O mais recente show do rapper Travis Scott, o Astroworld Festival, foi palco de uma grande tragédia na última sexta-feira (5). O caos se instalou quando o público começou a se mover em direção ao palco, o que resultou em 8 mortes e mais de 300 feridos. Nesta segunda-feira (8), a NBC News revelou que pelo menos 12 processos já foram abertos contra o rapper, por vítimas do incidente.
“Estamos enojados pela tragédia devastadora de sexta à noite. Travis Scott já tem um histórico de incitar a violência e criar condições perigosas para o público”, afirmaram os advogados de um dos feridos em nota enviada ao canal.
“Tanta gente se machucou, enquanto pouquíssimo pessoal de emergência foi fornecido pelos acusados, que as pessoas tiveram que fazer a massagem cardíaca em seus companheiros de show. No entanto, os réus tomaram a decisão consciente de deixar o espetáculo continuar, apesar do risco extremo de danos ao público, que estava aumentando a cada momento”, alegaram ainda.
Fontes próximas ao rapper disseram à publicação que Scott não se apresentará no festival “Day N Vegas”, apesar de ter sido confirmado como um dos headliners deste final de semana, após as performances de Lil Baby, Doja Cat, Saweetie e outros. Segundo as testemunhas, ele está “muito perturbado para tocar depois que as oito pessoas morreram e outras dezenas se machucaram em seu festival“.
Além de reembolsar o público do Astroworld, Travis disse hoje que pretende cobrir todos os custos do funeral das vítimas e que havia se associado à “BetterHelp” para fornecer terapia online gratuita para os afetados pela tragédia. “Estes são os primeiros de muitos passos que Travis planeja tomar para ajudar os afetados durante todo o processo de luto e recuperação”, disseram os representantes do rapper.
Drake e empresa que organizou o evento também são processados
Segundo informações da BBC News, Kristian Paredes acusou Scott e o artista-surpresa do evento, Drake, de “incitar um motim e violência”. Na ação judicial, a vítima pediu US$ 1 milhão (o que atualmente equivale a R$5, 54 milhões) por danos.
O jovem alegou que sofreu ferimentos graves após ser jogado no chão e ter sido pisoteado durante a tragédia. Paredes afirmou que enfrentou “lesões corporais graves” e que a empresa de eventos e entretenimento Live Nation “falhou em fornecer segurança adequada e serviços médicos”. Nos documentos, Kristian revelou detalhes da tragédia — segundo o jovem, ele “sentiu um empurrão imediato” enquanto estava na pista, pouco antes da multidão se tornar caótica e uma debandada começar. “Muitos imploraram aos seguranças contratados pela Live Nation Entertainment por ajuda, mas foram ignorados”, acrescentou.
Scott, Live Nation e o promotor de shows Scoremore também foram citados em outro processo que busca US$ 1 milhão por danos para Manuel Souza. Ele declarou que sofreu “lesões corporais graves quando a multidão descontrolada do show o derrubou no chão e o pisoteou”. Até o momento, nem a Live Nation, nem Travis Scott ou Drake comentaram os processos. No entanto, a organizadora disse, em comunicado, que está “trabalhando para fornecer o máximo de informações e assistência possível às autoridades locais enquanto elas investigam”.
Scott comenta tragédia
O rapper se pronunciou nas redes sociais no sábado (6) e afirmou que está colaborando com o Departamento de Polícia de Houston nas investigações. “Eu estou absolutamente devastado com o que aconteceu ontem à noite. Minhas orações estão com as famílias e com todos os impactados pelo que ocorreu no Festival Astroworld”, escreveu Travis.
“A polícia de Houston tem meu total apoio enquanto continua a investigar a trágica perda de vidas. Eu estou comprometido a trabalhar em conjunto com a comunidade de Houston para curar e dar apoio às famílias que necessitam. Obrigado à polícia de Houston, aos Bombeiros e ao NRG Park por sua resposta imediata e apoio. Amo todos vocês”, concluiu.
— TRAVIS SCOTT (@trvisXX) November 6, 2021