Gente, que absurdo?! Nesta semana, o “The Washington Post” revelou que um homem foi preso nos Estados Unidos após ter usado uma espécie de auxílio emergencial para comprar um carro importado, de US$ 318 mil (cerca de R$ 1,6 milhão). A defesa do cidadão, no entanto, alega que as coisas não foram bem assim.
O homem, identificado como David T. Hines, aderiu ao “Paycheck Protection Program (PPP)”, auxílio cedido pelo governo norte-americano para ajudar empresários durante o período da pandemia do coronavírus. Segundo o jornal, ele solicitou o empréstimo alegando ter sete pequenas empresas, pedindo mais de US$ 13,5 milhões (cerca de R$ 70 milhões). Entretanto, o banco liberou a ele “apenas” US$ 3,9 milhões (R$ 20 milhões), disponibilizados no início de maio.
Com a bolada em mãos, David deu um destino ao seu auxílio… que passou bem longe de ser usado para folhas de pagamento de funcionários. Uma semana após ter recebido o dinheiro, Hines exibiu sua nova aquisição: um Lamborghini Huracán EVO azul, carro importado e de luxo, que lhe custou mais de R$ 1,6 milhão.
Como se não bastasse isso, os promotores de justiça alegam que David teria feito outros “investimentos” com o valor. Entre os meses de maio e junho, o homem teria gasto US$ 4,6 mil (aproximadamente R$ 23 mil) em compras na loja Saks Fifth Avenue, mais de US$ 8,5 mil (R$ 43 mil) em joias, além de uma série de serviços de delivery, sites de namoro, aplicativos de transporte, sem falar de uma fortuna paga em estadias de hotéis de luxo. Péssimo…
“A maioria desses gastos parece não ter nenhum propósito de negócios, se não todos”, afirmou o inspetor fiscal Bryan Masmela. Para seu próprio azar, David caiu do cavalo. Segundo o “Miami Herald”, em 11 de julho, o sujeito acabou batendo seu carrão. Foi então que as autoridades suspeitaram do caso e descobriram a fraude, após uma investigação de seu histórico de compras.
No pedido dos auxílios, Hines alegou ser proprietário de empresas de mudanças, que teriam no total 70 empregados. Nada disso foi comprovado pelas autoridades. “Hines alegou falsamente que suas empresas pagavam milhões de dólares em folha de pagamento no primeiro trimestre de 2020. Os registros estaduais e bancários, no entanto, mostram pouca ou nenhuma despesa de folha de pagamento durante esse período”, disse Masmela.
Ao invés dos milhões de dólares solicitados por David ao governo, os registros mostram que, na verdade, as folhas de pagamento da empresa de Hines giram em torno do valor de US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão). Por conta de todos os fatores, ele será investigado pelos crimes de declarações falsas para uma instituição de empréstimo, fraude bancária e transações financeiras ilegais.
Após sua prisão, David pagou uma fiança de US$ 100 mil e agora aguardará por seu julgamento, marcado para 14 de outubro. Enquanto isso, Hines está submetido à prisão domiciliar, na casa de sua mãe. “David é um empresário legítimo que, assim como milhões de americanos, sofreu financeiramente durante a pandemia. Enquanto as acusações parecem muito sérias, especialmente durante a pandemia, David está ansioso para contar sua versão da história, quando a hora chegar”, defendeu seu advogado, em um comunicado ao The Washington Post.
É como já dizia o ditado… Aqui se faz, aqui se paga.