Delegada do Leblon se manifesta sobre mãe e filha que “moram” no McDonald’s, e diz se caso configura crime

Thaianne Barbosa de Moraes Pessoa também explicou em que momento o caso pode ser configurado crime

McDonald’s

Thaianne Barbosa de Moraes Pessoa, delegada do 14ª DP (Leblon), se manifestou sobre o caso de mãe e filha que vivem há, pelo menos, três meses no McDonald’s do bairro, no Rio de Janeiro. Em entrevista ao jornal O Globo, a oficial afirmou que já recebeu algumas denúncias anônimas sobre o episódio que, segundo ela, não configura crime.

De acordo com a delegada, a estada das mulheres só pode ser considerada um delito se o estabelecimento se sentir lesado com a situação. “A permanência delas no horário aberto para o comércio e consumindo os produtos não configura o crime por si só. Se, futuramente, o McDonald’s ou outras pessoas noticiarem outros elementos a esse fato que delimitem ali a ocorrência de um crime, a delegacia estará aberta para formalizar a investigação“, garantiu.

Susane Paula Muratori Geremia, de 64 anos, e a filha dela, Bruna Muratori Geremia, de 31, chamaram a atenção, tanto no local quanto nas redes sociais, por morarem na lanchonete, localizada na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, na Zona Sul da capital fluminense. Juntas, elas carregam malas, de grande e pequeno porte, e passam dia e noite no estabelecimento.

Bruna chegou a registrar um boletim de ocorrência por injúria contra um suposto funcionário do McDonald’s. No entanto, as autoridades seguem apurando para identificar se o homem realmente trabalha no local. “Não podemos criminalizar questões sociais sem elas adentrarem à esfera penal. Só podemos dar início a uma investigação caso a loja notifique“, disse Thaianne.

Ao jornal, a Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou que, desde março, quando foi acionada por moradores, vem oferecendo abrigo para Susane e Bruna. Os agentes teriam procurado mãe e filha mais de uma vez. Elas, porém, recusaram o acolhimento, alegando que “não precisam de ajuda e não estão passando necessidades“.

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Após a repercussão, diversas pessoas tomaram a calçada da lanchonete e tentaram fazer imagens de Susane e Bruna, na última quinta-feira (25). O grande número de curiosos incomodou a filha, que chamou a polícia e, em seguida, foi amparada por uma psicóloga que passava pela área. “Elas precisam de todo apoio, principalmente, o psicológico para lidar com tudo isso. Espero que as duas consigam resolver a situação financeira e encontrem um lar“, declarou uma moradora, do condomínio em frente ao estabelecimento, ao veículo.

Um policial que falou com Bruna também se manifestou sobre o caso. “Elas não estão cometendo nenhum crime e não apresentam ameaça. Espero que consigam resolver a situação“, disse o agente Felix. Os internautas também têm compartilhado registros da lanchonete após o caso viralizar nas redes sociais.

O que diz o McDonald’s

A empresa fez uma reunião interna para avaliar a situação. Uma fonte da CBN revelou que o encontro foi solicitado pelo dono da loja e que o departamento jurídico da rede cogita processar mãe e filha por abuso do consumidor.

Na reunião, ainda segundo a fonte, o empresário afirmou que está de “mãos atadas“, já que Susane e Bruna são consumidoras, sempre compram na lanchonete e pagam com cartão de débito. Ele também revelou ter procurado a prefeitura do Rio e afirmou, assim como a Secretaria Municipal de Assistência Social, que as mulheres se recusam a receber qualquer auxílio.

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Mãe e filha se manifestam

Em entrevista ao “O Dia”, Bruna alegou que ela e a mãe estavam no estabelecimento há 30 dias, e não três meses, como foi dito pelos veículos de comunicação. Para ela, a curiosidade das pessoas é movida por “inveja”.

Eu acho que o que gerou curiosidade foi a inveja. Se fosse uma pessoa de pele morena, se fosse uma pessoa de pouca roupa, com pouca mala, não teria despertado curiosidade. Se eu não fosse loira e atraente não teria despertado curiosidade“, disse Bruna, que também atrelou a repercussão do caso ao bairro. “O Leblon é um bairro de fofoqueiro“, afirmou.

Apesar de darem depoimentos, mãe e filha não revelaram o verdadeiro motivo de estarem alocadas na lanchonete. Segundo O Globo, tudo teria começado quando elas tiveram que sair de um apartamento alugado, em Copacabana. Saiba mais, clicando aqui.

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