E já temos um novo fenômeno da Netflix! A série sul-coreana “Round 6” conquistou o público e, atualmente, ocupa o primeiro lugar entre as dez produções da plataforma mais assistidas no Brasil – desbancando até mesmo a aguardada terceira temporada de “Sex Education“. Sucesso total, hein?!
Lançada em 17 de setembro, a trama acompanha um grupo de 465 pessoas endividadas convidadas a participarem de uma competição misteriosa, de seis rounds no total. A cada etapa, os competidores enfrentam uns contra os outros em jogos infantis típicos do país, como “Batatinha Frita 1, 2, 3” e “Cabo de Guerra”. A disputa, entretanto, está longe de ser ingênua. Quem ganha, fatura um prêmio de 45,6 bilhões de wones. Já quem perde, acaba pagando com a própria vida.
As arenas onde acontecem as disputas são sempre coloridas, imitando um parquinho de estilo “jardim de infância”, por exemplo, ou até mesmo um circo. Ao longo dos episódios, esses ambientes viram cenário de verdadeiras chacinas. Em conversa com o site Yahoo!, o criador e diretor da série, Hwang Dong-hyuk, explicou o motivo de abordar essa temática nas telinhas.
“O ‘jogo da lula’ (squid game – nome da série em inglês) era algo que eu costumava jogar quando criança no pátio da escola ou nas ruas da minha vizinhança. O jogo era bastante físico e um dos meus favoritos. Aí pensei: ‘E se eu jogar esse jogo de novo como adulto?’ Achei que isso poderia ter um significado muito simbólico. Os jogos poderiam ser algo que eu costumava brincar quando era inocente, mas levar a consequências mais intimidantes de vida ou morte. A mistura desses fatores poderia criar uma ironia muito marcante”, pontuou.
O sul-coreano ainda contou, em entrevista à revista Variety, que vê a história como uma metáfora sobre o mundo moderno, cheio de ganância e disputa de egos – o que nos faz refletir sobre valores. “Eu quis escrever uma história que fosse uma alegoria ou fábula sobre a sociedade capitalista moderna, algo que retrate uma competição extrema de alguma forma semelhante com a competição da vida. Mas eu quis usar os tipos de personagens que todos nós já conhecemos na vida real”, argumentou.
Por fim, o showrunner justificou a escolha de cada um dos seis jogos infantis que vemos ao longo dos episódios. “Os jogos tinham que ser simples mas, ao mesmo tempo, criarem uma sensação de medo quando colocados em uma situação de vida ou morte. Não gasta muito tempo ou energia para entender as regras. Isso permite com que os espectadores foquem nos personagens, ao invés de se distraírem tentando entender as regras”, declarou.
“Em vez do jogo em si, ‘Round 6’ se concentra em como os personagens agem e respondem aos desafios. Normalmente, olhamos para os vencedores em jogos de sobrevivência, mas [neste drama], olhamos para os perdedores. Sem perdedores, não há vencedores”, refletiu Dong-hyuk.