O “Fantástico” deste domingo (13) prestou uma homenagem para Gal Costa. Ao longo do programa, foram apresentadas entrevistas exclusivas com seu filho, Gabriel, de 17 anos, e com pessoas próximas a ela, como Maria Bethânia e Caetano Veloso. A cantora faleceu na quarta-feira (9), aos 77 anos, em São Paulo.
Durante a conversa, o único herdeiro de Gal deu detalhes de sua relação com a artista, que o adotou quando ele tinha apenas dois anos. “Minha mãe era muito melosa, muito grudenta. Eu falava: ‘Mãe, pelo amor de Deus, vamos com calma’. (…) Tinha umas horas que eu queria ficar na minha, de boa, quietinho, e ela já chegava grudando, abraçando, beijando. Eu falava: ‘Mãe, pelo amor de Deus’“, relembrou.
“Eu acho que eu não aproveitei muito a presença da minha mãe aqui. Quando eu chegava em casa, eu não ficava muito tempo sentado com ela e com minha madrinha (Wilma Petrillo, companheira da cantora desde 1998) conversando. Eu ia direto pro meu quarto, ficava jogando, vendo uma série. Acho que eu devia ter aproveitado mais“, desabafou.
![Gal E Filho](https://media.hugogloss.uol.com.br/uploads/2022/11/gal-e-filho-507x499.webp)
Gabriel recordou como a baiana gostava que ele a chamasse. “Nem Gal Costa, nem patroa, nem coroa. Nada. Eu falava: ‘E aí, coroa? E aí, minha chefe?’ Ela não gostava. Ela gostava que chamasse ela de mãe“, pontuou. Assista:
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Ao longo da conversa, o jovem ainda observou que só entendeu a magnitude da carreira de Costa depois de sua morte. “Eu só tinha a visão de que ela é minha mãe e só minha. Eu não tinha a dimensão dela como cantora. Eu só percebi isso no velório dela. Foi por esse motivo que eu vim aqui, eu pensei: ‘tenho que pensar nas pessoas que amavam a minha mãe, elas merecem ver um pouco mais sobre a vida dela‘”, contou.
“Antes do velório acontecer, eu tinha pensado, ‘por que que o velório é aberto para todo mundo? Eu acho que devia ser só para os familiares e amigos, é um negócio íntimo, é minha mãe que morreu, sabe?’. Mas eu tive uma conversa com uma pessoa que me falou: ‘Os fãs, às vezes, sentem mais que o familiar ou amigos, por que os fãs acompanharam a vida. Eles amam a Gal, queriam estar perto da Gal, então eles merecem um pouco desse adeus, desse carinho’“, concluiu. Confira:
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Em outro momento, o dominical também exibiu um bate-papo com Caetano Veloso e Maria Bethânia. Os dois irmãos, ao lado de Gal e Gilberto Gil, formaram o grupo Doces Bárbaros, que revolucionou a música brasileira nos anos 1970. Com mais de 50 anos de amizade, a dupla relembrou como começou o relacionamento deles. “A nossa história é amor da cabeça aos pés”, disse Caetano, que apresentou Gal para Bethânia. A intérprete de “Carcará” definiu seu relacionamento com a cantora como “amor à primeira vista“. “Me apaixonei na hora que conheci Gal“, frisou ela.
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A artista contou como está acontecendo seu processo de luto. “Eu falei para Caetano assim, ‘é como uma mesa estabilizada e tira uma perna’. Desequilibra. Tudo fica muito desequilibrado, bambeia. Até você entender… E o esforço a ser feito com os três pés que lhe restam para se manter é muito grande, demora, não é rápido“, refletiu. “É esquisitíssimo. São muitos anos, uma vida inteira“, ponderou.
Ao ser questionada sobre como lida com a saudade da artista, a filha de Dona Canô respondeu: “Eu não quero perder, não. A saudade vai ficar, eu quero que fique“. Por fim, Veloso filosofou: “Gal cantando, se movendo, deu tanto a todas as pessoas, que elas sabem. As pessoas sabem“. Assista:
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