[Alerta spoiler! O post a seguir contém spoilers sobre a primeira temporada de “And Just Like That…”, novo capítulo criado para a série “Sex And The City”. Caso não tenha assistido ainda, sugerimos que encerre a leitura por aqui!]
O personagem Mr. Big, interpretado pelo ator Chris Noth, morreu na continuação de “Sex And The City“, intitulada “And Just Like That…” e exibida na HBO Max. Mas parece que já era pra ele ter saído da série bem antes disso… Em entrevista para a revista Variety, divulgada nesta terça-feira (1°), o showrunner Michael Patrick King contou quando era pro personagem ter morrido. Além disso, ele explicou por que o terceiro filme nunca foi produzido.
“A ideia do filme foi realmente forte, e houve interesse. E, de repente, foi impossível conseguir a participação das quatro moças: Kim [Cattrall] não queria fazer o filme. Kim tinha acabado de interpretar Samantha, e apesar das conversas [sobre o assunto] ela apenas disse: ‘Eu não quero fazer isto’. Então ela desistiu, e eu pensei: ‘Bem, então não há filme'”, explicou.
O criador da produção revelou como se sentiu quando uma das suas estrelas se recusou a participar: “Foi decepcionante na ocasião, porque eu tinha uma boa história e adoro escrever sobre Samantha. É preciso olhar para a realidade de algo: não se pode literalmente fazer com que uma atriz desempenhe um papel”.
“A ideia do filme nasceu porque eu adorava escrever estas personagens, e pensava que elas ainda estavam vivas em algum lugar na minha mente. Por isso não foi do tipo: ‘Vamos fazer outros blockbuster, vamos tentar nos superar!’ Era só: ‘Eu adoro estas personagens'”, continuou.
Apesar disso, segundo ele, no fim das contas o filme não ter sido feito foi uma coisa boa. “Eu tinha a ideia de que o Mr. Big ia morrer — esse era o filme. E estou tão emocionado por não ter acontecido no filme, porque eu não teria sido capaz de explorar a jornada [da morte de Big] para Carrie [como fiz na série]”, afirmou, se referindo à “And Just Like That”.
Escândalos envolvendo Chris Noth
Poucos dias após a estreia de “And Just Like That“, duas mulheres vieram a público acusar o astro de “Sex and the City” de tê-las estuprado em episódios distintos, nos anos de 2004 e 2015, em Los Angeles e na cidade de Nova York, respectivamente. Zoe e Lily (nomes fictícios) relataram suas histórias ao The Hollywood Reporter separadamente, em meses diferentes, e supostamente não se conheciam.
De acordo com elas, a divulgação do revival da série dos anos 1990 foi o gatilho que disparou as memórias difíceis do que elas teriam vivido. Zoe teria sido estuprada por Chris em seu apartamento em West Hollywood, na Califórnia, quando aceitou um convite dele para curtir a piscina do local. Na época, ela tinha apenas 22 anos e ele, 49. Lily, por sua vez, conheceu Noth quando trabalhava na área VIP de uma boate em Nova York. Ela deu seu número ao ator e, eventualmente, os dois se encontraram para beber. A jovem o acompanhou até o apartamento do astro, local em que Noth teria a obrigado a fazer sexo oral nele.
Além delas, a diretora e atriz Zoe Lister-Jones, de “Law & Order”, também expôs situações desconfortáveis que viveu com o ator. Em uma publicação no Instagram, no dia 16 de dezembro do ano passado, ela relembrou momentos em que testemunhou comportamentos inapropriados de Chris, particularmente quando contracenou com ele no drama policial. “Ele (Noth) estava bêbado nas gravações. Durante a cena em que me interrogava, estava com uma lata de 650ml de cerveja escondida embaixo da mesa, e bebia entre os takes. Durante as filmagens, ele chegou bem perto de mim por trás, cheirou o meu pescoço e sussurrou: ‘Você cheira bem’. Eu não disse nada”, desabafou.
Chris Noth negou todas as acusações anteriores. Em resposta às mulheres que alegaram estupro e agressão no The Hollywood Reporter, o ator disse que os casos foram consensuais. Em resposta à mulher que anonimamente se apresentou ao The Daily Beast, um representante do Noth disse que a história era “uma invenção completa” e que “Chris não tem conhecimento de quem é esse indivíduo”.
“As acusações contra mim feitas por indivíduos que conheci anos, até décadas atrás, são categoricamente falsas”, disse o artista depois que a primeira denúncia foi publicada. “Essas histórias poderiam ter sido de 30 anos atrás ou 30 dias atrás – ‘não’ sempre significa ‘não’ – essa é uma linha que eu não cruzei. Os encontros foram consensuais. É difícil não questionar o momento em que essas histórias foram lançadas. Não sei ao certo por que elas estão surgindo agora, mas eu sei disso: eu não ataquei essas mulheres”.
Ainda em dezembro, a cantora e compositora Lisa Gentile afirmou que o ator a puxou, beijou e tocou seus seios à força. “Eu tentei fazer com que ele parasse”, lamentou em um trecho da entrevista coletiva para a imprensa. A artista afirmou que no dia seguinte ao abuso, Chris a procurou e fez ameaças. “Ele disse que se alguma vez eu contasse a alguém sobre o que aconteceu na noite anterior, que ele arruinaria minha carreira, eu nunca cantaria novamente e ele me colocaria na lista proibida”, disse. Noth foi “emboscado” por paparazzi para comentar a nova acusação, ele limitou-se a dizer que seu posicionamento seguia o mesmo dado nos posicionamentos divulgados.