Paralimpíadas: Nadadora dos EUA perdeu as pernas após pais amarrarem bomba em seu corpo quando era bebê

Fotojet (15)

Mais que a oportunidade de torcer nas disputas esportivas, as Olimpíadas e Paralimpíadas dão espaço para o mundo conhecer as histórias de atletas que nem sempre têm a atenção merecida da mídia. Exemplo disso é a nadadora paralímpica dos Estados Unidos Haven Sheperd, de 18 anos. Em entrevista para a revista People, a jovem, que nasceu no Vietnã, revelou ter perdido as pernas após uma bomba ser amarrada em seu corpo pelos próprios pais quando ela era apenas um bebê.

Haven é fruto de um caso extraconjugal entre seus pais biológicos. Os dois acreditaram que a única saída para escaparem dos julgamentos e sanções da sociedade conservadora vietnamita era um suicídio em família. Eles então amarraram a bomba na criança, que na época tinha apenas um ano e dois meses de vida, e a abraçaram antes de acionar o explosivo. Foi dito à nadadora que ela foi lançada no ar por causa da força da bomba, e consequentemente teve as duas pernas amputadas abaixo do joelho devido à gravidade dos ferimentos.

Seus pais biológicos morreram, e Haven foi adotada seis meses depois da tragédia pelo casal Rob e Shelly Shepherd. Apesar de ter tudo para ficar traumatizada pelo ocorrido, a atleta garantiu que não guarda qualquer tipo de mágoa. “É uma vida que nunca vivi, não me lembro dela. Eu só perdi minhas pernas, poderia ter perdido minha vida”, argumentou.

Haven Sheperd tem outros seis irmãos e irmãs que sempre foram grandes entusiastas dos esportes. Quando ganhou suas primeiras pernas protéticas adaptadas para corrida, a atleta começou a praticar a modalidade… e descobriu que odiava o esporte. Na piscina de sua casa, ela encontrou sua paixão pela natação e recebeu todo o apoio de Rob e Shelly. “Meus pais me deram o mundo e me colocaram em todos os esportes. Sou muito grata a eles por terem me salvado”, disse.

Continua depois da Publicidade

A jovem representará os Estados Unidos nadando os 100 metros costas pela classe SB7, e os 200 metros pela classe SB8. “Se eu sair de Tóquio com a cabeça erguida, isso vale mais para mim do que uma medalha de ouro. Fé é acreditar sem ver, e tenho a convicção de que vou me sair bem”, refletiu Haven. Além de sua atuação como nadadora, Sheperd tem investido cada vez em sua carreira como modelo, buscando inspirar outras mulheres sobre a autoaceitação de seus corpos como são. “Percebi que não existe corpo perfeito, poucas pessoas têm esse tipo de corpo e esse estilo de vida”, comentou.