O “Fantástico” deste domingo (13) prestou uma homenagem para Gal Costa. Ao longo do programa, foram apresentadas entrevistas exclusivas com seu filho, Gabriel, de 17 anos, e com pessoas próximas a ela, como Maria Bethânia e Caetano Veloso. A cantora faleceu na quarta-feira (9), aos 77 anos, em São Paulo.
Durante a conversa, o único herdeiro de Gal deu detalhes de sua relação com a artista, que o adotou quando ele tinha apenas dois anos. “Minha mãe era muito melosa, muito grudenta. Eu falava: ‘Mãe, pelo amor de Deus, vamos com calma’. (…) Tinha umas horas que eu queria ficar na minha, de boa, quietinho, e ela já chegava grudando, abraçando, beijando. Eu falava: ‘Mãe, pelo amor de Deus’“, relembrou.
“Eu acho que eu não aproveitei muito a presença da minha mãe aqui. Quando eu chegava em casa, eu não ficava muito tempo sentado com ela e com minha madrinha (Wilma Petrillo, companheira da cantora desde 1998) conversando. Eu ia direto pro meu quarto, ficava jogando, vendo uma série. Acho que eu devia ter aproveitado mais“, desabafou.
Gabriel recordou como a baiana gostava que ele a chamasse. “Nem Gal Costa, nem patroa, nem coroa. Nada. Eu falava: ‘E aí, coroa? E aí, minha chefe?’ Ela não gostava. Ela gostava que chamasse ela de mãe“, pontuou. Assista:
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Ao longo da conversa, o jovem ainda observou que só entendeu a magnitude da carreira de Costa depois de sua morte. “Eu só tinha a visão de que ela é minha mãe e só minha. Eu não tinha a dimensão dela como cantora. Eu só percebi isso no velório dela. Foi por esse motivo que eu vim aqui, eu pensei: ‘tenho que pensar nas pessoas que amavam a minha mãe, elas merecem ver um pouco mais sobre a vida dela‘”, contou.
“Antes do velório acontecer, eu tinha pensado, ‘por que que o velório é aberto para todo mundo? Eu acho que devia ser só para os familiares e amigos, é um negócio íntimo, é minha mãe que morreu, sabe?’. Mas eu tive uma conversa com uma pessoa que me falou: ‘Os fãs, às vezes, sentem mais que o familiar ou amigos, por que os fãs acompanharam a vida. Eles amam a Gal, queriam estar perto da Gal, então eles merecem um pouco desse adeus, desse carinho’“, concluiu. Confira:
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Em outro momento, o dominical também exibiu um bate-papo com Caetano Veloso e Maria Bethânia. Os dois irmãos, ao lado de Gal e Gilberto Gil, formaram o grupo Doces Bárbaros, que revolucionou a música brasileira nos anos 1970. Com mais de 50 anos de amizade, a dupla relembrou como começou o relacionamento deles. “A nossa história é amor da cabeça aos pés”, disse Caetano, que apresentou Gal para Bethânia. A intérprete de “Carcará” definiu seu relacionamento com a cantora como “amor à primeira vista“. “Me apaixonei na hora que conheci Gal“, frisou ela.
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A artista contou como está acontecendo seu processo de luto. “Eu falei para Caetano assim, ‘é como uma mesa estabilizada e tira uma perna’. Desequilibra. Tudo fica muito desequilibrado, bambeia. Até você entender… E o esforço a ser feito com os três pés que lhe restam para se manter é muito grande, demora, não é rápido“, refletiu. “É esquisitíssimo. São muitos anos, uma vida inteira“, ponderou.
Ao ser questionada sobre como lida com a saudade da artista, a filha de Dona Canô respondeu: “Eu não quero perder, não. A saudade vai ficar, eu quero que fique“. Por fim, Veloso filosofou: “Gal cantando, se movendo, deu tanto a todas as pessoas, que elas sabem. As pessoas sabem“. Assista:
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