Pouco mais de dois meses após o grave acidente que quase tirou sua vida, João Vitor Moreira Sales, o Conrado, deu sua primeira entrevista. Neste domingo (10), o cantor conversou com o “Fantástico” e afirmou se lembrar do momento em que o ônibus tombou, contando o que fez para tentar se salvar. Ainda, ele falou sobre a perda do amigo, o tratamento médico para recuperação e o futuro na música.
Em 7 de maio, João Vitor foi internado em estado grave na UTI do Hospital Regional de Registro, interior de São Paulo, em situação delicada. No bate-papo, ele detalhou as horas que antecederam o acidente, que vitimou sua dupla, Aleksandro, e mais cinco pessoas. “Lembro que eu entrei no ônibus, coloquei o meu celular para carregar e dormi”, relatou.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelou que o motorista perdeu o controle da direção depois que um pneu estourou no caminho, o que fez com que o ônibus tombasse no canteiro. Quando sentiu o baque, Conrado tentou encontrar uma forma de se segurar.
“Com essa freada, e é esse momento do ônibus tombando, eu consegui me segurar em uma tábua que tinha. Ali eu acho que foi primordial para eu não sair do ônibus, para eu não ser jogado. Eu fiquei realmente preso, meio com essa parte das costas para fora do ônibus. Quando me tiraram da maca, a doutora Anne já me atendeu. Só queria sobreviver, na realidade, falava: ‘Não quero morrer'”, recordou.
No hospital, além de entrar em coma induzido, o cantor foi diagnosticado com contusão pulmonar, fratura no quadril, trauma abdominal e uma lesão nas costas e na região lombar, com perda de tecido muscular. Durante os 46 dias em que ficou internado, ele ainda passou por três cirurgias.
No momento em que acordou, João Vitor afirmou que já sabia da morte do amigo, mesmo que ninguém tivesse contado os detalhes ainda. “Eu lembro que quando eu acordei agradeci a Deus muito. A minha mãe estava do lado e eu falei para ela assim: ‘Mas que pena, eu perdi o Aleksandro’. Aí ela falou: ‘Mas como você sabe?’. Falei: ‘Na hora do acidente, eu estava consciente e eu escutei'”, relatou.
Em recuperação, Conrado acredita que “sobreviveu por milagre” e que, agora, começou a dar mais valor às pequenas coisas, como lavar a louça. Além disso, ele afirmou que tem planos de voltar à música. “A gente normalmente fazia isso e não prestava atenção no valor que isso tem. [Meu sonho] foi interrompido, pausado, [mas] eu olho como uma segunda chance de vida. [Quero] casar, ter filhos e retomar a música. [Esses] são planos que tenho para minha vida. Ainda sonho com esse futuro, continuo sonhador”, garantiu.
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Em maio passado, em meio a especulações de imprudência no volante, o motorista Valdoir Euripedes da Silva quebrou o silêncio sobre o ocorrido, e se defendeu das acusações. Em entrevista ao “Domingo Espetacular”, da Record TV, o profissional apresentou seu ponto de vista sobre o acidente e fez um desabafo sobre como tem lidado com a tragédia. Clique aqui para saber os detalhes.
Relembre o caso
O grave acidente ocorreu por volta das 10h30 de 7 de maio, na rodovia Régis Bittencourt, na altura de Miracatu, no interior de São Paulo. Aleksandro, primeira voz da dupla com Conrado, foi uma das vítimas fatais. Além dele, também foram confirmados os óbitos de Wisley Aliston Roberto Novais (músico), de Sandovalina (SP); Marzio Allan Anibal (músico), de Ibiporã (PR); Giovani Gabriel Lopes dos Santos (técnico), de Londrina (PR); Roger Aleixo Calcagnoto (músico), de Londrina (PR) e Gabriel Fukuda (técnico de luz), São Sebastião de Amoreira (PR).
O veículo estava a 109 km/h, 29 acima do permitido. A concessionária Arteris, que administra a rodovia, contratou uma perícia independente, que afirma não existir qualquer buraco ou depressão no local do acidente. Ao menos 19 pessoas estavam dentro do veículo no momento em que o ônibus tombou. 11 vítimas receberam atendimento em prontos-socorros da região com ferimentos leves.
Dois dias depois da tragédia, viralizou nas redes sociais um vídeo em que o ônibus de Conrado e Aleksandro é flagrado em alta velocidade na Rodovia Regis Bittencourt. O autor da gravação, que preferiu não se identificar, contou que não esperava que a história tivesse tal desfecho. “Vi que estava escrito o nome da dupla e pensei que poderia gravar para depois encaminhar o vídeo. Planejava encontrar o telefone deles para mostrar como o motorista estava ‘correndo’ na rodovia. Jamais imaginava que o acidente pudesse acontecer”, disse ao g1. No entanto, a assessoria dos músicos afirmou ao UOL que as imagens foram gravadas em 2019.