Vixe! Tom Ellis teve seu nome destacado entre os assuntos mais comentados do Twitter nessa manhã (14), após tomar as dores da esposa, Meaghan Oppenheimer. Acontece que a roteirista saiu em defesa de “Lindinhas”, longa francês adicionado ao catálogo da Netflix, que vem sendo acusado de promover a hipersexualização infantil.
A confusão começou quando Meaghan compartilhou um tuíte do roteirista Jack Moore legitimando o filme. “‘Lindinhas’ é agressivamente contra a sexualização de menores de idade. O filme é literalmente sobre isso. Dizer que é a favor da pedofilia é como dizer que ‘Bastardos Inglórios’ é a favor do nazismo”, analisou ele.
Muitos fãs contestaram a publicação compartilhada, e Oppenheimer resolveu explicar seu ponto de vista. “O filme literalmente sexualiza crianças, criando conteúdo para pedófilos. Eu entendo que seja uma crítica, mas a maneira como foi construído foi errada. Você não pode criticar a hipersexualização, e ao mesmo tempo hipersexualizar”, disparou um seguidor brasileiro.
“Claramente, nós dois somos contra meninas serem sexualizadas. Para mim, o filme é um ataque brutal à sexualização das meninas. A sociedade usa garotas na moda, no cinema e até nas redes sociais, e isso é amplamente aceito pela cultura pop. Acho que o filme força as pessoas a testemunharem como isso é horrível”, refletiu ela.
A polêmica sobre “Lindinhas” teve início semanas atrás, quando o pôster da produção divulgado pela Netflix foi amplamente criticado. Nele, vemos a protagonista e suas colegas de grupo com shorts curtos e blusinhas cropped, em posições inapropriadas. Segundo a roteirista, os esforços de marketing não representam o conteúdo do filme.
“Você assistiu ao filme? A campanha de marketing é uma representação muito imprecisa do filme. Isso é culpa da Netflix. Mas o filme mesmo e a mensagem dele são, na verdade, uma forte condenação da sexualização de meninas e mulheres – ele não a promove de forma alguma”, insistiu.
“Infelizmente, o marketing inicial foi tão terrível que as pessoas estão julgando o filme sem vê-lo e perdendo a mensagem. Mas as equipes de marketing nunca são as criadoras de um filme – infelizmente, diretores, escritores e produtores muitas vezes não têm nenhuma opinião sobre como um filme é comercializado”, acrescentou ainda.
Meaghan também sugeriu a uma outra internauta que assistisse ao longa. “Não acredito que você acharia que as garotas foram sexualizadas. Acho que algumas cenas de dança (um tipo de dança que é comum em todo o mundo, mas que foi roubado pela cultura pop dos EUA e se transformou no ‘twerking’) foram retiradas do contexto. Mas eu respeito sua opinião”, avisou.
Em um segundo momento, Oppenheimer esclareceu que achava, sim, o famoso rebolado do ‘twerk’ algo sexual. “Ok, este último tuíte não foi redigido corretamente. Claro que twerking é uma coisa sexualizada – meu ponto é que twerking derivou de um tipo diferente de dança e foi distorcido pela cultura pop em algo hipersexual e grosseiro. E eu sinto que esse é o objetivo do filme”, ressaltou.
Sem demora, a esposa de Ellis recebeu mais uma enxurrada de duras críticas por seus posicionamentos. “Olha, todos estão agindo como se eu tivesse dito que esse é o meu filme favorito e eu o amo, o que não é o caso. Tudo que eu disse é que a mensagem do filme não é a celebração da sexualização, como muitos estão dizendo antes de assistir, a intenção dele é condenar isso”, enfatizou.
“Acho que as pessoas deveriam assistir ao filme antes de decidir que ele apoia a pedofilia. Eu era uma criança dançarina que se sentia sexualizada por adultos em muitos casos, e a mensagem do filme ressoou em mim de uma forma comovente. Não há problema em discordarmos”, finalizou.
