A morte precoce de Chadwick Boseman pegou não só os fãs, mas também pessoas que trabalharam de perto com ele, de surpresa na semana passada, especialmente pelo fato do ator ter decidido manter em segredo sua luta contra um câncer de cólon desde 2016. Entre as pouquíssimas pessoas que sabiam o que ele enfrentava, estavam sua família, um pequeno grupo de amigos e alguns membros da sua equipe, incluindo o parceiro de produção Logan Coles, o agente dele Michael Greene e o personal trainer Addison Henderson.
Em entrevista ao “The Hollywood Reporter” nessa quarta-feira (02), os profissionais relembraram a força do astro e explicaram por que ele decidiu esconder a doença. De acordo com Greene, a decisão veio, em parte, da mãe de Boseman, Carolyn. “[Ela] sempre o ensinou a não deixar as pessoas fazerem alarde sobre ele”, explicou. “Ele também sentia que, nesse meio, as pessoas aumentam muito as coisas e ele era uma pessoa muito, muito privada”, acrescentou o agente.
Isso significava que muitas vezes Boseman tinha que lidar com os problemas em silêncio no set, como foi o caso do filme “Ma Rainey’s Black Bottom”, um dos próximos lançamentos da Netflix. De acordo com o empresário, Chadwick “realmente estava enfrentando uma dor ‘hardcore'” na época, mas “sentia que estar com Denzel [Washington] e lançar esse ciclo do [dramaturgo] August Wilson na Netflix era muito incrível.”
Henderson, que também é um ator e diretor, se lembrou de experiências parecidas que passou com o amigo. Enquanto ele trabalhava em seu primeiro filme, “G.O.D.”, ele contou que o astro passou horas sentado com ele, dando dicas sobre o roteiro, “enquanto batalhava e lidava com suas próprias coisas”. O mesmo aconteceu na época das gravações de “Destacamento Blood”.
Segundo o personal trainer, Chadwick emendou algumas refilmagens do longa “Crime sem Saída” com uma rotina intensa de gravações do filme de Spike Lee na Tailândia. “[Depois,] ele estava cansado, mas veio até Buffalo, onde eu estava gravando meu filme, e passou dias comigo, apenas para bater papo, apenas para ser um bom irmão”, relatou Addison. “Ele não precisava fazer isso, ele poderia ter ido para casa descansar. Para mim, é algo do qual eu nunca vou me esquecer”, comentou.
Ele ainda afirmou que o amigo o lembrava do próprio pai, que venceu o câncer quatro vezes. “Eu costumava falar para o Chad: ‘Cara, você me lembra o meu pai. Vocês são lutadores, e nunca param de se mover para frente’. Para nós era apenas, tipo, ‘Vamos seguir em frente, vamos continuar fazendo o que você quer fazer, vamos continuar treinando’. E aí, eu, o Logan, e a família dele, a esposa, estávamos sempre ali para apoiá-lo”, explicou.
Henderson disse que, apesar do diagnóstico, Boseman escolheu trazer o melhor de cada dia e dar tudo de si em sua carreira. “Ele estava apenas vivendo sua vida artística ao máximo e usando seu tempo e momento aqui para realmente impactar as pessoas”, exaltou. “Algumas pessoas esperam uma vida para ter a oportunidade que ele teve. Chad tinha tanta sabedoria, tanto conhecimento, tanta coisa dentro dele que ele não iria deixar essa doença pará-lo de contar essas histórias incríveis e mostrar sua arte no auge de sua vida“, finalizou.
Chadwik Boseman morreu na última sexta-feira (28), aos 43 anos de idade, vítima de um câncer de cólon. Após a notícia ser divulgada, um grande time de artistas homenageou o ator por todo seu legado no cinema. Recentemente, Letitia Wright e Michael B. Jordan fizeram declarações comoventes em despedida ao astro, de quem eram muito próximos. Confira as homenagens na íntegra clicando aqui e aqui.