Kate Winslet se diz arrependida de ter trabalhado com Woody Allen e Roman Polanski, ambos acusados de abuso sexual: “Vergonhoso pra c*ralho”

Cartas na mesa! A atriz Kate Winslet concedeu uma entrevista sincera à revista Vanity Fair, publicada nessa manhã (11). Na conversa, a atriz admitiu que se arrepende de ter trabalhado com Woody Allen, em “Roda gigante” (2017) e Roman Polanski, em “Deus da Carnificina” (2011). Ambos diretores são acusados de abuso sexual.

“O que diabos eu estava fazendo trabalhando com Woody Allen e Roman Polanski?”, consternou-se a estrela. “É inacreditável para mim agora pensar como aqueles homens foram respeitados tão amplamente na indústria cinematográfica e por tanto tempo. É vergonhoso pra c*ralho”, disparou.

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“E tenho que assumir a responsabilidade pelo fato de ter trabalhado com os dois. Eu não posso voltar no tempo. Estou lutando com esses arrependimentos, mas o que seria de nós se não fossemos capazes de sermos apenas verdadeiros sobre tudo isso?”, completou.

Em 2018, durante um discurso no London Critics’ Circle Film Awards, Kate já havia comentado sobre algumas “más decisões” que teria tomado em sua carreira, ao trabalhar com alguns diretores, produtores e agentes, mas sem citar nomes. (Foto: Getty)

Polanski é considerado foragido da Justiça dos Estados Unidos, onde foi acusado, em 1977, de violentar uma adolescente de 13 anos. Nos últimos anos, outras mulheres afirmaram ter sido vítimas de agressões sexuais por parte do diretor de “O Pianista”, o que ele nega. Em novembro de 2019, a francesa Valentine Monnier também veio a público fazer uma nova denúncia. Segundo a fotógrafa, Roman a teria estuprado em 1975, quando ela tinha 18 anos.

Em fevereiro desse ano, o diretor ganhou o maior prêmio do cinema francês, o César, pela direção do filme “J’accuse”. A vitória gerou um imenso desconforto por parte de diversas atrizes na plateia, que inclusive deixaram o evento mais cedo por conta do resultado.

Já Allen, por sua vez, é acusado de abuso sexual contra a filha adotiva com a atriz Mia Farrow, Dylan Ferrow. Em sua autobiografia “A propósito de nada”, lançada em março, o cineasta negou as acusações. De acordo com os relatos da suposta vítima, o abuso teria ocorrido na casa de Mia, em 1992, quando Dylan tinha apenas sete anos.