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Imagens registradas momentos antes de um acidente aéreo em Nova York revelam os últimos instantes de uma família espanhola que morreu após a queda de um helicóptero no rio Hudson, na tarde de quinta-feira (1o). Nas fotos, feitas no heliporto de Wall Street, Agustín Escobar, sua esposa Mercè Camprubí Montal e os três filhos pequenos — de 10, 8 e 4 anos — sorriem diante da aeronave Bell 206L-4, pouco antes do embarque para um voo panorâmico sobre Manhattan. O passeio durou apenas 16 minutos. Pouco depois, a aeronave se partiu no ar e despencou no rio.
Os registros, divulgados por autoridades e pela imprensa local, mostram as crianças posando empolgadas ao lado dos pais, vestindo os coletes salva-vidas fornecidos pela empresa de turismo New York Helicopter. A família havia chegado a Nova York horas antes, vinda de Barcelona, e decidiu fazer o voo como parte da comemoração do aniversário de 40 anos da mãe e do aniversário de 9 anos da filha Mercedes, que seria celebrado no dia seguinte.

O passeio começou às 14h59 no heliporto de Wall Street, seguiu até a Ponte George Washington e, pouco depois, a aeronave perdeu o controle. Dados do radar mostraram que o voo durou menos de 18 minutos. Imagens feitas por testemunhas mostram pedaços do helicóptero se soltando no ar antes da queda. O rotor principal continuou girando sozinho, enquanto o helicóptero afundava.

O prefeito de Nova York, Eric Adams, confirmou as mortes e lamentou o ocorrido: “Foi uma situação realmente lamentável. E nossos sentimentos estão com os familiares”. O prefeito de Jersey City, Steven Fulop, afirmou que a família estava estendendo uma viagem de negócios de Escobar para celebrar os aniversários. A Siemens, empresa onde Escobar era CEO global de infraestrutura ferroviária, emitiu uma nota. “Estamos profundamente consternados com o trágico acidente de helicóptero em que Agustín Escobar e sua família perderam a vida. Nossas sinceras condolências a todos os seus entes queridos”, disse o texto.
Testemunhas relataram ter ouvido um barulho semelhante a uma explosão antes de ver o helicóptero caindo em pedaços. Lesly Camacho, recepcionista de um restaurante, contou ao New York Post que “saía muita fumaça” da aeronave. Rashmi Kamkeri, que assistiu à queda da janela de seu apartamento, disse: “Pensei que fosse um trovão. Dez segundos depois, vi o helicóptero caindo. Foi horrível”. Vídeos compartilhados nas redes mostram o helicóptero girando antes de atingir a água.
A investigação preliminar aponta que o acidente pode ter sido causado pela separação das pás do rotor principal, que teriam cortado a cauda da aeronave. “Pelas filmagens, parece que o rotor principal atingiu o corpo do helicóptero, cortando a cauda, o que criou um evento irrecuperável”, afirmou o advogado e ex-piloto militar Jim Brauchle. Michael Roth, presidente da New York Helicopter, empresa responsável pelo passeio, também se manifestou. “A única coisa que sei assistindo ao vídeo é que as pás do rotor principal não estavam no helicóptero. Eu nunca vi nada parecido nos meus 30 anos de experiência”, lamentou.

A Administração Federal de Aviação (FAA) e o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) estão à frente das investigações. A área do acidente, próxima ao Píer 40, segue sendo vasculhada por mergulhadores em busca das partes restantes da aeronave. Quatro vítimas foram declaradas mortas no local, e outras duas morreram no hospital.
Desde 1977, pelo menos 32 pessoas morreram em acidentes de helicóptero em Nova York. A tragédia mais recente havia ocorrido em 2018, quando um helicóptero caiu no East River e matou cinco passageiros por afogamento. O Bell 206 usado no voo desta quinta-feira é um modelo comum em voos turísticos.
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