“Trem-Bala“, superprodução recheada de ação e humor, estreou nesta quinta-feira (3) nos cinemas, e Hugo Gloss conversou com o diretor David Leitch, responsável pelo longa estrelado por Brad Pitt. A parceria de sucesso entre a dupla é de longa data e resultou numa série de projetos incríveis e numa progressão de carreira impressionante, sobre a qual o cineasta falou no novo papo.
Antes de comandar longas como “Atômica” e “Deadpool 2” e, mais recentemente, “Trem-Bala”, Leitch foi dublê de Brad Pitt. Entre os anos 1990 e 2000, David substituiu o galã em cenas de ação de ao menos cinco filmes, entre eles “Clube da Luta”, um dos mais celebrados da carreira do vencedor do Oscar.
Durante o bate-papo com Bruno Rocha, o diretor explicou como foi “retomar” essa parceria, desta vez em um contexto completamente diferente e, também, como foi a transição de frente para trás das câmeras. “Uau. Foi uma longa jornada, mas eu sempre fui grato a ela. Eu comecei como dublê do Brad em “Clube da Luta”. Na época, aconteceu de termos uma química muito grande. Depois trabalhamos juntos em “Troia” e “Sr. & Sra. Smith””, relembrou Leitch.
A experiência como substituto de Pitt, além de outros nomes do cinema, facilitou a “mudança de carreira”, já que David reuniu o conhecimento necessário para comandar um set de filmagem. “Eu comecei a dirigir o que chamamos de “segunda unidade” que, muitas vezes, é referente às sequências de ação no cinema. Comecei a usar as minhas habilidades como dublê para dirigir essas sequências e isso me levou a dirigir um longa completo. Então, tudo se conectou. Eu me tornei diretor e estamos aqui, já dirigi quatro ou cinco filmes”, celebrou.
Ao ser questionado sobre como os dois se envolveram no projeto, o cineasta admitiu que tudo foi “obra do destino”. “Aconteceu de um roteiro cair no colo do Brad, e, de repente, o destino uniu novamente o Brad e eu. Foi um momento muito bonito”, declarou. Desta vez, no entanto, Leitch preferiu o conforto da cadeira de diretor e deixou Pitt se arriscar nas cenas de ação. “Eu não precisei fazer o papel de dublê em nenhuma cena neste caso. Ele fez a maior parte sozinho, e nós também tivemos um ótimo jovem dublê chamado Kyle, que supera todas as minhas habilidades“, contou.
Jornada maluca
Uma adaptação do livro homônimo do japonês Kotaro Isaka, “Trem-Bala” acompanha um grupo de assassinos de aluguel que embarca num mesmo trem, sem saber que as missões que os levaram até ali estão interligadas. De certa forma, cada um deles está no caminho do outro e a trama então se torna uma comédia de ação ultraviolenta, com a energia caótica que só um elenco que inclui Brad Pitt, Aaron Taylor Johnson, Brian Tyree Henry, Sandra Bullock e Joey King e um diretor como Leitch poderiam trazer à vida.
“A Sony já estava adaptando a obra. Eles optaram por ela dentro da literatura de Kôtarô Isaka e trouxeram Zak Olkewicz como roteirista para adaptar. Então, a primeira vez que eu li foi quando recebi o roteiro. Eu pensei: ‘Nossa, esse roteiro é incrível, cheio de personagens malucos e essa jornada mais maluca ainda'”, recordou David sobre seu primeiro contato com a trama insana.
Sandra Bullock
No filme, Sandra Bullock dá vida à Maria Beetle, personagem titular do livro, mas que não tem tanto destaque na versão cinematográfica. Na telona, a atriz aparece como uma “voz onisciente” ao pé do ouvido de Brad Pitt e atua como a chefona que envia o personagem dele, Ladybug, em uma “missão suicida”.
Gloss questionou o porquê de Bullock aparecer pouco, fisicamente, na tela, e o diretor se saiu bem. “Se você assistir ao “Por trás das cenas”, você vai ver. Eu gravei algumas cenas no estilo de “As Panteras”. Ela falando no telefone, algo assim, sabe? Mas na hora de editar o filme e juntar os pedaços, fazer isso parecia trapacear. Nós realmente queríamos guardar essa surpresa o máximo possível, para que quando o expectador assistisse, fosse algo realmente empolgante. Às vezes, menos é mais”, contou ele.
Assista ao papo na íntegra abaixo:
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques