Samantha Schmütz tem assumido um protagonismo na luta contra a pandemia e, consequentemente, o governo de Jair Bolsonaro. Após a morte do amigo Paulo Gustavo para a Covid-19, a atriz se revoltou ainda mais com quem desrespeita as medidas para conter o avanço da doença, criticando também a falta de posicionamento político de algumas celebridades. Entre os famosos que a niteroiense confrontou, estão Deborah Secco e Juliana Paes.
Em entrevista concedida à revista Ela, Samantha falou pela primeira vez sobre essas polêmicas que tanto repercutiram na web. O conflito com Juliana veio após a atriz publicar no Instagram um longo manifesto pelo direito de ser isenta. A fala revoltou muita gente, visto que o Brasil enfrenta uma das maiores crises de saúde pública da história, com 500 mil mortes para o coronavírus, sem falar nas provas de negligência do governo federal diante do combate à pandemia.
Em seu relato, Paes disse ter sido “agredida” por uma colega de profissão, a quem não revelou o nome. Para internautas, a destinatária da mensagem seria Schmütz — algo que ela duvida. “Ao me deparar com algumas reportagens afirmando que a mensagem da Juliana Paes seria para mim, duvidei. Não acredito que seja, porque nunca a chamei de covarde, nem de desonesta nem de criminosa. Sempre falei que desonesta, covarde e criminosa é a política pública do Brasil de combate à Covid-19”, declarou a comediante.
“Acho que esse assunto já foi muito além do que deveria e acaba por desvirtuar o foco do meu questionamento para com a classe, que é no sentido de se posicionar e chamar à responsabilidade em relação à pandemia. Não se trata de uma briga entre colegas”, acrescentou.
Samantha também revelou que falou com Juliana, em particular: “Tive uma conversa, sim, com a Juliana no privado. O que sei é que não costumo transformar conversas particulares em assuntos públicos. Ainda não tivemos a oportunidade de falar depois de tudo o que rolou. Mas reforço que estou sempre aberta ao diálogo”.
O conflito com Deborah Secco
Ainda na entrevista, Samantha disse que errou ao sugerir que Deborah Secco mudasse o sobrenome para “Toscca”, após a atriz de Globo publicar vídeos dançando, pouco depois da morte de Paulo Gustavo. Na ocasião, a mãe de Maria Flor respondeu que “dava para fazer dancinha e se indignar”.
“A mensagem não foi especificamente para ninguém. Foi para todo o mundo. Inclusive para mim. Falamos com tantas pessoas na internet e não estamos tratando assuntos sérios. Não é para as pessoas pararem de fazer publicidade ou dancinhas. Não é isso. Mas é cruel fazer neste momento. Mais uma vez, não estou apontando o dedo para alguém. Todos nós temos que nos questionar: ‘Será que é legal só mostrar a vida maravilhosa?'”, indagou Schmütz.
“Não quero transformar isso numa briga pessoal. Estava muito chateada quando falei aquilo sobre a Deborah; a morte do Paulo estava muito recente. Eu errei, não foi legal. Não deveria ter feito. O dia que nos encontrarmos, quero falar sobre esse assunto com ela. Não desejo que isso vire uma grande coisa”, reforçou a atriz.
Alfinetada em Gabriela Pugliesi e desabafo sobre morte de Paulo
A partida de Paulo fez com que Samantha se tornasse mais ativa nas redes. Outro comentário que a comediante rebateu foi da influenciadora digital Gabriela Puglisei, que chegou a dizer que a morte do ator foi “vontade de Deus”. Schmütz por sua vez, contestou, dizendo que foi “falta de vacina”.
“Não foi Deus… Antes, ele mandou a Pfizer enviar não sei quantos e-mails. Nem Deus conseguiu dar conta dessa negligência. Não dá para termos esse tipo de atitude porque assim continuamos alienando o povo. Vamos chamar as pessoas para a realidade. Paulo levou metade da alegria do Brasil. Ele era próximo de todo mundo. Se essa pessoa que era parente do país inteiro não nos comoveu a ponto de realmente nos levantar, o que vai? Choro todos os dias desde que meu amigo partiu. É difícil. Todo lugar em que vou eu me lembro dele. São muitas recordações”, desabafou.
Por fim, a atriz ainda deixou um recado importante para o leitor: “Não estou dizendo para escolher um lado partidário, sair gritando por aí o nome de um candidato. Meu interesse é a saúde pública. Acho que deveríamos nos unir em prol da vacina. Não podemos ficar na mão de um governo que não responde a dezenas de e-mails de um laboratório, mas retorna rapidamente a mensagem da Conmebol sobre a realização da Copa América no Brasil. Vamos usar nossa voz não só em benefício próprio, não só para vender produtos. Estou à mercê de alguém que tem prioridades diferentes das minhas”.