Novos desdobramentos do assassinato da diarista Alice Fernandes da Silva, 51 anos, e da empregadora Martha Maria Lopes Pontes, de 77 anos, surgiram neste final de semana. As duas foram encontradas mortas em um apartamento de luxo no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no dia 9 de junho.
Inicialmente, a polícia apontou que elas teriam sido vítimas de um incêndio. No entanto, a perícia confirmou que ambas foram degoladas, com cortes a faca no pescoço. Acusado pelo crime, Jhonatan Correia Damasceno fingiu que precisava entregar um currículo para conseguir voltar à casa da idosa, sua ex-patroa.
Na noite de sábado (11), segundo o g1, William Oliveira Fonseca se entregou às autoridades, como comparsa do assassinato. Em depoimento, ele afirmou que a ordem de matar as vítimas veio de Jhonatan, que ficou com medo de ser denunciado após sair do apartamento.
Segundo William, quando os dois já estavam andando pelo bairro, “Jhonatan efetuou uma ligação, tendo falado com a diarista da residência que queria entregar um currículo a Martha, para que ela lhe auxiliasse a arrumar um emprego”. Na mochila, eles tinham uma fita adesiva para amordaçar as vítimas, e lacres que foram utilizados como algemas. A faca usada no crime teria sido tirada da própria cozinha de dona Martha.
Enquanto dava mais detalhes do crime, William contou que as duas vítimas “clamavam para que Jhonatan não fizesse aquilo, alegando que já o tinham ajudado, e que ele era trabalhador”. Mesmo assim, o pintor as amarrou e “separou relógios, cordões dourados, anéis e passou a exigir que Martha preenchesse cheques, pois ele já sabia que ela costumava pagar dessa forma”.
“Antes de Jhonatan descer para descontar os cheques, ele disse para Martha que, caso alguém do banco ligasse, era para ela autorizar a transação bancária e ‘que era para ela não falar besteira'”, relatou ele, no termo de declaração.
William ainda afirmou que o pintor disse “que era melhor matar as vítimas, pois senão elas poderiam reconhecê-lo”. Enquanto ele cortou as gargantas, Jonathan jogou álcool no quarto para carbonizar o corpo de Martha. Jhonatan Correia Damasceno está preso. Já William Oliveira Fonseca deve passar por audiência de custódia nesta segunda-feira (13).
Os pintores estavam sendo investigados pela polícia, já que, no dia do crime, entraram no prédio com autorização da dona do apartamento. O filho da diarista morta, também havia contado que os criminosos estavam tentando extorquir a idosa. “Um deles começou a falar que o pai estava passando mal e perguntou se ela poderia ajudar com alguma quantia”, disse Diogo Fernandes.
“Teve outro episódio em que a Dona Martha estava sozinha. Ele foi lá de novo, colocou o pé na porta e a ameaçou, querendo dinheiro. Mas ela não deu. Minha mãe estava trabalhando. O pintor conhecido como Carlos chegou com outro rapaz que nunca tinha ido lá e falou que iria falar com a Dona Martha”, acrescentou.
Um vídeo publicado pelo jornal Extra mostrou o estado do apartamento após a ocorrência. No trecho, é possível ver todos os móveis e paredes completamente destruídos pelo fogo. O apartamento também estava, em partes, tomado por água. Assista:
https://twitter.com/MidiasSo/status/1535260759474769922