Hugo Gloss

Polícia e MP investigam suicídio de funcionário de clube onde petista foi morto

Marcelo Arruda Petista Jorge Guaranho

Autoridades investigam se um suicídio teria ligação com a morte de Marcelo Arruda. (Fotos: Reprodução)

[Alerta Gatilho!] A Polícia Civil do Paraná e o Ministério Público investigam se há relação entre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), e um suicídio. Claudinei Coco Esquarcini, de 44 anos, tirou a própria vida neste domingo (17), na cidade de Medianeira, a 50 km de Foz. Segundo o UOL, o homem seria o encarregado pela instalação do sistema de câmeras de vigilância do local do crime.

No último dia 9 de julho, Marcelo foi morto a tiros durante a celebração dos seus 50 anos de idade. A festa, que tinha o partido PT como temática, aconteceu na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), na Vila A. De acordo com os relatos, Claudinei, por sua vez, era vigilante em Itaipu, e diretor da associação onde ocorreu a festa de aniversário de Arruda.

Marcelo Arruda foi morto a tiros durante sua festa de 50 anos. (Foto: Reprodução)

Segundo a Polícia Civil, Jorge José da Rocha Guaranho teve acesso às imagens do aniversário durante um churrasco com amigos. Durante essa confraternização, integrantes da associação teriam mostrado os registros da festa ao vivo para o policial penal. Diante disso, o homem, que já expressou apoio a Jair Bolsonaro em suas redes sociais, teria ido ao local para “provocar” os presentes no aniversário do guarda petista. Posteriormente, a tragédia se desdobrou naquela mesma festa.

Abalo após assassinato

José Augusto Fabri, vigilante da Itaipu, foi questionado pela polícia sobre o acesso às câmeras da Aresfi, e citou Claudinei como encarrado pelo sistema de monitoramento do local. “Tem que ter uma senha. Esse processo quem faz é o Claudinei. Como ele conhece de configuração, montagem, manutenção e ele faz parte da diretoria, então ele cuida dessa parte”, afirmou o vigilante em seu depoimento.

O atirador, Jorge Guaranho, teria tido acesso às imagens do aniversário de Marcelo Arruda. (Foto: Reprodução)

Em entrevista ao UOL, pessoas próximas a Claudinei, que tiveram suas identidades preservadas, assumiram como ele ficou muito abalado emocionalmente após o crime. Agora, o MP e a Polícia Civil buscam entender se existe alguma relação entre a morte de Claudinei e o homicídio de Marcelo. Daniel Godoy, um dos advogados da família do petista assassinado, sugeriu que as autoridades quebrem o sigilo telefônico do diretor da entidade para entender como as imagens foram acessadas. “O suicídio deve ser apurado, pois ele [Claudinei] era o responsável pelas câmeras e pelas senhas de acesso. É possível que ele tenha viabilizado o acesso às imagens”, declarou.

A Itaipu Binacional expressou seu pesar pela morte do colaborador, após duas décadas de trabalho dele na usina. “Claudinei trabalhou na Itaipu por 20 anos, sempre como agente de segurança da Divisão de Segurança da Central. A Itaipu está prestando toda a assistência necessária à família, a quem expressa suas condolências”, disse a empresa. Claudinei deixou a esposa e três filhos.

Inquérito rapidamente encerrado e motivação política descartada

Na última sexta-feira (15), Jorge José da Rocha Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por causar perigo a outras pessoas. A pena para o policial pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão. Camila Cecconello, delegada responsável pelo caso, descartou crime de ódio por motivação política, com base no relato da esposa do atirador. Contudo, a família de Arruda contesta. Isso porque uma testemunha disse ter ouvido Guaranho gritar “aqui é Bolsonaro” antes de atirar em Marcelo.

O inquérito do assassinato foi concluído em cinco dias, mas as investigações ainda deixaram algumas perguntas a serem respondidas. Segundo o UOL, ainda é preciso extrair os dados do celular do atirador, bem como realizar a leitura labial das imagens da cena do crime. Tais detalhes também poderiam ajudar a entender se houve, ou não, participação direta ou indireta de terceiros na ação. Ainda se espera o resultado de alguns exames, como a perícia do confronto balístico, um exame complementar no veículo usado por Guaranho, sem falar na reconstituição no local do crime.

O policial penal Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado. (Foto: Reprodução)

IMPORTANTE: Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais ou considerando o suicídio, ligue para o ‘Centro de Valorização da Vida’ pelo número 188. O CVV realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.

Sair da versão mobile