Quatro anos após a estreia de “Liga da Justiça”, Gal Gadot deu mais detalhes sobre a relação de trabalho abusiva que sofreu com o diretor Joss Whedon. Em entrevista à revista Elle, publicada nesta segunda-feira (18), a intérprete da Mulher-Maravilha contou como se sentiu ao ser ofendida pelo profissional, e relatou a reação da Warner Bros., empresa por trás dos filmes, com a situação.
Uma reportagem do The Hollywood Reporter, de abril de 2021, trouxe luz aos abusos que aconteceram nos bastidores da produção da DC. Segundo fontes, Gadot tinha preocupações sobre sua personagem no filme, já que ela estaria muito mais agressiva que a versão do longa “Mulher-Maravilha”, também de 2017.
Whedon não aceitou bem as sugestões, e rebateu as reclamações da atriz. “Ele a disse que era o diretor e que ela iria calar a boca e dizer as falas, e que ele poderia fazê-la parecer incrivelmente idiota nesse filme“, contou a fonte. Em entrevista ao Israeli TV, em maio, a estrela confirmou a experiência negativa. “Eu tive meus problemas com o Joss e eu lidei com eles. Ele meio que ameaçou minha carreira e disse que, se eu fizesse algo, ele se asseguraria que minha carreira seria miserável“, contou Gadot.
Agora, na nova entrevista, ela deu mais detalhes de sua reação no caso. “Eu reclamei assim que aconteceu. E tenho que dizer que os executivos da Warner Brothers tomaram conta da situação… Voltando ao senso de justiça que eu tenho… quando algo assim acontece, você fica tonta, porque não consegue acreditar que aquilo foi dito para você“, se abriu a artista.
“Se ele disse isso pra mim, com certeza disse para muitas outras pessoas. Eu só fiz o que senti que deveria fazer, que foi contar para as pessoas que isso não era legal“, completou. Consequentemente, Whedon foi envolvido em uma investigação por má conduta no local de trabalho no set do longa, e já foi acusado de intimidação e assédio por outros membros do projeto.
Gadot ainda refletiu: “Eu teria feito a mesma coisa, eu acho, se eu fosse um homem. Agora, ele teria me dito o que disse se eu fosse um homem? Eu não sei. Nunca saberemos. Mas meu senso de justiça é muito forte. Eu fiquei chocada com a maneira que ele falou comigo. Mas tanto faz, já foi. São águas passadas“.
“Liga da Justiça” foi originalmente dirigido por Zack Snyder. O profissional precisou se retirar da função em maio de 2017, apenas seis meses antes do lançamento, devido a uma tragédia familiar. Ele, então, foi substituído por Whedon, roteirista de “Vingadores”, que fez grandes mudanças, tanto visualmente, como no tom do filme.
Acusações de Ray Fisher
Em julho de 2020, Ray Fisher, que deu vida ao Ciborgue no longa de 2017, fez duras críticas à produção de “Liga da Justiça”. O ator apontou que Whedon teria desempenhado um comportamento inadequado e que esse recebia permissão dos produtores Jon Berg e Geoff John. “O tratamento de Joss Whedon com o elenco e a equipe de ‘Liga da Justiça’ foi grosseiro, abusivo, não profissional e completamente inaceitável. Ele foi permitido, de várias maneiras, por Geoff Johns e Jon Berg“, escreveu em um post no Twitter.
A Warner chegou a abrir uma investigação interna em agosto, mas acusou o ator de não colaborar com as averiguações. “O Sr. Fisher insistiu que a WarnerMedia contratasse um investigador independente. Este investigador tentou várias vezes se encontrar com o Sr. Fisher para discutir suas preocupações, mas, até o momento, ele se recusou a falar“, afirmou a empresa. Ray negou e até divulgou um print de um e-mail que trocou com sua própria equipe, dizendo que o investigador seria da própria Warner Bros. e que a companhia estaria tentando tirar seu crédito.