William Bonner denuncia fraude com o nome do filho em pedido de auxílio emergencial e coloca em xeque, controle de programa do governo: ‘O que vem à tona é ainda mais grave’ – Entenda

Na manhã desta quinta-feira (21), William Bonner informou no Twitter que seu filho, Vinícius, de 22 anos, teve o nome usado em uma fraude envolvendo o auxílio emergencial do governo – projeto que cede dinheiro a cidadãos em situação de risco, por conta da pandemia do novo coronavírus.

Segundo o jornalista, o nome e CPF de Vinícius já vinham sendo utilizados por estelionatários há anos. “Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público. Primeiro, a injustiça. Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e o CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras”, iniciou Bonner.

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O âncora do “Jornal Nacional” afirmou que o caso já foi denunciado e registrado na polícia. “Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência. A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático”, explicou.

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O profissional desabafou, lembrando que as vítimas de golpes como esses deveriam ser “defendidas pela burocracia, ao invés de punidas por ela”. “Por justiça, não deveria ser assim (…) Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param. E aí entramos na questão da proteção do dinheiro público”, destacou.

William foi procurado pelo jornal Meia Hora, que obteve documentos do suposto pedido de Vinícius para o auxílio emergencial do governo. “Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente”, assegurou.

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Vinícius não se encaixa no grupo de pessoas que poderia, teoricamente, ser beneficiado pelo auxílio, mas, de acordo com o âncora, o CPF do jovem foi aprovado. “Desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um ‘não’. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado”, declarou.

O jornalista suspeita que o golpista tenha criado uma nova conta bancária, usando o nome de seu filho – o que impede a família Bonemer de saber se o dinheiro foi ou não, de fato, recebido. “O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa – a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado”, avisou.

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Indignado, o jornalista questionou o sistema antifraudes do programa governamental. “Leio no Globo que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas, parceiros, parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho? Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar”, garantiu ele.

“Não se zelou pela aplicação do dinheiro público? Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?”, indagou-se ainda.

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Mais uma vez, Bonner lembrou que o filho foi vítima de um golpe contra todos os brasileiros, já que este ataca os cofres públicos. “De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa. E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso”, finalizou o profissional.

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