No último dia 11, a filha caçula do cantor Belo, Isadora Alckmin Vieira, de 21 anos, foi presa no Rio de Janeiro, acusada de integrar uma quadrilha especializada em golpes eletrônicos. Em depoimento à Polícia Civil do Rio, ela alegou que não sabia que estava trabalhando para golpistas, tendo ciência apenas de que sua função seria “coletar dados das pessoas”. As informações foram divulgadas nesta quinta (26) pelo jornal Extra, que teve acesso ao processo.
O golpe conduzido por Isadora e as outras 11 mulheres funcionava da seguinte maneira: elas interceptavam e convenciam as vítimas a repassarem seus dados bancários e a entregarem seus cartões a outros integrantes do grupo, que por sua vez, se passavam por motoboys. Em seguida, os cartões eram utilizados. Estima-se, pela investigação, que o valor dos golpes varie entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão por mês. O local, onde as mulheres foram presas em flagrante, funcionava como uma espécie de central de telemarketing do grupo.
De acordo com o setor de inteligência da Delegacia Especializada, a quadrilha está ligada à maior facção criminosa do estado do Rio. As fraudes têm sido utilizadas para abastecer o tráfico de drogas e diversificar as atividades ilícitas da organização, que atua no Complexo da Maré.
Segundo a jovem, ela estava em São Paulo, onde mora com a mãe, quando soube da possibilidade de ser recrutada pelo grupo. Sua função seria coletar dados e realizar anotações sobre as pessoas, mas conforme descreveu, nunca teria entrado em contato com nenhuma vítima para captar informações. Ainda de acordo com Isadora, ela usava apenas o que já estava registrado no sistema do computador. Embora alegue não ter conhecimento do que se tratava, a filha de Belo admitiu imaginar que contribuía para um negócio ilegal, porém “achava que essas pessoas [que sofriam o golpe] seriam ressarcidas por alguma instituição financeira e não tinha certeza se elas perderiam determinado valor”.
Em entrevista à revista Quem, Belo já havia declarado que a filha não precisava ter se envolvido com o crime, já que ele paga dez salários mínimos de pensão para ela, totalizando mais de R$ 10 mil por mês. Apesar disso, Isadora alegou que decidiu aceitar o cargo porque estava com muitas dívidas, precisando, assim, de uma “renda extra”. Parte do grupo há quase um mês, ela revelou ainda ter recebido uma ajuda de custo de R$600 reais de outras mulheres da casa, “pois estava na fase de aprendizado da função de coleta de dados”.
Os advogados de Isadora entraram com um pedido de liberdade provisória na Audiência de Custódia realizada no dia 12 de novembro. No entanto, a solicitação foi negada e a prisão preventiva da filha de Belo foi decretada. Desde então, ela segue presa em uma unidade prisional do Rio.