Uma ação trabalhista contra a TV Globo, movida por pelo menos oito ex-câmeras do “Big Brother Brasil“, acusa José Bonifácio Brasil de Oliveira de assédio moral. Nos autos, obtidos por Fábia Oliveira, do jornal O Dia, profissionais contratados de uma empresa terceirizada dizem ter sido humilhados e tratados de forma grosseira por parte do diretor.
Estes afirmam ainda que Boninho, que é um dos chefões da ala de variedades da emissora, costumava gritar e ofender os prestadores de serviço, chegando até a “agarrar um dos profissionais pelo casaco, pelo simples fato do mesmo ter pedido ajuda a um colega de trabalho para soltar a roda de sua câmera que ficou presa no cabo, o que o impedia de continuar circulando no trilho no qual as câmeras se movimentam dentro do Câmera Cross (corredor onde ficam localizadas todas as câmeras ocultas da casa)“. Essa mesma situação também teria acontecido com um outro cameraman.
Fora as acusações de assédio moral, há ainda relatos sobre insalubridade no ambiente de trabalho, especialmente no tal corredor do Câmera Cross. “[Os profissionais] Eram submetidos a péssimas condições de higiene e de trabalho, pois tinham que trabalhar nove horas seguidas, em um corredor estreito e escuro, sem qualquer condição de higiene”.
Ali, estes ex-funcionários alegam que “constantemente se deparavam com ratos, morcegos, ouriços, gambás, aranhas, marimbondos e cobras, sendo que um dos reclamantes chegou a ser picado por uma aranha”. Segundo os autores do processo, a segurança deles era colocada em risco: “As portas de emergência eram trancadas, o que inviabilizava eventual fuga do ambiente, sendo que eles trabalhavam próximos a bolos de fios, alguns desencapados, o que aumentava o risco ao qual eram submetidos”.
A TV Globo, por outro lado, diz que todas as acusações “são completamente inverídicas“. “Os reclamantes jamais sofreram qualquer tipo de humilhação por parte do diretor e, muito menos, foram submetidos a condições de trabalho inóspitas. Enfim, a inicial é repleta de inverdades”, informa um trecho do documento.
A emissora, por fim, solicitou a extinção da ação, alegando, entre outras razões, falta de valor atribuída pelos ex-funcionários, aos pedidos realizados na petição inicial, tendo colocado apenas uma estimativa individual para acordo, além de prescrição da extinção dos contratos trabalhistas. A defesa do canal também contesta a veracidade de vídeos apresentados pelos autores na Justiça, mostrando as condições insalubres do então local de trabalho. De acordo com os advogados, os registros podem ter sido manipulados através de edições.
Procurada, a TV Globo ainda não se manifestou sobre o assunto ao hugogloss.com. Em caso de uma reposta, este texto será atualizado.