Como noticiamos anteriormente, o ex-diretor de criação do site BuzzFeed, Gabriel Matos, tinha dado entrada em um processo contra Pyong Lee, acusando o hipnólogo de incentivar ataques online contra ele. No entanto, nesta sexta-feira (5), Matos desistiu da ação, que pedia indenização de R$ 1,5 milhão, alegando que não poderia arcar com os custos financeiros do imbróglio judicial.
De acordo com os documentos aos quais o hugogloss.com teve acesso com exclusividade, as custas iniciais do processo eram de R$ 15 mil, valor que Gabriel afirmou não poder pagar, por ser “incompatível com as suas posses e rendas”. O ex-diretor, que trabalha atualmente como diretor de audiência no The Intercept Brasil, chegou a fazer um pedido de gratuidade de justiça, porém, este foi negado pelo juiz do caso em caráter liminar. O magistrado levou em consideração o cargo ocupado por Matos em uma empresa tida como bem-sucedida, e pediu a comprovação sobre sua situação financeira.
Nos papéis que pedem a desistência do processo, o jornalista, que é conhecido popularmente nas redes sociais como Sukita, enviou sua declaração de imposto de renda como prova da sua condição financeira atual.
Caso a ação tivesse prosseguido e Matos perdesse para Pyong, ele teria que arcar com as custas processuais e honorários de sucumbência, que neste caso, somariam a cifra de mais de R$200 mil.
Os primeiros trâmites legais do processo não estavam sendo favoráveis a Matos. Em decisão liminar, o juiz Marcelo Augusto Oliveira, da 41ª Vara Cível, indeferiu o pedido de tutela antecipada feito pelo jornalista. De acordo com Oliveira, Pyong Lee exerceu seu “livre direito de resposta” ao reagir negativamente em suas redes sociais sobre os posts do ex-diretor fazendo piada com sua família e o filho Jake. “Não vislumbro excesso no direito à livre manifestação do pensamento do requerido [Pyong], sendo que ele tampouco incitou seus seguidores a realizarem qualquer ataque”, argumentou.
“O requerido não concordou com as mensagens postadas pelo autor [Matos] e exerceu seu livre direito de resposta, esclarecendo ainda que pretende processar judicialmente o autor pelas supostas ofensas. Saliento que se o autor está sendo ameaçado ou ofendido por qualquer pessoa, seguidor do requerido ou não, pode valer-se de pretensão em face dessas pessoas”, esclareceu o magistrado.
Apesar de desistência de Matos, o time jurídico de Pyong lembra que “ainda pode ajuizar uma ação indenizatória contra [o jornalista], pelas irreparáveis ofensas e perseguição contra [Pyong], sua esposa e filho, de apenas 3 meses de vida”.
Entenda o caso
A principal desavença entre Gabriel e o influenciador digital aconteceu no mês de abril, quando o jornalista fez algumas publicações a respeito da família de Lee. “Rapaz, hoje eu tô mais largado que o filho do Pyong”, escreveu em um tuíte. “Com a saída da Gizelly e nenhum paredão formado, vou ter que me dedicar ao meu hobby: zuar a família do Pyong”, compartilhou em outro post.
Dois dias depois, Pyong anunciou em seu Twitter que iria processar as pessoas que estavam atacando o filho Jake e sua família. “Contratei sete advogados para processar todos os criminosos da internet que acham que podem ficar impunes depois de falar m*rda. Tirei mais de 500 prints já. Me mandem mais se tiverem, além do print do perfil. Pode ser do Twitter ou Instagram”, informou, pedindo a ajuda dos fãs na coleta de mais material.
Em outro post, o ex-BBB citou Sukita como o primeiro a ser processado. “Funcionário com o comportamento top na internet. Vocês são coniventes, né, BuzzFeed?”, indagou.
Na ação movida por Matos, ele alegava que apenas reproduziu memes e piadas que já circulavam na internet, seguindo a linha humorística que seus posts na rede social possuem. Por conta disso, Gabriel acredita que a reação de Pyong Lee foi desproporcional e acabou gerando diversos ataques e ameaças de morte contra ele, vindas de internautas que seriam seguidores do hipnólogo.
“Gabriel acredita que as suas manifestações não tiveram qualquer condão ofensivo, sendo, pelo contrário, protegidas por seu direito constitucional de livre manifestação. Pessoas públicas, com muita visibilidade, devem ter muito cuidado ao incitar perseguições digitais”, diz o comunicado da equipe jurídica de Gabriel enviado para o site Uol.