Uma reportagem da edição de julho da revista Piauí reuniu uma série de acusações contra a viúva de Gal Costa, Wilma Petrillo. Em vista das denúncias, a jornalista Hildegard Angel começou um movimento em prol de uma autópsia do corpo de Gal. Nas redes sociais, Hildegard apontou que após as alegações sobre relacionamento entre Gal e Wilma, que estiveram juntas por 30 anos, seria preciso investigar as reais causas da morte da cantora.
“Dadas as recentes revelações, os fãs de Gal Costa pedem ao Ministério Público uma autópsia já. O mal súbito da cantora não nos convence”, escreveu ela, em foto divulgada no Instagram. Na legenda, a jornalista reforçou: “A partir das revelações recentes, admiradores de Gal Costa adquirem uma consciência súbita de que a ‘causa mortis’ da cantora não nos convence. Queremos uma resposta clara”.
“Já que há desconfianças sobre as pessoas que cercam Gal Costa, acho que é adequado que seja realizada uma autópsia para saber a causa da morte. Ela é uma personalidade nacional e internacional, e não há nenhuma afirmação assertiva sobre o que causou a sua morte. É uma obrigação não só cultural, mas histórica nos dizer efetivamente do que ela morreu”, declarou Angel à colunista Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo.
A jornalista questionou: “Os grandes lutos da história, passam-se séculos e a ciência vai atrás de conseguir um DNA, de descobrir a causa mortis. Por que não a Gal Costa? Por que o nosso Ministério Público não se preocupa com isso? Justamente para que não sejam cometidas injustiças, é importante ter uma análise científica do motivo da morte da Gal. Até porque ela tem um filho”.
Matéria bombástica
Em novembro de 2022, aos 77 anos, Costa faleceu repentinamente. Desde o final de setembro do mesmo ano, a cantora estava afastada dos palcos, depois de passar por uma cirurgia para remover um nódulo na fossa nasal direita. Uma nota, alegando que Costa teria morrido de um infarto fulminante, chegou a circular na web, mas foi desmentida pela equipe da artista.
Pouco depois, a assessoria de imprensa de Costa confirmou, em comunicado ao UOL, que o motivo real do falecimento não seria divulgado ao público, a pedidos da família.
Oito meses depois, suspeitas contra Patrillo ganharam força, devido a uma reportagem da revista Piauí, que circulou nesta quinta-feira (6). Em certo trecho da publicação, pessoas próximas do ícone da MPB fizeram sérias acusações contra Wilma, entre elas a de ciúmes obsessivo, altercações físicas com a cantora, bem como um relacionamento tóxico, com discussões e xingamentos, e problemas financeiros até mesmo com a Receita Federal dos EUA.
A matéria bombástica, assinada pelo jornalista Thallys Braga, ouviu amigos, ex-funcionários e o próprio irmão da artista, que acusaram Petrillo de assédio moral, ameaças e golpes financeiros que teriam levado a baiana à falência. A reportagem analisou, ainda, o relacionamento da cantora com a empresária e ex-parceira, que foi considerado “tóxico” devido ao comportamento de Petrillo.
O produtor Ricardo Frugoli, por exemplo, afirmou que Gal chegou a perder várias oportunidades na carreira por causa da comportamento de Wilma. Após escutar reclamações de outros funcionários da artista, Ricardo alegou ter contato tudo para Gal, mas a estrela teria ficado furiosa com a ideia de que poderia estar sendo boicotada por conta da conduta da parceira.
“Durante muito tempo, fui o cara que não deixou a bomba explodir. Continuar ali era importante para protegê-la do que vinha acontecendo na carreira e dentro de casa”, disse o produtor. Ele alegou que continuou no trabalho por consideração à Gal, mas foi demitido quatro dias depois de fazer um boletim de ocorrência contra Wilma por ameaças.
Ainda de acordo com os 13 entrevistados, a cantora viveu com a condição financeira apertada durante o período em que se relacionou com Petrillo. Segundo eles, as dívidas iam de restaurantes, a mensalidades da escola de Gabriel (filho de Gal), pagamentos de empregados e até à Receita Federal dos Estados Unidos. Os amigos da artista apontaram que Wilma não podia voltar ao país por ter vendido um imóvel em território norte-americano e retornado ao Brasil sem pagar os impostos da transação.
A matéria revelou que esse foi um dos motivos da cantora diminuir a quantidade de shows nos EUA. “Na próxima vez que ligarem, diga que a Gal não gosta de se apresentar nos Estados Unidos”, teria dito Wilma sobre um convite para uma apresentação no Carnegie Hall, em Nova York. “É mentira”, rebateu Gal ao saber do comentário.
Um dos funcionários que trabalhou com a veterana detalhou uma discussão entre as duas que teria chegado a agressão física. “O dinheiro entra e some, as dívidas não param de chegar. Que tipo de empresária é você?”, questionou Gal. “Você é uma velha, as pessoas não querem mais te contratar”, atacou Wilma. O profissional ainda disse que Gal afirmou não poder se separar, pois se largasse Wilma, “ela leva metade de tudo que eu tenho, sem nunca ter trabalhado de verdade para conseguir alguma coisa”.
O irmão da cantora, Guto Burgos, relatou que o afastamento entre eles, em 1997, também teria sido causado por Wilma. Com a morte de Gal, Guto pediu para que sua irmã fosse enterrada no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, ao lado da mãe, onde comprou um jazigo perpétuo. No entanto, Petrillo não teria permitido que o desejo da cantora fosse realizado, e decidiu que o corpo ficaria em São Paulo, no mausoléu da família dela, no Cemitério da Consolação.
Segundo a Piauí, Wilma Petrillo foi procurada diversas vezes pela reportagem, mas se recusou a responder. Contudo, o jornalista afirmou que recebeu uma mensagem do advogado da empresária com uma “advertência por escrito” que, caso a matéria fosse publicada, os responsáveis iriam sofrer “as medidas judiciais cabíveis”.
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