J.K. Rowling desafia nova lei contra crimes de ódio na Escócia e faz comentários transfóbicos: “Ansiosa para ser presa”

A autora da série de livros “Harry Potter” é conhecida por se opor ao movimento trans de luta por direitos

JK Rowling,  autora da série de livros “Harry Potter“, se envolveu em outra polêmica relacionada à transfobia. Nesta segunda-feira (1º), a escritora desafiou a nova lei escocesa contra crimes de ódio em uma série de postagens nas redes sociais, dizendo para que a polícia a prenda caso acredite que ela cometeu um crime. A escritora, que vive em Edimburgo, na Escócia, é conhecida por se opor ao movimento trans de luta por direitos.

Rowling voltou a descrever mulheres transgêneros como homens. No X (antigo Twitter), citou ativistas e declarou: “Obviamente, as pessoas mencionadas nos tuítes acima não são mulheres, mas homens”. Ela ainda disse que a “liberdade de expressão e de crença” chegaria ao fim se “a descrição precisa do sexo biológico fosse proibida“.

Estou fora do país, mas se o que escrevi aqui for qualificado como um delito nos termos da nova lei, estou ansiosa para ser presa quando voltar ao berço do Iluminismo Escocês“, declarou e acrescentou, criticando a lei: “Os legisladores escoceses parecem ter dado mais valor aos sentimentos dos homens que realizam sua ideia de feminilidade, por mais misógina ou oportunista que seja, do que aos direitos e liberdades das mulheres e meninas reais“. 

É impossível descrever ou enfrentar com precisão a realidade da violência e da violência sexual cometida contra mulheres e meninas, ou abordar o atual ataque aos direitos das mulheres e meninas, a menos que possamos chamar um homem de homem”, continuou ela.

A Lei de Crimes de Ódio e Ordem Pública foi criada em 2021 e entrou em vigor nesta segunda. Segundo a People, a lei tem o objetivo de “prever disposições sobre o agravamento de crimes por preconceito“, o que inclui “assédio com agravamento racial” e “crime de incitação ao ódio contra um grupo de pessoas“. A pena máxima prevista pela nova lei é de sete anos de prisão.

O primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, explicou que a nova legislação não criminaliza o debate de ideias e nem diminui a liberdade de expressão. “A menos que seu comportamento seja ameaçador ou abusivo e pretenda incitar o ódio, então você não tem nada com que se preocupar em termos das novas ofensas que estão sendo criadas“, disse Yousaf. Segundo o primeiro-ministro,  a nova lei visa combater uma “onda crescente de ódio” no país.

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Ele ainda afirmou que é uma forte “mensagem para vítimas, agressores, comunidades e para a sociedade em geral que ofensas motivadas por preconceito serão tratadas com gravidade e não serão toleradas“.

A Polícia da Escócia disse não ter recebido nenhuma reclamação sobre as postagens. A legislação recebeu críticas por não incluir mulheres cis como grupo que pode ser vítima de crimes de ódio. O governo disse que está elaborando uma lei específica sobre misoginia.

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