As investigações sobre o acidente que tirou a vida da cineasta Halyna Hutchins no set de “Rust” continuam. Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (27), em Santa Fé, na Califórnia, EUA, o xerife Adan Mendoza compartilhou novos detalhes do caso que abalou Hollywood.
Segundo a polícia norte-americana, a munição presente na arma disparada por Alec Baldwin, que também feriu o diretor Joel Souza, era real. Mendoza ressaltou que ainda “é muito cedo na investigação para comentar as acusações”, mas revelou que, durante as buscas, conseguiram recuperar as munições e armas que estavam no set e, ainda, o projétil que atingiu Souza no ombro.
Após o exame de balística, foi confirmado que a bala saiu da arma que estava nas mãos de Baldwin, um revólver Colt de calibre 45. “Durante a investigação inicial, foi determinado que o ator e produtor Alec Baldwin foi a pessoa que disparou a arma. Identificamos duas outras pessoas que manusearam e/ou inspecionaram a arma carregada antes de Baldwin disparar … todos os três indivíduos cooperaram na investigação e forneceram depoimentos”, declarou Adan.
As pessoas que manusearam a arma antes de ela ser entregue a Baldwin foram identificadas como a armeira (profissional que repara, modifica, projeta e fabrica armas) Hannah Gutierrez Reed e o assistente de direção do filme, Dave Halls. A pistola utilizada pelo astro, no entanto, não era a única presente no set de filmagens – outras duas armas, um revólver de ação única que pode ter sido adulterado e um revólver de plástico, também foram apreendidas.
“Por meio da execução de mandados de busca e apreensão, coletamos cerca de 600 evidências. Isso inclui, mas não está limitado a, três armas de fogo, aproximadamente 500 cartuchos de munição e várias peças de roupas e acessórios. Acreditamos que temos em nossa posse a arma de fogo disparada pelo Sr. Baldwin”, observou o xerife. Os 500 cartuchos de munição incluíam peças vazias, falsas e reais. “Uma arma foi entregue ao Sr. Baldwin. A arma é funcional e disparou uma rodada viva [balas de verdade]. Sabemos que houve uma rodada de disparos reais e suspeitamos que houve outros disparos reais, mas isso será determinado com testes. Vamos determinar, ainda, como essa arma carregada chegou até Alec Baldwin, onde não deveria estar”, reforçou Adan.
Quando questionado por jornalistas sobre a segurança no set de “Rust”, Mendonza fez uma crítica velada aos responsáveis pela produção e, também, à Hollywood. “Obviamente, acho que a indústria tem um histórico de segurança. Acho que houve alguma complacência neste set. E acho que há algumas questões de segurança que precisam ser tratadas pela indústria e, possivelmente, pelo Estado do Novo México [onde as gravações foram feitas]”, concluiu. Assista:
Xerife responsável pela investigação do caso Alec Baldwin diz que munição disparada foi recuperada e aparenta ser uma bala real.
Adan Mendoza disse que outras prováveis munições reais foram apreendidas no set.
“Se determinarmos que houve um crime, prisões serão feitas.” pic.twitter.com/rw2L6Djvl6
— Metrópoles (@Metropoles) October 27, 2021
Na coletiva, o xerife ainda comentou o comportamento de Baldwin. Após a tragédia, o ator foi visto às lágrimas no set e muito abalado após prestar depoimento sobre o acidente. “Geralmente, ele [Alec] tem cooperado com a investigação. Não vou comentar sobre minha percepção de seu comportamento”, declarou o policial, cortando o assunto. Baldwin, no entanto, já se manifestou sobre o ocorrido – confira a íntegra.
As autoridades ainda afirmaram que executaram um mandado de busca e apreensão para recuperar o que foi gravado pelas câmeras que rodavam no dia. No entanto, não encontraram nenhum registro do acidente fatal. O xerife também confirmou que não houve qualquer decisão sobre as potenciais acusações aos envolvidos no episódio. “A investigação continuará e se o Gabinete do Xerife determinar que um crime ocorreu e existe uma causa provável, uma prisão ou prisões serão feitas e as acusações serão feitas. Caso contrário, concluiremos nossa investigação e encaminharemos a investigação completa e as evidências ao promotor público para revisão”, concluiu Mendonza.
A promotora do condado de Santa Fé, Mary Carmack-Altwies, também participou do encontro com jornalistas e pontuou que, no momento, os investigadores não podem determinar se houve negligência no caso. Ela insistiu que, atualmente, a polícia não acredita que há motivo para apressar um julgamento, já que a apuração dos fatos não foi concluída. “É um caso complexo, que exigirá muitas pesquisas, análises e revisões jurídicas”, afirmou. Assista à coletiva completa: