Kathleen Folbigg, conhecida como “a pior assassina em série da Austrália”, foi solta nesta segunda-feira (5), após cumprir 20 anos de prisão por matar seus quatro filhos. De acordo com a Associated Press, a decisão foi tomada com base em novas evidências científicas de que os bebês teriam morrido de causas naturais. A mulher de 55 anos foi libertada de uma prisão de New South Wales, na Austrália, depois de ter o perdão concedido pela governadora do estado, Margaret Beazley.
Em entrevista coletiva, o procurador geral de New South Wales, Michael Daley, afirmou que foi avisado pelo ex-juiz Tom Bathurst na semana passada de que foram encontradas “dúvidas razoáveis” quanto à culpa de Folbigg pelas mortes. Ele interveio com a ordem de libertação da mãe com base nas conclusões do inquérito de que uma mutação genética em duas das crianças pode ter sido a causa da morte súbita delas.
“Há uma dúvida razoável quanto à culpa da Sra. Folbigg pelo homicídio culposo de seu filho Caleb, a imposição de lesões corporais graves em seu filho Patrick e o assassinato de seus filhos Patrick, Sarah e Laura”, disse ele. “Esta foi uma experiência terrível para todos os envolvidos e espero que nossas ações hoje possam encerrar esse assunto de 20 anos”, adicionou.
O perdão foi visto como a maneira mais rápida de tirar Kathleen da prisão. Folbigg foi presa em 2003 e cumpria a sentença de 30 anos atrás das grades por ter sido acusada de matar os seus quatro filhos ao longo de uma década. Ela teria direito à liberdade condicional em 2028.
O seu primeiro filho, Caleb, nasceu em 1989 e morreu 19 dias depois. O júri determinou este suposto crime como homicídio culposo. Já o seu segundo filho, Patrick, tinha 8 meses quando morreu em 1991. Dois anos depois, Sarah morreu aos 10 meses. Por fim, em 1999, a quarta filha de Kathleen, Laura, morreu aos 19 meses. Por estas três mortes, a mãe foi acusada de assassinato.
Novas evidências encontradas mostraram que Sarah e Laura herdaram uma rara variante genética que pode causar arritmia cardíaca e, com isso, levar a morte súbita. “A variante estava em um gene chamado CALM2 (que codifica a calmodulina). As variantes da calmodulina podem causar morte cardíaca súbita”, declarou a professora Carola Vinuesa, professora de imunologia e medicina genômica da Universidade Nacional Australiana, à BBC em 2021.
Em relação a Patrick, a advogada Sophie Callan falou que havia “evidência persuasiva de especialistas de que, por uma questão de possibilidade razoável, um distúrbio neurogenético subjacente” causou sua morte súbita. Em todos os casos, Kathleen foi quem encontrou os corpos, embora não houvesse nenhuma evidência física de que ela havia causado suas mortes. Segundo a Associated Press, ela disse que descobriu três das mortes durante idas ao banheiro e uma enquanto verificava o bem-estar de um dos bebês.
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