Nesta terça-feira (4), a HBO divulgou o trailer de “Massacre na Escola – a Tragédia das Meninas de Realengo”, com exclusividade no hugogloss.com. A série documental com quatro episódios vai mostrar o antes e depois das vítimas, familiares e testemunhas da tragédia de 7 de abril de 2011. Na ocasião, um ex-aluno entrou na Escola Municipal Tasso de Silveira e matou 12 estudantes, no que foi considerado o primeiro massacre em uma instituição de ensino brasileira.
Segundo as testemunhas ouvidas pela diretora e produtora Bianca Lenti, o assassino se direcionava principalmente às alunas. Em cerca de 15 minutos foram mais de 30 disparos, 24 estudantes baleados e 12 mortos, dentre eles, 10 meninas. “A mídia não falou em crime de ódio. A mídia não falou em misoginia”, afirma uma delas na prévia. “Nas meninas, ele ia certo na cabeça”, lembra outra. Após as investigações, o massacre foi considerado feminicídio em massa.
Além dos depoimentos, as primeiras imagens mostram cenas dos dias que sucederam a tragédia e dos sobreviventes – uma das meninas aparece em uma cadeira de rodas. O documentário ainda se aprofunda na polêmica dos grupos de ódio nas redes sociais, onde são compartilhados discursos extremistas, principalmente de misoginia. “A internet é um território livre, para o bem ou para o mal”, alerta um trecho.
A série aponta a necessidade de não esquecer o crime e aborda, ao longo dos episódios, alguns ataques que sucederam o de Realengo, como o massacre de Suzano em 2019 – que deixou sete mortos na Escola Estadual Raul Brasil, sendo cinco estudantes e duas funcionárias. A produção também ouviu especialistas sobre as camadas sociais por trás do crime, com o objetivo de prevenir novas tragédias: “Não pode esquecer! Quem passou por isso se sente violentado. A gente está falando do nosso futuro, porque está nas mãos dessas crianças”.
A estreia é no próximo domingo, 9 de julho, às 22 horas. Assista ao trailer:
No ano de 2011, em comemoração aos seus 40 anos, a escola estava recebendo ex-alunos para falar sobre suas vidas fora do ambiente escolar. Wellington Menezes de Oliveira, aos 23 anos, se apresentou como palestrante, entrou e deu início ao ataque. Quando os policiais chegaram ao local, o criminoso se preparava para subir no terceiro andar da instituição. Wellington se matou depois que foi atingido na troca de tiros com os agentes.
Massacres em escolas
Somente em 2022 e 2023, o Brasil teve seis ataques com mortes nas escolas. Segundo o jornal O Globo, até o ano passado, 35 pessoas foram mortas em instituições de ensino. Outras 302 pessoas já foram presas ou apreendidas por ameaças a escolas, de acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Em março deste ano, um adolescente de 13 anos esfaqueou seis pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo, e provocou a morte de uma professora. Já em abril, um homem de 25 anos matou quatro crianças com uma machadinha em uma creche de Santa Catarina. Em junho, um homem de 21 anos invadiu o Colégio Estadual Helena Kolody, no norte do Paraná, e matou dois alunos.
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