Felipe Neto diz que perdeu contratos milionários por ser contrário ao governo Bolsonaro, e relembra as cifras; saiba detalhes

Nos últimos anos, o influenciador Felipe Neto passou a enfrentar diversas ameaças e mentiras criadas a seu respeito, que têm como objetivo “assassinar” sua reputação e, consequentemente, deslegitimar todas as duras críticas que o empresário faz sobre a política em nosso país. Nos ataques mais recentes, o youtuber teve sua imagem associada à pedofilia com prints, vídeos e textos comprovadamente falsos.

Além disso, o nome de Felipe integra a lista de jornalistas e influenciadores “detratores”, elaborada pelo governo Jair Bolsonaro e divulgada na última semana (1º). Em entrevista ao UOL, publicada ainda ontem (7), o empresário revelou ter perdido contratos publicitários milionários por conta de seu posicionamento político, e também criticou o silêncio de parte de outras grandes figuras públicas.

“Perdi dois contratos no valor de R$ 7 milhões por ser contra o governo Bolsonaro, apenas esse ano. Dois contratos que a gente sabe que foram por esse motivo. Dois contratos publicitários que somados, chegam a esse valor. Dois contratos que não aconteceram por decisão de membros do board executivo das companhias que, por alguma razão, vetaram meu nome”, afirmou.

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Na opinião de Felipe, muitos influenciadores não usam suas plataformas para falar de política devido ao medo de perder contratos e propostas comerciais, e também pela falta de domínio do assunto – essa última justificativa, entretanto, o empresário não considera suficientemente plausível.

“Entendo que outros comunicadores e artistas tenham medo disso (perder dinheiro). Eu, graças a Deus e a muito trabalho e esforço, posso, do alto do pedestal, falar que todo mundo tem que se manifestar. Eu sei que é difícil. Mas eu também não podia perder esses dois contratos. Não tenho tanto dinheiro quanto as pessoas pensam, mas eu tô lá, disposto a perder. Se eu tivesse que perder tudo que eu tenho, todas as propostas que eu recebo, estaria no mesmo lugar que estou hoje… Foi como eu fui criado, por minha mãe e meu pai, para lutar contra injustiças. Eu não consigo ser de outro jeito”, declarou.

Ainda na conversa, Felipe criticou o “mapa de influenciadores” do governo federal. A lista, obtida pelo colunista da UOL, Rubens Valente, e divulgada na última terça-feira (1º), classifica jornalistas e influenciadores como favoráveis, neutros ou detratores à gestão econômica de Bolsonaro, ao Ministério da Economia e ao ministro Paulo Guedes.

O youtuber aparece no documento entre os “detratores”, ao lado de jornalistas como Guga Chacra, Rachel Sheherazade, Vera Magalhães, Xico Sá, da socióloga Sabrina Fernandes e do advogado Silvio Almeida. No caso de Neto, é recomendado que exista um “monitoramento prévio” sobre as postagens do empresário nas redes sociais. “O que é esse monitoramento prévio de minhas ações? Onde estão me monitorando? Não faço a menor ideia. Precisa sim ser investigado”, argumentou ele.

“Esse assunto é mais sério do que muita gente pensou. Confesso que também fiz piada sobre o assunto, mas, embora a gente brinque, é um assunto sério. É uma lista encomendada por representantes do governo federal para algum tipo de mapeamento de atividades civis no país. Isso é uma coisa muito assustadora! Não deveria acontecer sob nenhuma hipótese”, encerrou.

Assista à entrevista na íntegra abaixo: