Quatro estudantes foram encontrados mortos pela polícia no último domingo (13), em uma casa próxima a um campus da Universidade de Idaho, na cidade de Moscow, nos Estados Unidos. Ethan Chapin, de 20 anos, Xana Kernodle, 20, Madison Mogen, 21, e Kaylee Goncalves, 21, foram assassinados num crime que chocou até as autoridades e assustou toda a comunidade. Enquanto ainda restam muitos mistérios, a causa da morte oficial foi divulgada nesta quinta-feira (17).
O crime
De acordo com o The New York Times, as autoridades disseram ter recebido um chamado sobre um “indivíduo inconsciente”, mas, ao chegarem no local, se depararam com os corpos das quatro vítimas. Todos eles eram alunos da Universidade, e estavam numa casa em uma vizinhança próxima de uma caixa d’água estampada com o logo da instituição. Segundo a publicação, a cidade, que tem cerca de 25 mil habitantes, não registrava um assassinato desde 2015.
Um policial também deu detalhes do caso à Fox News, e revelou o cenário assustador encontrado no local. O sangue das vítimas chegou a escorrer pela parede, pingando do quarto do primeiro andar. Foi possível ver o líquido escorrendo até mesmo do lado de fora da casa, na parte dos fundos. “Foi uma cena muito sangrenta no lado de dentro”, afirmou o agente. (Alerta: imagens fortes!) Veja as fotos, clicando aqui.
Causa da morte
Uma autópsia foi realizada e o resultado oficial veio a público na noite de ontem. Catharine Mabbutt, médica-legista do condado de Latah, emitiu um comunicado confirmando que as quatro mortes foram homicídios. De acordo com o laudo da perícia, todas as vítimas foram esfaqueadas até a morte. As autoridades ainda aguardam os resultados dos exames toxicológicos. O Departamento de Polícia de Moscow emitiu o comunicado na web. Veja abaixo:
Em entrevista à NBC News, a legista revelou que a suspeita da polícia de que a arma do crime teria sido uma faca de grandes proporções. “Teria que ser… não um canivete, uma faca de bolso. Teria que ser uma faca maior”, declarou ela. Catharine, que já trabalha na área há 16 anos, contou como os machucados das vítimas “eram bastante extensos” e que a cena do crime era diferente de tudo o que já tinha visto. “Nós já tivemos múltiplos assassinatos no passado, mas nenhum como esse com os quatro alunos da faculdade”, afirmou.
Momentos antes do assassinato
Todas as quatro vítimas pareciam ser amigos próximos e pertenciam a fraternidades e irmandades no campus, segundo seus perfis online. Horas antes de serem encontrados, Kaylee postou uma foto ao lado das outras três vítimas no Instagram. Madison aparece usando um moletom escrito “Idaho” no ombro da amiga, enquanto Ethan envolvia seu braço ao redor de Xana, que era sua namorada. Olha só:
Ethan e Xana estiveram numa festa no campus, enquanto Kaylee e Madison foram até um bar no centro da cidade. As duas meninas até mesmo foram registradas pelas câmeras de segurança, sem nenhuma tensão aparente. Todos os quatro voltaram para a casa das amigas em algum momento depois das 1h45 da manhã. Apesar de não ter encontrado uma arma do crime, a polícia já acreditava que eles teriam sido atacados com uma faca. Entretanto, não se sabe se a mesma faca teria sido usada nas quatro vítimas.
O pai de Xana, Jeffrey Kernodle, disse ter conversado com a filha por volta da meia-noite, apenas algumas horas antes da morte dela. Em entrevista à KTVK/KPHO, ele expressou como ficou intrigado quanto à situação, pontuando que a casa que a jovem dividia com as colegas era trancada automaticamente com um código. “Isso não faz sentido”, afirmou. O homem ainda pontuou como a necrópsia mostrou que a estudante chegou a brigar com o assassino. “Hematomas, rasgados pela faca. Ela é uma criança durona”, disse à emissora.
Mistério sobre suspeitos assusta comunidade
Até o momento, nenhuma prisão foi decretada e a polícia sequer deu alguma descrição de quem poderia ser o assassino. O chefe da polícia, James Fry, informou que não havia sinais de uma entrada forçada na casa. Os policiais também não sabiam se a porta da casa havia sido trancada. Nada parecia estar faltando no local. Segundo ele, outras duas pessoas estavam na casa no momento dos ataques. Nenhuma dessas pessoas foi machucada ou mantida refém.
As duas pessoas, colegas de quarto, não foram incluídas e nem descartadas como suspeitos. Há a hipótese de que elas poderiam ser testemunhas ou vítimas, e elas já estão em diálogo com os detetives, conforme informou Aaron Sneel à ABC News. Entretanto, o que se sabe é que nenhuma delas foi quem chamou o serviço de emergência. “[Elas] podem ser a chave pra essa coisa toda”, afirmou o porta-voz da polícia local. “Ninguém foi incluído ou excluído como pessoa de interesse ou suspeito. Todos ainda estão sendo investigados”, completou.
A princípio, a polícia pediu que as pessoas ficassem atentas aos seus arredores durante as investigações, e solicitou que membros da comunidade ficassem abrigados onde estavam por cerca de 40 minutos. Então, as autoridades disseram que as mortes eram “ataques isolados, com alvos” e que não havia risco para outros. Mas precisaram voltar atrás…
Já na quarta-feira (16), sem qualquer indício do que poderia ter acontecido, Fry recuou. “Nós não podemos dizer que não há uma ameaça à comunidade”, disse o chefe da polícia à imprensa. “O indivíduo ainda está por aí. Nós devemos estar vigilantes. Nós precisamos ter cuidado pelos nossos vizinhos… Nós precisamos continuar fazendo isso até que a gente consiga fechar isso e fazer uma prisão”, declarou. Até então, restam muitas perguntas e pouquíssimas respostas.
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