na cama e havia uma piscina de sangue no chão”, disse o chefe da polícia local, Tom Makori. Segundo relatos, Tirop levou facadas no pescoço e outra no estômago.

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Agnes Tirop tinha apenas 25 anos e uma carreira brilhante no atletismo. (Foto: Reprodução/Instagram)

“Eles viram que ela tinha sido apunhalada no pescoço, o que nos leva a acreditar que era um ferimento feito com faca, e acreditamos que isso causou a morte dela”, acrescentou Mokori. O caso é investigado pela polícia, enquanto espera-se que as câmeras de segurança tragam mais respostas para o que houve. Ainda não se sabe o paradeiro do marido de Agnes.

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“O marido dela ainda está foragido, e as investigações preliminares apontam que ele é um suspeito porque ele não foi encontrado. A polícia está tentando localizar o marido dela para que ele consiga explicar o que aconteceu com Tirop”, afirmou o oficial.

Grande destaque no esporte

Agnes teve uma grande ascensão nos seus primeiros anos no esporte, e em 2015, ganhou o Campeonato Mundial Sênior de Cross-Country, na China, tornando-se a segunda pessoa mais jovem a levar o ouro. A atleta já ganhou duas medalhas de bronze na corrida de 10.000 metros no Campeonato Mundial de Atletismo, nos anos de 2017 e de 2019. Já nas Olimpíadas de Tóquio, por 0,75 segundos, ela ficou na quarta colocação da final de 5.000 metros feminino.

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Mais recentemente, em setembro, Tirop quebrou o recorde mundial de corrida de rua feminina de 10.000 metros, na Alemanha. Após completar a prova no tempo de 30 minutos e 1 segundo, a atleta diminuiu em 28 segundos a última melhor marca já registrada, batendo o recorde que estava estabelecido desde 2002.

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Agnes Tirop havia se tornado recordista mundial de sua modalidade em setembro de 2021. (Foto: Reprodução/YouTube)

Presidente, autoridades e colegas do esporte lamentam

A trágica morte de Agnes Tirop causou muita comoção no mundo dos esportes. O órgão regulador do atletismo no Quênia lamentou a tragédia num comunicado. “Estamos angustiados em descobrir sobre a morte precoce da medalhista de bronze dos 10.000 metros, Agnes Tirop”, disseram no texto, que ainda registrou como aquela era uma perda enorme para o país. “O Quênia perdeu uma joia que era uma das gigantes do atletismo de mais rápida ascensão no cenário internacional, graças às suas atraentes performances nas pistas”, afirmaram.

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, também expressou seu pesar pelo caso. “É perturbador, totalmente lamentável e muito triste que nós perdemos uma jovem e promissora atleta, que na curta idade de 25 anos, trouxe tanta glória para o nosso país”, disse ele. “É ainda mais doloroso que Agnes, uma heroína queniana em todas as medidas, perdeu sua jovem vida dolorosamente através de um ato criminoso perpetuado por alguém covarde e egoísta”, disparou.

O chefe de Estado ainda deixou seu incentivo às autoridades do país, para que resolvam o caso o quanto antes. “Eu exorto nossas agências de forças de segurança a rastrearem e apreenderem os criminosos responsáveis pela morte de Agnes, para que eles encarem a força total da lei”, declarou Kenyatta.

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Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, também expressou a tristeza dessa perda. “Estou profundamente chocado pela trágica morte de Agnes Tirop, um talento jovem e brilhante. Seu desempenho nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 deram esperança e inspiração para muitas pessoas. Meus pensamentos vão para a comunidade olímpica queniana, e especialmente à família e aos amigos dela”, escreveu ele.

A Adidas, uma das maiores patrocinadoras de Agnes, se pronunciou sobre a trágica notícia na tarde de hoje. “Agnes era uma pessoa incrível, uma atleta recordista, e uma amada integrante da nossa família. Ela fará muita falta para todos nós e o legado dela seguirá vivo nas nossas memórias”, afirmou a empresa esportiva.

O agente esportivo Michel Boeting, que já trabalhou com vários astros quenianos do atletismo, celebrou o legado de Agnes e o carisma que ela tinha. “Nós jamais veremos novamente aquele majestoso estilo de corrida. Nós nunca mais veremos você levantando seus braços em comemoração. Mas o pior de tudo é que nós nunca mais veremos seu belo sorriso novamente. Você era realeza. Foi um prazer conhecer você”, escreveu ele.

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A notícia reverberou até mesmo no Brasil, com figuras políticas nacionais e outras personalidades expressando sua revolta pela morte e, principalmente, pela suspeita de um feminicídio. Veja reações abaixo: