Ghostwriter do livro de príncipe Harry revela briga tensa ao escrever biografia, e aponta motivo

Para a revista “The New Yorker”, JR Moehringer relatou o processo de escrita conturbado do livro “O Que Sobra”

Servidos de chá inglês para acompanhar mais este babado da realeza britânica? kkk O escritor JR Moehringer abriu o jogo sobre como foi trabalhar com príncipe Harry na biografia “O Que Sobra” (também conhecida pelo título original “Spare“). Em um texto divulgado pela revista “The New Yorker” nesta segunda-feira (8), o autor contou sobre o processo conturbado de escrita da obra, que resultou em uma briga tensa entre os dois durante uma reunião. Eita!

De acordo com Moehringer, a situação aconteceu em uma chamada de vídeo feita às duas horas da manhã. “Fiquei exasperado com o príncipe Harry, minha cabeça latejava, meu maxilar estava cerrado e eu estava começando a levantar a voz”, disse ele. “E, no entanto, uma parte de mim ainda foi capaz de sair da situação e pensar: ‘Isso é tão estranho. Estou gritando com o príncipe Harry'”, recordou.

O autor comentou que, em um determinado momento da discussão um tanto quanto calorosa, ele acreditou que seria demitido. “Então, quando Harry começou a voltar para mim, enquanto suas bochechas coravam e seus olhos se estreitavam, um pensamento mais urgente ocorreu: ‘Uau, tudo pode acabar aqui'”, afirmou.

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A situação aconteceu no verão de 2022, quando eles chegaram no momento de decidir como o tempo de Harry no exército britânico seria retratado no livro. No final do seu tempo como militar, o duque de sussex foi capturado por “falsos terroristas”. “Ele foi encapuzado, arrastado para um bunker subterrâneo, espancado, congelado, faminto, despido, forçado a posições de estresse excruciantes por captores usando balaclavas pretas”, explicou o autor.

Harry chegou a ser jogado contra a parede e sufocado, enquanto os “sequestradores” falavam vários insultos, que incluíam xingamentos à mãe dele, a princesa Diana. A simulação tinha o intuito de comprovar se o ruivo possuía o que era necessário para sobreviver, caso isso acontecesse em uma zona de guerra. “Era uma simulação, mas as torturas infligidas a Harry foram muito reais”, afirmou Moehringer.

Autobiografia
“Spare”, biografia reveladora de Príncipe Harry  (Foto: Getty)

O dissentimento entre o duque e o escritor ocorreu porque ambos tinham opiniões diferentes sobre qual deveria ser o tom dado à história. “Harry sempre quis terminar essa cena com algo que disse a seus captores, uma resposta que me pareceu desnecessária e um tanto fútil”, escreveu o autor. Moehringer declarou que sempre resistiu a incluir o comentário sobre o episódio na obra final.

 

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Depois de muita discussão, a chamada de vídeo acabou com a explicação de Harry. “Embora esta não tenha sido a primeira vez que Harry e eu discutimos, parecia diferente; parecia que estávamos indo em direção a algum tipo de ruptura decisiva, em parte porque Harry não estava mais dizendo nada. Ele estava apenas olhando para a câmera”, contou.

“Finalmente, ele exalou e explicou calmamente que, durante toda a sua vida, as pessoas menosprezaram suas capacidades intelectuais, e esse lampejo de esperteza provou que, mesmo depois de ser chutado, socado e privado de sono e comida, ele ainda tinha inteligência”, relatou o autor.

O escritor, então, rebateu o duque mais uma vez, falando que um comentário sobre a situação na obra não seria necessário. Harry então acabou cedendo e, por fim, brincou: “Eu realmente gosto de deixar você animado com o trabalho assim”. “Eu caí na gargalhada e balancei a cabeça, e passamos para o próximo conjunto de edições”, afirmou Moehringer.

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Apesar das divergências, JR disse que teve uma experiência positiva ao passar um tempo na casa de Harry e de sua esposa Meghan Markle em Montecito, Califórnia, enquanto trabalhava na biografia. Ele contou que enquanto estava na casa de hóspedes, Meghan o visitava junto com o filho mais velho do casal, Archie, de quatro anos.

Como uma forma de agradecer o trabalho de Moehringer, Harry falou sobre o autor na festa de lançamento do livro. “Ele mencionou meu conselho de ‘confiar no livro’ e disse que estava feliz por ter feito isso, porque era incrível ter a verdade exposta, sentir – sua voz falhou – ‘livre'”, escreveu ele. “Havia lágrimas em seus olhos. Os meus também”, concluiu.

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