Notícias tristes sobre o desastre ocorrido no último show de Travis Scott, na sexta-feira (5), continuam surgindo. Nesta quinta (11), o TMZ revelou que Bharti Shahani, jovem de 22 anos, faleceu após passar dias no hospital. Ela se tornou a nona vítima fatal da tragédia iniciada no Festival Astroworld, comandado pelo rapper.
Segundo a publicação, Shahani já havia sido diagnosticada com morte cerebral, mas ainda estava em um ventilador mecânico. Ela tinha ido ao show com sua prima e sua irmã mais nova, mas todas se separaram durante a confusão. Ainda no local, a jovem teria sofrido vários ataques cardíacos e foi encaminhada, com urgência, para o hospital mais próximo.
Em uma coletiva de imprensa, um representante da família de Bharti confirmou que ela era a mulher que apareceu em um vídeo, obtido pelo TMZ, caindo de cabeça no chão enquanto era levada pelos socorristas. Agora, o representante diz que a família quer justiça para Bharti e que “as pessoas que colocam os lucros acima da segurança sejam responsabilizadas”.
De acordo com as informações da CNN, já são pelo menos 58 processos civis movidos no Tribunal Distrital do Condado de Harris, no Texas, que cobram as autoridades locais, os organizadores do show e os artistas que se apresentaram.
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A jovem é a mais nova vítima confirmada, mas a preocupação é que mais mortes possam acontecer. Nesta terça-feira (9), o The Wrap revelou que o pai de uma criança de 9 anos entrou com um processo milionário contra Travis Scott, relatando o estado crítico do filho, hospitalizado após ter sido pisoteado na apresentação.
A publicação teve acesso aos documentos e divulgou detalhes dos depoimentos concedidos por Treston Blount, pai do pequeno Ezra. O homem acusa os réus de negligência no controle da multidão durante o Astroworld Festival; falha em fornecer atendimento médico adequado, contratação, treinamento, supervisão e retenção, entre outros atos de descaso com a segurança e bem-estar do público presente. O patriarca deseja levar o caso para júri e pede uma indenização no valor de US$ 1 milhão, cerca de R$ 5,4 milhões, considerando a cotação atual do dólar no Brasil.
Treston revelou nos documentos que o filho foi “chutado, pisoteado e quase esmagado até a morte”. Ele também acrescentou que viu pessoas inconscientes sendo levantadas por amigos e estranhos para que eles “surfassem” entre as mãos até um lugar seguro. Blount também reforçou que os outros réus do processo não conseguiram parar o show de Travis Scott até mais de 40 minutos depois que o “evento de vítimas em massa” começou, segundo as autoridades municipais.
O processo diz que Ezra sofreu ferimentos graves e está hospitalizado em coma induzido, utilizando aparelhos de suporte de vida na tentativa de combater traumas cerebrais, hepáticos e renais. Os laudos médicos anexados ainda afirmam que as sequelas podem ser “catastróficas”, e suspeitam de que terão efeitos para o resto da vida do garotinho. “Esta criança e sua família enfrentarão um trauma que mudará sua vida a partir deste dia em diante, uma realidade que ninguém espera ao comprar ingressos para show. Concertos e festivais de música como este pretendem ser um lugar seguro para pessoas de todas as idades desfrutarem da música em um ambiente controlado. Nada disso era verdade sobre o Astroworld Festival”, disse o advogado Ben Crump em um comunicado.
“Este garotinho está lutando por sua vida, e seus pais nunca conhecerão a mesma criança com a qual entraram no Astroworld”, lamentou o profissional. O outro advogado da ação, Alex Hilliard, deu mais detalhes sobre o processo. “Planejamos responsabilizar todos os que participaram deste festival pelos ferimentos horríveis e traumáticos que esta criança indefesa sofreu. Os organizadores têm o dever e a responsabilidade de proteger seus clientes e controlar a multidão quando ela fica fora de controle. É ultrajante que tenha demorado tanto para parar o show, já que muitas dessas mortes e ferimentos provavelmente poderiam ter sido evitadas ou mitigadas”.
As autoridades norte-americanas já deram início às investigações, mas ainda não sabem apontar como o público do Astroworld Festival aumentou desproporcionalmente de uma hora para a outra. Ainda, a polícia investiga relatos de que alguém injetou drogas nas pessoas durante a apresentação de Travis Scott. Paralelo a isso, o The New York Times afirmou que o rapper foi avisado previamente sobre “perigos em potencial” no festival. Nove pessoas, incluindo dois adolescentes, foram mortas no festival, e 25 foram hospitalizadas.
Travis Scott comenta tragédia
O rapper se pronunciou nas redes sociais no sábado (6) e afirmou que está colaborando com o Departamento de Polícia de Houston nas investigações. “Eu estou absolutamente devastado com o que aconteceu ontem à noite. Minhas orações estão com as famílias e com todos os impactados pelo que ocorreu no Festival Astroworld”, escreveu Travis.
“A polícia de Houston tem meu total apoio enquanto continua a investigar a trágica perda de vidas. Eu estou comprometido a trabalhar em conjunto com a comunidade de Houston para curar e dar apoio às famílias que necessitam. Obrigado à polícia de Houston, aos Bombeiros e ao NRG Park por sua resposta imediata e apoio. Amo todos vocês”, informou.
— TRAVIS SCOTT (@trvisXX) November 6, 2021
Além de reembolsar o público do Astroworld, Travis também disse que pretende cobrir todos os custos do funeral das vítimas e que havia se associado à “BetterHelp” para fornecer terapia online gratuita para os afetados pela tragédia. “Estes são os primeiros de muitos passos que Travis planeja tomar para ajudar os afetados durante todo o processo de luto e recuperação”, disseram os representantes do rapper à NBC News.