Hugo Gloss

Marília Mendonça: Assessoria explica por que chegou a informar que cantora havia sobrevivido

Marilia Mendonca (1)

A equipe de Marilia Mendonça se explicou após o desencontro de informações no dia da tragédia. (Foto: Reprodução/Instagram)

Na última sexta-feira (5), o Brasil inteiro ficou em choque com a trágica morte de Marília Mendonça, em um acidente aéreo. Um desencontro de informações deu o que falar no mesmo dia, visto que a assessoria da artista chegou a anunciar que estava tudo bem, quando esse não era o cenário real. Nesta segunda-feira (8), a equipe da cantora explicou o que houve.

Quando a notícia da queda do avião veio à tona, a assessoria de imprensa de Marília causou alívio ao assegurar que os cinco tripulantes estariam bem, que haviam sido socorridos e levados para o hospital. Contudo, as informações não batiam com os relatos coletados com os bombeiros – que ainda nem haviam chegado ao local. Por volta das 17h, os oficiais não tinham retirado ninguém de dentro do avião, nem dado detalhes a respeito do estado de saúde deles. Até que, momentos mais tarde, veio a confirmação de que não havia sobreviventes.

No comunicado divulgado hoje, a equipe garantiu que eles apenas repassaram o que teriam ouvido de informantes. “Em conhecimento do acidente, a assessoria de imprensa da artista buscou informações de fontes confiáveis. Estas informaram que estaria tudo bem e que todas as pessoas estavam sendo conduzidas ao hospital, somente para realizar procedimento padrão”, explicou a nota.

A equipe de Marília Mendonça negou ter divulgado que tudo estava bem propositalmente. (Foto: @Flaney)

Na ocasião, pouco após confirmarem a “boa notícia”, eles descobriram o que de fato havia acontecido: “Passados menos de 20 minutos, as mesmas [fontes] notificaram a equipe sobre a fatalidade. A notícia foi repassada, primeiramente, aos familiares das vítimas. Vale ressaltar que todas informações foram disponibilizadas sempre baseadas em fontes confiáveis”. Ao contrário do que muitos especularam, a assessoria de Marília também negou ter informado que tudo estava bem apenas para tranquilizar as pessoas ou distrair jornalistas, enquanto comunicavam as famílias das vítimas sobre a fatalidade em primeira mão. “Em nenhum momento, o equívoco foi intencional, sempre prezamos pela ética profissional e moral”, declarou o texto.

A equipe da sertaneja ainda falou sobre a aeronave na qual a estrela viajava, explicando que ela havia sido vendida por Henrique & Juliano para a empresa PEC Táxi Aéreo. Segundo o comunicado, alguns pertences de Marília foram resgatados do local do acidente, como um caderno de composições, três celulares, a mala de viagem que ela levava, bem como o violão ainda dentro da capa.

O que se sabe sobre o acidente

Aos poucos, surgem mais detalhes sobre a trágica queda da aeronave. Neste sábado (6), uma equipe do CENIPA, Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, saiu do Rio de Janeiro (RJ) com destino a Caratinga (MG) para iniciar as investigações sobre o acidente. O trabalho consiste em identificar os indícios do episódio, fotografando a área e o avião. Eles terão que retirar partes da aeronave, coletar destroços e outros materiais para fazer uma análise. O investigadores ainda devem ouvir testemunhas da queda.

Contudo, já se sabe que a aeronave “rasgou” fios de alta tensão de uma linha de distribuição da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). A empresa, no entanto, afirmou que a linha fica fora da zona de proteção do aeroporto da cidade, seguindo os termos da portaria do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).

O avião com a equipe de Marília Mendonça caiu a poucos quilômetros de onde faria o pouso. (Foto: Getty)

De acordo com uma reportagem do UOL, o avião em que estava a cantora se aproximou do aeródromo da região pelo lado oeste, quando o indicado seria pelo setor sul. Outro ponto questionável é que, para acertar os fios, a aeronave tinha que estar voando mais baixo que o indicado. As causas da queda, entretanto, ainda serão investigadas. Segundo o tenente-coronel Oziel Silveira, chefe do Cenipa III, pode ser que não exista caixa-preta da aeronave, já que elas não são exigidas em aviões daquele modelo. Entretanto, ele explicou que as gravações de possíveis conversas entre o piloto e torres de controle já foram solicitadas para a Anac.

Além de Marília, também perderam a vida na tragédia, o tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o produtor Henrique Ribeiro, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto da aeronave Tarciso Pessoa Viana.

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