Em entrevista para a AnOther Magazine, Ana de Armas contou como se preparou para viver Marilyn Monroe em “Blonde“. A cubana revelou que visitou o túmulo da diva para pedir autorização para representá-la no longa da Netflix, que estreia na sexta-feira (23).
“Fizemos esse grande cartão e toda a equipe do filme escreveu uma mensagem para ela. Depois fomos ao cemitério e colocamos no túmulo dela“, recordou a atriz na conversa, publicada nesta terça-feira (20). Monroe está enterrada no Westwood Village Memorial Park & Mortuary, em Los Angeles.
“Estávamos pedindo permissão de certa forma“, pontuou. “Todos sentiram uma grande responsabilidade. Estávamos muito cientes da versão da história que iríamos contar – a história de Norma Jeane, a pessoa por trás desse personagem, Marilyn Monroe. Quem ela era realmente?“, continuou.
Dedicada, Ana passou meses estudando o ícone dos anos 50. “Quanto mais famosa Marilyn se tornava, mais invisível virava Norma Jeane – Norma era essa pessoa que ninguém jamais conheceu. Marilyn era alguém de quem até ela mesma falava na terceira pessoa. De certa forma, Marilyn a salvou, deu a ela uma vida, mas, ao mesmo tempo, se tornou sua prisão“, refletiu.
A atriz ainda exaltou o trabalho de Andrew Dominik, diretor do filme, cuja atenção aos detalhes fez com que Ana tivesse mais de 100 mudanças de guarda-roupa ao longo da trama. “Quase todo o filme existe em fotografias que estávamos recriando ou referenciando. Quase todas as cenas começam ou terminam exatamente como uma fotografia que já existe“, explicou.
A imersão na vida da norte-americana refletiu na vida de Ana. “O peso de tudo isso ficou comigo, com certeza. Não tem como desconectar porque eu ia para casa e estudava para o dia seguinte, e então o Andrew conversava comigo até meia-noite. Eu ia dormir e sonhava que tinha longas conversas com ela. Até mesmo coisas pequenas – tipo, uma vez, nós estávamos escolhendo a cor do vaso em que colocaríamos flores… Não quero que pareça que eu esteja dizendo ‘Marilyn e eu estávamos conectadas’ – não é isso”, ponderou. “Mas eu estava pensando tanto nela, tinha dias que ia para casa jantar e enquanto lavava a louça começava a soluçar, a chorar e a chorar, porque tinha uma sensação terrível“, explicou.
Na conversa, a artista admitiu que sentiu a presença de Monroe nas filmagens da trama. “Aquelas cenas finais na casa dela – eu sei que ela estava lá conosco. Todos nós sentimos. E acho que você pode sentir isso no filme“, declarou. Veja o trailer do longa:
Essa não é a primeira vez que Ana fala sobre sua proximidade com Marilyn. Durante o Festival de Veneza, que aconteceu no dia 9 de setembro, ela chegou a dizer que o fantasma da atriz interferiu nas gravações de “Blonde”. “Eu realmente acredito que ela estava muito perto de nós. Ela estava conosco. Acho que ela estava feliz“, comentou na coletiva de imprensa, segundo a Reuters. Em seguida, adicionou: “Ela também jogava coisas na parede, às vezes, e ficava brava se não gostasse de alguma coisa“. “Talvez isso soe muito místico, mas é verdade“, finalizou.
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