Diante do episódio, muitos fãs de “Lucifer” cobraram um posicionamento do astro da série. Alguns, inclusive, mostraram descontentamento com o pensamento da esposa do galã. Tom, por sua vez, demonstrou apoio à amada e saiu bloqueando tais pessoas na rede social.
https://twitter.com/aveshrpe/status/1305352186889744390?s=20
https://twitter.com/aveshrpe/status/1305354806198927368?s=20
A manifestação sorrateira do intérprete de Morningstar causou chateação por parte dos tuiteiros. Confira algumas das reações abaixo:
O mal agradecido dando block em quem ajudou a salvar a série que ele protagoniza porque não concordaram com a opinião da esposa dele. Poxa Tom Ellis, você já foi melhor
— Flávia (@mrsassenach) September 14, 2020
respeito o posicionamento do Tom Ellis de defender a esposa, mas acho que é um posicionamento BURRO pic.twitter.com/OpWMgBWAIl
— 𝙡𝙪𝙣𝙞𝙣𝙝𝙖✨ (@_justmeluna) September 14, 2020
https://twitter.com/deckrstwr/status/1305360282043252736?s=20
aqui ó q o tom ellis postou pic.twitter.com/UFwHMbzrLu
— yas ☁️ (@aisurunini) September 14, 2020
Entenda a polêmica envolvendo “Lindinhas”
No final de agosto, a Netflix foi acusada de “sexualizar” crianças na divulgação do filme “Lindinhas” (“Cuties”, em inglês) em sua plataforma. Nesta quarta (09), o longa premiado no festival de Sundance estreou no streaming, rendendo uma série de críticas e ameaças de boicotes à empresa. Com a polêmica, a Netflix se manifestou e defendeu a permanência da produção no catálogo.
Nos últimos dias, a hashtag #CancelNetflix (“Cancelem a Netflix”) esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter. Nas publicações, muitas pessoas criticaram a disponibilização do filme na plataforma. “Lindinhas” conta a história de Amy, uma garota muçulmana de 11 anos que começa a descobrir novos hobbies e realidades quando entra para o grupo de dança da sua escola. As garotas da equipe vão contra os valores rigorosos da mãe da protagonista. Nesse contexto, algumas cenas foram taxadas por parte do público como “hipersexualizadas”.
Confira o trailer:
De acordo com a Variety, até mesmo petições online foram criadas para incentivar o cancelamento de assinaturas da plataforma. Mas o impacto maior foi sentido pelas redes sociais. “Eu tô enojada com esse filme, péssimo, história horrível. Crianças sofrem com isso diariamente pra vocês estarem romantizando!”, escreveu um perfil.
https://twitter.com/Visaodasbadgilr/status/1304342847714406404?s=20
Para muitos, o filme serviria como um atrativos a pedófilos, devido à carga de sexualização nos atos das personagens. “E o filme que foi colocado na Netflix, que dá visibilidade principalmente para a pedofilia e vai ser assistido por pedófilos, contendo crianças sensualizando e muitas outras coisas”, analisou uma terceira conta na rede.
https://twitter.com/soumsoh/status/1304399360915058691?s=20
Netflix defende produção
Em meio às rejeições vindas do mundo todo, um porta-voz da Netflix se manifestou sobre o caso e explicou que “Lindinhas”, na verdade, seria justamente uma crítica social sobre esse assunto. “‘Lindinhas’ é uma crítica social sobre a sexualização de jovens crianças”, afirmou em um comunicado à Variety.
“É um filme premiado e uma história poderosa sobre a pressão que as jovens meninas enfrentam nas redes sociais e da sociedade, de modo geral, quando estão crescendo. Nós encorajamos qualquer um que se importe com esses assuntos importantes a assistir ao filme”, concluiu o texto da empresa.
