Alice Braga tem uma carreira vasta na atuação e representa o Brasil mundo afora, com grande conhecimento sobre os bastidores desse universo. Em entrevista ao Trip FM, a estrela mostrou insatisfação com os novos tipos de testes adotados para selecionar atores em projetos do audiovisual.
“Começaram a pedir número de seguidores em teste de elenco. Isso é um absurdo, não deveria ser medida para nada. Como vamos empregar atores incríveis que são desconhecidos?“, refletiu a atriz, que no começo da carreira não era famosa. Sua grande chance veio como Angélica em “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles.
“Eu sempre fui mais reservada. Era tímida, mas tinha um lado que era ativado para poder me comunicar com as pessoas. Ao passo em que fui ganhando mais reconhecimento, de uma forma natural, comecei a querer proteger meus personagens, porque quanto mais a gente sabe da vida do ator, do que ele faz, menos você compra aquela pessoa. Existe, sim, essa demanda da mídia social“, explicou ela.
Os caminhos na carreira da atriz a levaram para o cinema e garantiram um lugar importante em Hollywood, como poucas atrizes brasileiras conseguiram. Apenas em 2021, ela apareceu nos longas “Os Novos Mutantes” e “Esquadrão Suicida”, além de estrelar a última temporada da série “Rainha do Sul”.
“Quando adolescente, cresci querendo fazer Globo, mas tive algumas oportunidades mágicas no cinema. Foi um caminho que as coisas tomaram que devo muito aos meus pais, que me mantiveram no colégio e fizeram questão que eu vivesse as fases da vida. Você vê que pessoas estão saindo de contratos com a Globo para ficarem mais livres. Essa pluralidade de meios de publicação é muito importante para dar força para a nossa indústria, principalmente nesse momento em que o governo ataca a cultura“, analisou Alice.
Apesar de admirar o Brasil, a artista teme pelo futuro do nosso país. “Eu tenho um lado que acha o Brasil foda, mas meu lado realista sabe que as coisas que esse governo fez vão ter consequências por muito tempo. Em 2022, a gente não só precisa mudar quem está na presidência, mas precisamos avaliar quem está em nosso Congresso. Meu desejo é que a gente use esse tempo duro para gerar uma transformação potente na desigualdade social e que a gente proteja nossas florestas“, declarou.