Juliette Freire foi consagrada a grande campeã do “BBB 21” nesta terça-feira (4), e só agora está processando o quão estrondosa foi sua participação no reality. Em uma coletiva de imprensa na tarde de hoje (5), a vencedora falou da exclusão que sofreu ao longo do programa, opinou se isso contribuiu no seu sucesso, respondeu se toparia um convite para cantar com Luan Santana, e ainda revelou com quais brothers quer manter amizade aqui fora.
Exclusão por parte dos brothers
Após ser duramente criticada pelo grupão liderado por Nego Di, Karol Conká, Lumena, Projota e outros participantes, Juliette foi bastante sincera: “Cara, esse assunto me dói muito ainda, sim. Não vou mentir que está tranquilo, me dói, mas eu entendo que eles estavam com muito medo também e quando a pessoa tá com medo, a pessoa reage. São pessoas que vêm de histórias de luta, e estavam machucadas e com muito medo. Eu super entendo, me machucou também, mas eu não tenho problema, conversaria sim com todos eles e gostaria que eles me ouvissem de fato, porque meus ouvidos são totalmente abertos para o que eles quiserem me dizer”.
Por outro lado, Juliette também acredita que isso contribuiu muito para seu sucesso com o público. “Eu acho que influenciou totalmente, as pessoas não querem ver perfeição, as pessoas não querem ver tudo bonitinho, as pessoas querem ver coisas reais. A gente tá cansado de ver mais do mesmo. Eu acho que o que aconteceu comigo fez com que as pessoas se identificassem, entendessem que ninguém é perfeito, que as coisas difíceis vão chegar e você tem que ter força pra enfrentar. Então, eu acho que sim. Cada coisa que eu passei, se uma pessoa se identificava de alguma forma, eu me sinto muito honrada de ter doado a minha história, a minha vida pra ajudá-los de alguma maneira. Se ajudou, eu já tô feliz”, refletiu a paraibana.
Como fica a relação com eles? E amizades aqui fora?
Com o fim do reality, Juliette contou como fica sua relação com todos esses brothers que a perseguiram e criticaram lá dentro. “Não sei [se teria] uma amizade. Eu preciso ver tudo, eu preciso entender tudo. Eu não vi praticamente nada, uma pessoa falou uma coisa ou outra, mas eu não sei como funcionou. Amizade eu não sei, mas ouvir e entender, totalmente. Amizade eu vou saber ainda, depois eu conto”, disse ela.
Em entrevista para o site da TV Globo, Ju mencionou com quem deve ter amizade mesmo aqui fora: “Com certeza a Camilla, o João e o Gil”. A maquiadora ressaltou que ainda tem que ver muitas coisas, no entanto, explicou que a conexão entre eles é sincera. “Ainda preciso entender algumas coisas com o Gil, mas eu gosto muito dele, o sentimento é muito verdadeiro. Ainda não consegui assistir às coisas, me situar, mas gosto de todo mundo. Acho que todo mundo erra, mas acerta também. E a Camilla é a minha maior certeza na amizade”, declarou.
Feat. com Luan Santana?
Nesses 100 dias de confinamento, Juliette chamou atenção de Luan Santana, assim como a de milhões de brasileiros. A talentosa aspirante à cantora também respondeu se toparia cantar com ele! “Uma parceria com o Luan? Olha, meu Deus, ele é maravilhoso, um artista maravilhoso! Vocês gostam de me shippar com todo mundo [risos]. Ai, seria uma honra [cantar com ele], ele é lindo, maravilhoso, um excelente artista. Meu Deus. Cantar com ele seria um sonho, [iria] na hora! [Sobre a DM] Já me mostraram no Gshow e me falaram, mas eu não abri ainda, eu quero abrir quando estiver em casa, porque eu não tô nem dormindo, eu não vi nem minha mãe ainda. Então, depois de ver minha mãe, aí eu vejo Luan Santana. [risos]“, prometeu ela. Vem aí!
Diferenças dos pensamentos dos brothers e do público, e inseguranças no jogo
Segundo Juliette, era muito difícil lidar com a insegurança na casa, especialmente após ser menosprezada no jogo – enquanto era aclamada do lado de fora. “Eu cheguei a duvidar muito, eu não conseguia me olhar no espelho, eu tinha vergonha de me olhar no espelho, eu sentia coisas horríveis, que eu nem gosto de lembrar. E eu precisava muito, naquela última prova, eu só queria um abraço. Eu ficava dizendo: ‘Meu Deus, eu preciso do colo de alguém’. Às vezes eu dormia sozinha, eu ficava [falando]: ‘Dorme aqui, fica aqui comigo’, porque eu estava precisando muito de acolhimento, de abraço, de lembrar do quanto eu era querida”, citou.
“Por isso eu ficava o tempo inteiro mentalizando música, mentalizando meus amigos, mentalizando quem eu era, pra eu não esquecer, e graças a Deus isso me fortalecia. Mas eu duvidei muito de mim e até da minha inteligência, eu duvidei de tudo”, relembrou. No entanto, com sua vitória e com o discurso do apresentador na final, Juliette percebeu que estava enganada em duvidar de si mesma. “Quando eu cheguei aqui fora, que eu vi que as pessoas me entendiam, vi o discurso do Tiago, cara, sabe um nó na minha garganta? Parecia que eu tinha tirado um nó da minha garganta, [tirado] um peso das minhas costas e eu fiquei muito leve. Fiquei muito feliz”, admitiu.
Apesar de duvidar, lá dentro, que seria uma das favoritas, Juliette interpretava muitos “sinais” como direcionados a ela. “Eu não achava que era favorita, mas em todos os discursos de Tiago [Leifert], eu sentia alguma coisa pra mim. E o comportamento das pessoas comigo, em determinados momentos, mudava. Tipo assim, quando eu tentava falar, eles meio que evitavam que eu me posicionasse, que eu falasse, como se sentissem alguma coisa, eu não sei explicar. Eu meio que sentia isso, mas eu tinha muito medo de verbalizar e estar sendo pretensiosa”, contou a paraibana.
Representação da força da mulher nordestina
Após levar a cultura da Paraíba e do Nordeste ao “BBB”, Juliette ainda refletiu sobre como sua mãe, Dona Fátima, foi seu exemplo da luta da mulher nordestina. “Cara, a minha vida sempre foi uma luta constante, a minha mãe, ela me mostrava muita força, minha mãe viveu coisas horríveis e ela sempre [foi] muito inocente, muito firme, muito forte, ensinando virtudes”, afirmou a advogada.
“Ela é semianalfabeta, eu que ensinei minha mãe a ler, escrever, eu e minha irmã. Ela lendo é a coisa mais fofa do mundo. E ela me ensinava muitas coisas, que não há nada daqui que pague ou que fique melhor do que virtudes. E minha mãe era forte, guerreira. Ela apanhava, levantava e seguia. Então, a mulher nordestina em si é força, ela é a luta e a resistência, aliás, as mulheres são. Então, a minha mãe é o meu símbolo de força sim, porque só eu sei, só ela sabe o que ela viveu. Então é ela e não tenho outra explicação”, disse a campeã da temporada.