Glória Maria fala sobre ter fumado maconha na Jamaica, e revela o que aconteceu logo depois: ‘Fui à Marte e até hoje não sei se voltei’ – Assista

Glória Maria concedeu sua primeira entrevista ao programa “Conversa com Bial”, após sete meses de tratamento contra um tumor no cérebro. Durante um bate-papo virtual descontraído, exibido nesta segunda (19), Pedro Bial se lembrou de momentos marcantes da carreira da amiga. Dentre eles, uma reportagem do Globo Repórter eternizada em memes, na qual a jornalista aparece fumando maconha na Jamaica.

De bom humor, Bial quis saber qual foi a refeição feita pela colega após as gravações. “Pero, a gente não comeu! É folclórico esse negócio de larica. Você tem que lembrar que eu fumei aquele negócio na mais radical e pura comunidade rastafari da Jamaica. O que eles tinham lá, é algo só deles, que ninguém no mundo vai encontrar, em nenhuma situação”, enfatizou ela.

Continua depois da Publicidade

Glória ainda explicou que aquela foi uma das condições impostas pelos locais, ao visitar a comunidade. “Negociamos três meses pra entrar naquela comunidade, assinamos um papel dizendo que a gente respeitaria todos os regulamentos, inclusive rezar na entrada e fumar na saída. Depois que saímos de lá, ficamos na recepção do hotel por umas cinco, seis horas, sem conseguir voltar para o quarto. Ninguém sabia onde estava. Eu literalmente fui a Marte, e até hoje, depois daquele negócio, não sei se voltei”, contou, tirando risadas do entrevistador.

Relembre e assista a um trechinho da matéria em questão:

Num tom mais sério, a jornalista mais tarde se lembrou da implicância racista do ex-presidente João Figueiredo em suas coberturas, durante a ditadura civil-militar no Brasil. “Tira aquela ‘neguinha’ da Globo daqui’. Eu passei todo o governo [João] Figueiredo ouvindo isso. Ele não me suportava”, declarou. E, infelizmente, o racismo não diminuiu de lá para cá.

“A única diferença é que hoje as coisas ganham uma proporção maior. Nada mudou, a discriminação continua igualzinha. As pessoas acham que hoje é pior. Não, não, não. Quem não gosta de preto, não gosta. Quem é racista é racista. Não adianta a Glória Maria apresentar o Jornal Nacional, o Globo Repórter, o Fantástico. Ela é negra? Então, tem que ser discriminada ou diminuída (…) E essas pessoas sabem que são racistas e gostam de ser. Quem é racista tem o prazer de ser racista, tem prazer em diminuir o outro seja do jeito que for”, desabafou.

Por fim, ainda no assunto “política”, Glória analisou o cenário atual do Brasil, e repreendeu uma fala do presidente Jair Bolsonaro, que mandou um repórter “calar a boca” durante pronunciamento na porta do Palácio do Alvorada.

“As coisas que eu ouço agora, pra mim, são impensáveis. Vai além de qualquer imaginação. Às vezes eu penso que não é possível que estou vivendo para ver e ouvir isso tudo. Política, para mim, sempre foi uma coisa de nível tão alto, e o que estou vendo agora é de uma tristeza. Graças a Deus não cubro mais política, porque eu acho que já teria apanhado ou teria batido, com certeza”, finalizou.