Maria Beltrão não conteve as lágrimas nesta quinta-feira (8), ao comentar os últimos desdobramentos do caso Henry Borel. A apresentadora teve dificuldades para iniciar o “Estúdio i”, após acompanhar a coletiva de imprensa da polícia – que revelou que a mãe do menino sabia de uma sessão de tortura aplicada pelo padrasto dele, o vereador Dr. Jairinho.
Ao final do “Jornal das Dez”, na GloboNews, Cecilia Flesch passou a bola para a colega, que daria início ao “Estúdio i”. “Maria, é muito difícil a gente acompanhar tudo isso, um caso muito sensível, especialmente a nós que somos mães”, encerrou a jornalista. Mas Beltrão logo começou a chorar, sem graça pela situação: “É, Cecilia querida, um bom trabalho aí para você… É, a gente está falando de uma realidade inominável. A gente está falando de… Ih, vou chorar já”.
Bastante abalada, a âncora tentou narrar seu texto, mas teve muita dificuldade. “A gente está falando de algo difícil de se qualificar ou definir. O que a Cecilia acabou de mostrar, o que essa entrevista coletiva mostrou… E desculpa se eu estou emocionada, a gente vive em uma época difícil, né?”, disse ela, com a voz muito embargada.
“O que essa entrevista coletiva mostrou, com essa troca de mensagens… É muito sério, muito triste. Então, eu peço licença, eu vou pedir um intervalo. Estamos aqui, eu, [André] Trigueiro e [Octavio] Guedes… Desculpem o meu descontrole emocional”, completou ela, que logo foi apoiada pelos colegas de bancada. Os comentaristas prosseguiram com a programação, enquanto ela se recompunha. Assista ao vídeo abaixo:
https://twitter.com/rapho_/status/1380192426061672452?s=20
Pouco depois, vários espectadores e internautas demonstraram sua solidariedade à jornalista. Muitos também elogiaram a sensibilidade de Beltrão, que não esconde seus sentimentos nas mais duras notícias. Alguns ainda lamentaram a barbaridade do caso. Veja reações abaixo:
Maria Beltrão não aguenta mais ser responsável por noticiar o Brasil.
Minha solidariedade à você Maria, não tá nada simples viver nesse país mesmo.#EstudioI
— Winnie. (@winniebueno) April 8, 2021
Tenho a impressão que o choro da Maria Beltrão é um choro que revela muita dor acumulada… uma hora a gente não aguenta mesmo.
— Irene (@donairene13) April 8, 2021
Cam tantas mães querendo demais um Henry, esses monstros tem a fria coragem de praticar tamanha atrocidade! Como eu queria ter protegido, amado e salvado esse anjinho! 👼
— Terezinha menger (@TerezinhaMenger) April 8, 2021
A @beltraomaria é uma das profissionais que eu mais admiro nesse mundo. As lágrimas dela e a emoção, na abertura do @estudioi sobre o caso Henry, são de todos nós.
— Gabriella Bridi (@GabriellaBridi) April 8, 2021
Entenda o caso
O motivo do abalo de Maria Beltrão foi uma coletiva de imprensa realizada na tarde dessa quinta-feira (8), na qual a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que a babá do menino Henry Borel, morto no dia 8 de março, avisou à mãe da criança, a professora Monique Medeiros, que o garoto vinha sofrendo uma “rotina de violência” por parte do vereador Dr. Jairinho, namorado dela.
As autoridades tiveram acesso ao celular de Thayná de Oliveira e encontraram trocas de mensagens, na qual a funcionária alertava a professora sobre as agressões. Embora o inquérito ainda não tenha sido concluído, a polícia acredita que Henry foi assassinado, e aponta Jairinho e Monique como suspeitos de homicídio duplamente qualificado – com emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima.
A polícia afirma que Dr. Jairinho teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra o enteado, semanas antes da morte da criança. Ainda segundo as investigações, Monique sabia de agressões, pelo menos, desde fevereiro. No dia 12 daquele mês, o vereador teria se trancado no quarto do apartamento onde o casal vivia e agredido o menino com chutes, rasteiras e golpes na cabeça.
Os dois foram presos na manhã de hoje. Os mandados foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri, e o padrasto e mãe da vítima permanecerão detidos preventivamente por 30 dias. Ao chegar na delegacia, o vereador disse que tudo não passava de uma “injustiça“, segundo o jornal Metrópoles. De acordo com as autoridades, eles também são suspeitos de ameaçar testemunhas para combinar versões, atrapalhado as investigações. Até então, Jairinho e Monique negavam qualquer envolvimento com o assassinato de Henry e alegavam que o óbito teria sido decorrente de um acidente doméstico.
Diante dos desdobramentos, a vereadora Teresa Bergher, membro do conselho de ética da Câmara, pediu nesta quinta-feira (8) que Jairinho fosse afastado do cargo de vereador do Rio de Janeiro. “[Ele] Precisa ser afastado imediatamente. Pela imagem da casa, pela credibilidade de cada um de nós vereadores e por respeito a esta criança vítima de um cruel assassinato e a toda a população que representamos”, afirmou ela ao G1.
Saiba todos os detalhes do caso, confira os prints e a íntegra das conversas da babá de Henry com a mãe do garoto, clicando aqui.