A diretora francesa, Maïmouna Doucouré, revelou ao Deadline que até já recebeu ameaças de morte desde que o filme foi divulgado pela Netflix. Num especial chamado “A história sobre Mignonnes”, ela explicou que a história sobre a produção é um retrato de sua vida. “Nossas garotas veem nas redes sociais que, quanto mais uma mulher é sexualizada nas redes, mais elas são bem-sucedidas… E sim, isso é perigoso”, disse ela.
Vencedora do Prêmio do Júri de direção no Festival Sundance deste ano, a cineasta explicou como enxerga a trajetória da personagem de seu filme. “Amy acredita que ela pode encontrar liberdade naquele grupo de dançarinas e na hipersexualização delas. Mas isso é liberdade de verdade? Especialmente quando você é criança? É claro que não”, avaliou Doucouré. Assista ao vídeo aqui:
A polêmica sobre “Lindinhas” teve início semanas atrás, quando o pôster do filme divulgado pela Netflix foi amplamente criticado. Nele, vemos Amy e suas colegas de grupo com shorts curtos e blusinhas cropped, em posições inapropriadas. Já em agosto, internautas demonstraram sua indignação e até criaram petições para impedir que o filme entrasse no catálogo da empresa.
“A Netflix tem um filme chamado ‘Lindinhas’, sobre garotas de 11 anos em um grupo de ‘twerk’. Algumas das avaliações dizem que é um ‘comentário’ sobre a sexualização de crianças, mas esse é o pôster. E tenham em mente que a atriz principal realmente tem 11 anos. No filme e na vida real“, escreveu um usuário da rede social. “Eu apoio as artes. Quero que as estrelas de ‘Lindinhas’ alcancem todas as estrelas no céu. Dito isso, não posso aceitar permitir que as crianças sejam retratadas de uma forma que seja excessivamente sexualizada“, afirmou outra internauta.
Netflix has a movie called “Cuties” about 11 year olds in a twerking dance group. Some of the reviews claim it’s a “commentary” on the sexualization of children but this is the poster. And keep in mind that the lead actress is actually 11 years old. In the film and real life. pic.twitter.com/4p2exeSvXw
— Matt Walsh (@MattWalshBlog) August 20, 2020
I am supportive of the arts.
I want the stars of @netflix #cuties to reach for every star in the sky. ?
That being said, I can not support allowing children to be portrayed in a way that is overly sexualized. pic.twitter.com/QsrqSxSwXw
— Eliza (@elizableu) August 20, 2020
Outra questão que chamou a atenção da galera na internet foi a grande diferença entre o pôster francês e o feito pela Netflix. No primeiro, as meninas usam roupas do cotidiano enquanto andam animadas pela rua. Já no segundo, elas estão com figurinos de apresentação. “É interessante comparar a versão francesa do pôster de ‘Lindinhas’ com a versão americana… tipo, a versão francesa tem uma vibe mais ‘crianças se divertindo!’, enquanto a versão americana é apenas… nojenta. Sinto que a equipe de marketing da Netflix tem muito o que responder“, escreveu um fã.
its interesting to compare the french version of the cuties poster to the american version…
like the French version has more “kids having fun!” vibes, while the American version is just fucking…. gross.
I feel like the #Netflix marketing team has a lot to answer for. pic.twitter.com/c8QrX0EY75— kitti (meow) (@yeetdere) August 20, 2020
Após milhares de pessoas assinarem a petição contra o filme, a Netflix se pronunciou sobre a polêmica. “Nós lamentamos profundamente pela arte inapropriada que foi usada para ‘Mignonnes’/’Lindinhas’. Não foi aceitável, nem foi representativo deste filme francês que ganhou um prêmio no Sundance. Nós atualizamos as fotos e a descrição”, afirmou a empresa sobre o pôster.
A antiga sinopse dizia que a protagonista se tornava obcecada por uma “equipe de ‘twerk'” e que, com isso, começava a “explorar sua feminilidade”. A nova apresentação retrata Amy como uma garota que se rebela contra sua família tradicional quando entra em um “grupo de dança de espírito livre”. O filme tem classificação indicativa para maiores de 16 anos e segue disponível na Netflix.