Robinho: Itália pede ao Brasil, extradição do jogador, condenado por estupro

O jogador brasileiro foi condenado a nove anos de prisão na Itália, acusado de cometer violência sexual em grupo

Robinho Italia

O Ministério da Justiça da Itália encaminhou ao Brasil um pedido de extradição de Robinho. De acordo com o Globo Esporte, o requerimento já havia sido expedido em fevereiro pelo Ministério Público de Milão, mas só chegou agora às autoridades brasileiras. No país europeu, o jogador de futebol foi condenado a nove anos de prisão por violência sexual em grupo.

Diversos veículos italianos reportaram a decisão, divulgada pela agência de notícias Ansa. A imprensa internacional destacou que o Brasil não permite a extradição dos cidadãos brasileiros, algo assegurado pela Constituição Federal. Contudo, a justiça italiana ainda pode pedir que Robinho cumpra sua pena de prisão no nosso país, caso ele queira deixar o Brasil e viajar para outros destinos.

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Em janeiro deste ano, a Corte de Cassação de Roma (equivalente ao Supremo Tribunal Federal no Brasil) condenou Robinho de forma definitiva, confirmando a decisão tomada pelo Tribunal de Justiça de Milão no fim de 2020. Após dar entrada numa série de recursos, o jogador acabou recebendo a sentença de nove anos de prisão por estupro contra uma jovem de 23 anos, junto a seu amigo, Ricardo Falco. O atleta brasileiro ainda terá de pagar uma indenização de 60 mil euros, algo em torno de 372 mil reais.

Robinho foi condenado por violência sexual em primeira instância em 2017, decisão agora confirmada pelo Supremo Tribunal da Itália. (Foto: Reprodução/Santos TV)

Robinho e Ricardo foram enquadrados no artigo “609 bis” do código penal italiano. O texto trata da participação de duas ou mais pessoas reunidas para praticar violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”. A vítima disse ter sido embriagada e abusada sexualmente por seis homens enquanto estava inconsciente. A defesa dos condenados, por sua vez, alegou que a relação teria sido consensual.

Relembre o caso

O caso em questão ocorreu na madrugada de 22 de janeiro de 2013, em uma boate de Milão chamada Sio Café. Além de Robinho e Ricardo Falco, outros quatro brasileiros teriam participado do ato contra uma jovem de origem albanesa, que teve sua identidade preservada. Segundo a denúncia da Procuradoria da Cidade, a vítima havia ido à casa noturna para celebrar seu aniversário de 23 anos, quando foi abusada dentro do camarim do local. O episódio foi considerado pelas autoridades como violência sexual de grupo.

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Em outubro de 2020, uma reportagem do “Globo Esporte” revelou trechos da sentença judicial e da transcrição dos grampos que levaram Robinho a ser condenado em primeira e segunda instância. Nas conversas, o jogador admitiu que teve relações sexuais com a vítima e que ela estava “completamente bêbada” a ponto de “não saber nem o que aconteceu“. Posteriormente, ele e sua defesa argumentaram que muitas falas estavam “fora de contexto”, e que as relações teriam sido consensuais. A justiça italiana decidiu por sua condenação após os recursos nas três instâncias possíveis.

A justiça italiana considerou que a vítima teria sido “humilhada e usada” por Robinho e amigos. (Foto: Reprodução/YouTube/UOL)

Os outros quatro brasileiros, que acompanhavam o jogador no exterior, deixaram a Itália no decorrer da investigação. Por conta disso, eles foram apenas citados nos autos, sem serem formalmente acusados. Confira a íntegra do caso, a transcrição das conversas, os relatos e a série de manifestações contra uma contratação do jogador, clicando aqui.

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