Noivos são internados após comerem ‘presente’ na véspera do casamento em MG, e polícia investiga suspeita

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Que horror! Um casal de Jaíba, norte de Minas Gerais, iria realizar um casamento civil na última sexta-feira (24), mas um incidente inesperado interrompeu seus planos. Dione Quirino, de 35 anos, e Amanda Cássia Lopes, de 27, receberam bombons de presente no dia anterior ao da cerimônia e, ao comerem os doces, passaram mal e tiveram que ser internados. O cachorro da família também comeu um pedaço do alimento e acabou morrendo.

Foi na quinta-feira (23) a tarde que o casal recebeu o tal presente: uma caixa com bombons e uma taça de champanhe. Os dois estavam na companhia da mãe, cunhada e sobrinha de Amanda. “Eles estavam almoçando. Chegou esse presente de casamento porque minha irmã casaria hoje. Eram seis taças e bombons“, contou Gustavo Henrique Lopes da Silva, irmão da noiva, ao UOL. Os familiares foram levados ao Hospital Municipal de Jataí. O animalzinho da família morreu na hora, após comer o doce.

Ainda não foi esclarecido se o caso foi criminal, mas a investigação trabalha com a hipótese de envenenamento, motivado por ciúmes. A suspeita é uma ex do noivo, que não teve a identidade revelada. Em seu depoimento inicial, o casal relatou que a moça era contra a união e já teria disparado que o noivo “não seria feliz com ninguém“. A mulher foi detida na sexta-feira (25), por volta das 21 horas, e teve prisão temporária decretada.

Segundo o irmão de Amanda, o pacote chegou através de um taxista, aproximadamente meio dia. As outras pessoas que estavam presentes também experimentaram os bombons, inclusive uma criança de dois anos. “Minha esposa foi para casa rapidamente, porque ela já chegou vomitando, perdendo a visão. Minha mãe do mesmo jeito, assim como meu cunhado e minha irmã. Chamei dois colegas meus que têm carro e levamos eles para o hospital“, disse o rapaz.

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A caixa continha bombons que fizeram o casal parar no hospital. (Foto: Arquivo Pessoal)

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A investigação descobriu que o táxi, vindo de Janaúba, a 70 quilômetros de Jaíba, recebeu R$5 de uma mulher para realizar a entrega. O motorista deu característica da criminosa aos oficiais, e a descrição bate com a ex-companheira de Dione. As câmeras de segurança também ajudaram os policiais a reconstituírem toda a ação. “As filmagens mostram a mulher com a encomenda em uma bolsa preta andando pela cidade, procurando o mototaxista e entregando a encomenda para ele. Depois, ela pega um táxi de Verdelândia, cidade onde a ex-companheira de Dione reside“, afirmou o delegado Marconi Vieira, da Polícia Civil de Minas Gerais, ao portal Gazeta Web.

Com essas informações, um mandado de prisão foi expedido contra a suspeita. Ela foi encontrada na casa de sua mãe. Em seguida, os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa da mulher. Em depoimento, a ex de Dione afirmou que Amanda teria sido a culpada pelo fim de seu relacionamento com o rapaz. “Toda vez que eu perguntava se ela envenenou os bombons, ela olhava para o chão e ficava calada“, contou o delegado.

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Dione e Amanda seguem internados. (Foto: Arquivo Pessoal)

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Segundo a Polícia Militar, o médico que atendeu as vítimas identificou um quadro de síndrome colinérgica grave após intoxicação, caracterizado por alterações no estado mental e fraqueza muscular. Os bombons que sobraram foram levados para perícia, e o corpo do cão passará por exames no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte. Vieira pediu ainda um exame grafológico de um bilhete que chegou junto da encomenda, com a escrita do endereço do local. O papel será comparado com um caderno da suspeita.

Segundo o irmão de Amanda, o casal envenenado está com pneumonia e passará por uma bateria de exames neste domingo (27). Os médicos avaliarão se a previsão de alta dos dois pode ser mantida para segunda-feira, dia 27, como era planejado. “Vão fazer uma bateria de exames de novo hoje e se tudo estiver bem, segunda-feira eles recebem alta. Em razão do envenenamento, eles desenvolveram uma pneumonia, então, só os exames vão dizer se sairão mesmo“, explicou Gustavo ao UOL. As outras vítimas continuam em observação.