Mesmo um ano após ter Covid-19, a cantora mexicana Yuri ainda sofre com sequelas da doença. Recentemente, em entrevista ao programa “Hoy”, da Televisa, ela revelou que foi diagnosticada com uma rara condição chamada de disautonomia. De acordo com a BBC News, a disfunção está associada a casos da chamada “Covid longa”.
Segundo Yuri, o diagnóstico veio após o retorno de alguns dos sintomas, que afetam o sistema nervoso dos pacientes. “Algumas sequelas no sistema nervoso (…) voltaram há três semanas, eu estava bastante doente. Graças a Deus consegui detectar a tempo, fui a um neurologista, dois neurologistas, que detectaram que tenho disautonomia, que não é fatal, mas é muito difícil”, contou a artista.
Muitos ficaram preocupados com o estado de saúde da cantora, depois de serem informados sobre a doença. Contudo, através das redes sociais, ela tranquilizou a todos. “Eu estou melhor, não se preocupem. Deus tem o controle. Como estão todos os fãs preocupados? Relaxem. Tudo está sob controle. Deus está sempre conosco. A única coisa que Ele quer é que tenhamos fé”, disse ela.
Segundo a BBC News, a disautonomia costuma ser uma condição rara. Ela causa um aumento rápido e desconfortável dos batimentos cardíacos quando alguém tenta desempenhar qualquer atividade. O nome é dado para uma série de condições que representam um mau funcionamento do sistema nervoso autônomo (SNA) – o sistema responsável pelas funções automáticas do corpo, como a pressão arterial, a frequência cardíaca, a digestão, a temperatura, entre outros.
Nos pacientes com disautonomia, o SNA não reage corretamente aos estímulos externos. Portanto, podem ocorrer sintomas como tonturas, fraqueza, desmaios e até situações mais delicadas, como taquicardia, bradicardia (funcionamento mais lento do coração), problemas estomacais, entre outros. Ainda não há cura para a disautonomia. Contudo, nas formas secundárias da doença, medicamentos, exercícios, mudanças na dieta e no estilo de vida podem gerar melhorias na vida dos pacientes.
Relações com a Covid longa
Ainda não se sabe por que alguns pacientes de Covid-19 seguem com sintomas meses após superarem a doença – seja nos casos graves, como nos mais leves. Segundo a BBC News, há teorias de que o coronavírus poderia ficar “escondido” em quantidades muito pequenas em reservatórios anatômicos distantes do sistema imunológico e, assim, seguir causando problemas mesmo depois da cura. Outra possibilidade seria uma resposta autoimune à infecção viral inicial, o que poderia ser a causa de sintomas mais raros, como a disautonomia.
Para cientistas, ainda há a hipótese de que a Covid-19 seria uma doença endotelial. Ou seja, a inflamação que surge contra o vírus poderia danificar o endotélio vascular – que está localizado entre o sangue e os tecidos do corpo. Isso dialoga com o que pesquisadores da Universidade de Copenhagen propuseram, de que o corpo poderia atacar as próprias estruturas vasculares nos casos de Covid longa.
No meio científico, outra suspeita sugere que a Covid-19 poderia desencadear que vírus fossem reativados, mesmo após passarem anos ou décadas sem se manifestarem. Nesse caso, isso explicaria o desenvolvimento de sintomas crônicos nos pacientes.
Fato é que, conforme o corpo se recupera da doença, muitos pacientes começaram a se sentirem melhores. Entretanto, como o novo coronavírus (já não tão novo assim) está conosco há menos de dois anos, ainda é difícil prever quanto tempo os sintomas crônicos devem durar. Torcemos para que a ciência nos dê as respostas em breve!