Vídeo de “traficantes” pedindo oração em igreja no RJ viraliza, e pastores revelam a verdade por trás das imagens; assista

No vídeo, os “traficantes” pedem uma oração ao pastor para ajudá-los numa guerra com rivais

Traficantes Igreja

Nossa, o que rolou? O vídeo de uma cena um tanto curiosa viralizou nesta semana, nas redes sociais. Nas imagens, um suposto traficante entra numa igreja evangélica durante um culto e pede as bênçãos do pastor, quando está prestes a encarar uma guerra com a facção rival. A gravação bombou muito na web e, nesta terça-feira (5), a verdade veio à tona. Segundo o UOL, o trecho é de uma peça de teatro.

Inicialmente, o vídeo foi divulgado no TikTok por um influenciador do Morro do Borel, no Rio de Janeiro. A publicação mostra os fundos da igreja, quando os homens mascarados e armados aparecem e interrompem o culto. “Pastor, com todo respeito, nós estamos passando uma certa dificuldade aí, os caras estão querendo invadir a comunidade. Nós queria (sic) uma oração pro nosso chefe aqui, tá entendendo, porque o bagulho tá doido”, diz um dos homens.

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Sob os gritos de “aleluia”, dois supostos traficantes entram na igreja e vão até o púlpito do pastor, quando um deles é repreendido pelo comparsa por estar com um fuzil nas mãos. “Coé, menor? Atividade aí, menor. Perdeu o respeito? Vamos tirar a arma da igreja aqui, menor”, diz o outro homem. Só no Twitter, as imagens tiveram milhões de visualizações e deixaram internautas muito intrigados com o contexto da cena. Assista:

A pastora Isa Cruz, que é presidente da igreja evangélica do Ministério Tempo de Avivar, no Morro do Borel, falou sobre o caso ao UOL. A líder religiosa contou que o vídeo surgiu de uma peça de teatro encenada em comemoração ao Dia do Pastor, no último dia 12 de junho. Segundo ela, os personagens e “traficantes” eram todos integrantes de sua congregação. “Foi uma peça de teatro referente ao Dia do Pastor, gravada no segundo domingo de junho. No final da história eles se convertem”, explicou.

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“A todo momento me mandam o vídeo”, contou a pastora, que apesar de não usar muito as redes sociais, ainda assim sentiu a repercussão das imagens. Ela também falou que sua congregação não se preocupou com a grande circulação do vídeo pela web. “Ficamos tranquilos, porque realmente foi uma peça e acho que não foi [divulgado] o vídeo todo”, afirmou.

Alan Mendes, o pastor que aparece no vídeo, também se pronunciou. Ele contou que o fuzil utilizado na cena, na verdade, não passava de uma arma de paintball. O também presidente da igreja afirmou que ele e Isa já sabiam que haveria uma peça naquele dia, só não tinham noção de qual seria o tema em exibição. Mesmo assim, o líder religioso disse não ter acreditado que a “invasão dos traficantes” ao culto fosse mesmo uma situação real. “Não [achei que fosse real] porque eu sabia que era uma peça da igreja, só não sabia qual o tipo de peça que eles estariam apresentando”, explicou.

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Os traços dos fiéis que participaram da encenação também o ajudaram a entender que aquilo era apenas ficção. “Eles me pegaram de surpresa, mas não me assustou porque eu sabia que era uma peça e conheço cada um e a característica de cada um que entrou na igreja. Eu conheço meus obreiros”, declarou o pastor.

De acordo com a pastora Isa, a história exibida no vídeo retrata um pouco do que já aconteceu na vida real, como quando pessoas largaram o tráfico para se dedicar à vida religiosa. “A nossa igreja é aberta. Nós não impedimos ninguém de entrar na igreja para receber a palavra de Deus. Temos alguns convertidos que antes foram ex-prostitutas, ex-traficantes. Quando [a pessoa] entra na igreja, na presença de Deus, sua vida é mudada”, relatou ela.