A vida privada nem sempre fica dentro de quatro paredes… Um policial foi exonerado e banido de sua corporação após a descoberta de que ele anunciava ménages com sua namorada. De acordo com o Daily Mail, o detetive Nicholas Taylor cobrava um valor de £150 (cerca de R$ 900) pela hora de sexo a três com homens em sua casa. Mas a situação acabou lhe rendendo sérias consequências…
A história veio à tona em novembro de 2020, quando o The Sun revelou que o policial oferecia os encontros sexuais num site adulto. Na época, Taylor contou ao tablóide que os clientes que iam até sua casa tinham entre 21 e 70 anos, e que aquilo era algo que ele já fazia “há anos”. “Nós ficamos nus, nós brincamos e eles se juntam a nós”, contou ele, admitindo que fazia parte do setor público.
Acusação de má-conduta pela polícia
Nesta semana, a corporação fez um painel disciplinar no qual acusou Taylor de má-conduta. John Goss, que representou a polícia de West Midlands, afirmou que não estavam investigando o detetive por “manter ou administrar um bordel”. Ao invés disso, o oficial foi acusado de desrespeitar o trabalho policial e ter uma má-conduta ao não declarar que estava envolvido em um negócio.
“Apesar disso não ser investigado como um crime por uma decisão de que isso não seria proporcional, é uma conduta que incide no direito penal. Onde há mais de uma pessoa vendendo serviços sexuais em um local, é um fato… que esse local deve ser um bordel. Por si só, isso traz descrédito ao serviço policial”, argumentou Goss durante a audiência do caso.
Defesa rebate
Nicholas não esteve na audiência disciplinar, mas enviou um documento defendendo que as acusações faziam “parte de sua vida privada”. O detetive alegou que os encontros sexuais não se tratavam de negócios. Ele ainda pontuou que os comentários sobre o assunto na matéria do “The Sun” eram mais positivos do que negativos.
Taylor também argumentou que as suas atividades eram “uma expressão da sua identidade sexual”. O homem defendeu que os padrões mudam com o passar do tempo, exemplificando que coisas consideradas inaceitáveis na década de 1970 ou 1980 atualmente são vistas como aceitáveis. Por fim, ele se queixou de que a polícia estaria trazendo uma abordagem “pudica” e cautelosa demais com esse seu comportamento.
Condenação e críticas à postura
O representante da polícia, por sua vez, bateu na tecla de que Nicholas estava, sim, envolvido em um negócio. “Ele aceitou que ele e sua parceira encontraram outros adultos consensualmente e que eles receberam um pagamento por isso. Nós dissemos que a troca de dinheiro por serviço é obviamente um interesse comercial. É quase a definição clássica de interesse comercial. Mesmo que esteja certo que o detetive simplesmente nunca pensou nisso desta forma, ele deveria ter pensado”, declarou Goss.
No fim das contas, depois de 19 anos de serviço policial, Taylor deu entrada em seu pedido de demissão – que tornou-se efetivo um dia antes da audiência. Ainda assim, o painel disciplinar o considerou culpado na queixa de má-conduta. “Isso era um negócio e, portanto, caiu na política de interesses comerciais da polícia de Midlands. Taylor deveria ter procurado autorização da corporação para conduzir suas atividades”, disse Harry Ireland, presidente do painel.
Também não foram poucas as queixas ao tipo de atividade que Nicholas exercia nesses encontros. Ireland afirmou que foi “semelhante a uma ofensa criminal” e “agir como um garoto de programa”. “Esse não é, como Taylor alega, um julgamento moral das suas preferências sexuais. Nós entendemos que a conduta foi uma quebra dos padrões do comportamento profissional. Até onde podemos ver, havia uma ofensa criminal envolvida, embora a autoridade tenha escolhido não se aprofundar nela”, concluiu ele, informando que tudo isso resultaria na exoneração do detetive, caso ele já não tivesse pedido sua demissão.
Em um comunicado divulgado após a audiência, a Polícia de West Midland informou que Nicholas Taylor seria colocado numa lista proibida, para evitar que ele trabalhasse novamente com a polícia. Deu ruim mesmo, hein?